Faltou contar uma parte de minha vida. Antes de ser balconista, já tinha trabalhado e já tinha sido empreendedora. Trabalhei desde muito nova. Antes da adolescência fazia "peixinhos" (uma espécie de pipa) para o meu avô e ganhava meus troquinhos para fazer minhas comprinhas. Incluindo material escolar. Meu pai era álcoolatra e meio irresponsável. Não tinha como reclamar da vida e me fazer de vítima coitada. Aliás, nem sabia o que era isso. Eu sabia me virar apesar das circunstâncias. Na adolescência comecei a fazer os cartões em papel vegetal e vendia para as colegas da escola. Tinha até uma colega que se ofereceu para ser revendedora. Eu pagava comissão para ela. A propósito, ela era melhor vendedora que eu. Sem querer, já trabalhava com marketing de rede sem ao menos saber o que era. Já pensou se tivesse mais revendedoras?
Nunca usei minha história para me fazer de coitada. Aliás, quase nem a conto. Sou quieta. Só sei fazer uma coisa, avançar sempre, agir...
No entanto, sem ao menos perceber, muita gente perde tempo se fazendo de vítima. Uma criança que tem que trabalhar para comprar seu material escolar bem que podia se fazer de vítima. Mas não se faz. Nem eu e nem meus irmãos e todos estão formados e trabalhando. Entende que não são as Circunstâncias? Se fazer de vítima não ajuda em nada para mudar a situação em que você se encontra. Pelo contrário, você cria um esquema mental que só vai fazer você continuar onde está. De um passo a mais, saia do lugar...
Tem gente que consegue muito se fazendo de vítima, usando chantagem emocional. Se você se encontra nessa situação, ninguém pode te julgar e te ajudar a não ser você mesmo. Apenas pense. Que valor tem essas coisas que você não conseguiu com o esforço do seu trabalho? Será que você mesma se orgulha de você? Será que você se orgulha de ter recebido por que é uma COITADINHA? A vida tem mais para todos nós. Não se alie aos que gostam de receber as coisas com o mínimo esforço, porque se um dia te tirarem tudo, você não conseguirá reconstruir, ficará só choramingando e pedindo a comiseração das pessoas.
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