domingo, 19 de outubro de 2014

Crítica destrutiva, crítica construtiva e senso critico

Não peguei definição de lugar algum, tampouco estudei sobre crítica.  Mas o dia de hoje foi reservado para não criticar e se eu não ter definido para mim o que é,  fica difícil seguir o hábito.

Vou contar algo que aconteceu comigo. Trabalhava com uma pessoa que criticava todo mundo. Cada um tinha um defeito que ela fazia questão de ressaltar, só ela era perfeita. Ela tinha verdades absolutas. Ela gostava de criticar mais uma pessoa em especial. Falava dessa pessoa o dia todo. Eu não conseguia trabalhar, pois era só eu conseguir me concentrar que ela interrompia para falar da pessoa, pior que era sempre a mesma coisa, as mesmas histórias.  Eram cerca de 8 interrupções por dia. Ela também,  obviamente, não conseguia trabalhar e criticava o fato de ter trabalho demais. Eu sou muito crítica, mas muito quieta, guardo as críticas para mim.

No começo,  achava mesmo que ela era a dona da verdade. Não criticava a pessoa, mas até me revoltava contra, de tão convincente que a pessoa era. Até que certo dia,  acendeu- se a luz amarela no meu farol para ela. Ela me disse que essa pessoa que ela criticava sempre tinha feito comentários depreciativos acerca de meu trabalho. Apesar de ela me interromper muito, estava trabalhando bem, sempre fui muito prestativa e eficiente. Obviamente fiquei revoltada contra essa pessoa que ela sempre criticava. Lembre que eu tinha a " dona crítica" como a "dona da verdade", ela tinha usado várias técnicas comigo que fizeram com que meu farol para ela ficasse sempre verde. Eu que sempre fui muito objetiva e direta não tive dúvidas do que fazer. Disse sem pestanejar: vou conversar com ele, não admito isso, quero que ele me mostre então onde estão as falhas e só assim vou poder ajustar. Estava mesmo decidida a conversar com ele assim que possível.  Foi quando ela se desesperou e chamou duas pessoas para me convencer a não falar com ele. Nesse meio tempo, o discurso dela mudou, ela insinuou que não foi ela que disse isso para mim, que ele tinha falado para mim diretamente (técnica da triangulação,  coisa muito perigosa!). Farol amarelo,  farol amarelo, alguma coisa estava estranhassima.  Não a julguei na hora, continuei amiga dela, mas duas coisas começaram a ficar esquisitas. Por que ela não quis que eu esclarecesse? Por que ela insinuou que foi ele que disse isso diretamente a mim?

Comecei a observa-la mais atentamente, ela não deixou de critica- lo. Agora não mais me revoltava contra ele e contra as coisas que ele a fazia passar (quanto sofrimento, ele o pintava tão perverso!). Passei a observar as atitudes dele e se realmente ele tinha alguma responsabilidade sobre o sofrimento que ela passava. Cheguei a conclusão que ele tinha seus defeitos, como todo ser humano, mas não era o vilão que ela pintava, muito pelo contrário,  ele era melhor que ela, muito melhor que ela.

Outras conclusões.  Crítica destrutiva era o que ela fazia em relação a ele. Crítica construtiva era o que eu iria fazer em relação a ele. Senso crítico foi o que tive quando percebi a maneira usada por ela para que os outros tomassem suas dores e se revoltassem contra as pessoas que supostamente a martirizavam.

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