sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O exibicionismo traz alegria?

"Mil vezes que um homem leia essas palavras,  sempre encontrará nelas nova beleza e sabedoria.  Nos velhos tempos em que Cristo as pronunciou,  Mateus disse: "As turbas ficaram admiradas ". Qualquer um ficará admirado também ao descobrir o quanto é pertinente o Sermão da Montanha aplicado a sua vida diária"

A essência da felicidade     Martin Claret

Jesus exibia-se quando arrastava multidões que ficavam admiradas?  Ele incentivou o exibicionismo? Como distinguir o exibicionismo da luz do mundo?

O Mestre ensinou a não fazer atos de justiça para ser visto pelos homens.  Portanto, ao dar esmola, orar, jejuar,  temos que fazer discretamente,  então o pai recompensará.  O pai vê em secreto, não é preciso exibir (Mt 6:1-8; 7:16-18).

Ao mesmo tempo ele orienta a não se acender a lâmpada e colocar debaixo da vasilha, mas no candelabro, para iluminar a casa toda. E que a luz resplandeça diante dos homens,  para que as obras glorifiquem a Deus (Mt 5:13-16).

Então a diferença principal é a finalidade do ato. Um é para ser glorificado entre o homens,  para que os pares o admirem. O outro é para Deus,  mas não para ser honrado, mas para honrar a Deus,  então se for discreto ou até anônimo a glória será de Deus.

Alguns homens brilham e resplandecem sem exibicionismo.  Que brilho é esse? Por enquanto só vemos sombra desse brilho. No grande dia, na ressurreição,  todos os salvos terão o corpo resplandecente.  Ali encontraremos a verdadeira felicidade,  pois tudo o que passamos na terra ainda é sombra do que virá.  Não haverá choro nem dor.

Na transfiguração, Jesus levou Pedro, Tiago e João para um monte muito alto e lá eles viram Elias e Moisés com corpos resplandecentes. Jesus também estava resplandecente.  Em vida, Moisés e  Elias foram exibicionistas ou iluminados?  Já vimos no blog um estudo de Moisés.  Ele era introvertido e não gostava nada de se exibir.  Elias também tinha características de introvertido.  Nenhum dos dois se exibiam e foram escolhidos para a transfiguração.  Moisés representa a lei e Elias, os profetas. E Deus disse que Jesus é o Filho amado,  que deveriam ouvir a ele. Dessa forma, Jesus foi posto o primeiro sobre a lei e os profetas.  Jesus era extrovertido, embora buscasse seus momentos de introversão. E não era exibicionista.

Assim, a verdadeira alegria,  essa resplandecente,  não precisa se exibir.  E o problema de querer sempre se mostrar ao homem é que sempre vamos ter frustrações.  Esperar que a felicidade venha como um feedback do outro é extremamente frustrante,  pois o outro nem sempre vai atender nossa expectativa.  Não podemos apoiar nossa alegria no que exibimos ao outro. Nossa alegria precisa ser interna, algo que independente do feedback e aprovação do outro. Jesus mesmo foi muito rejeitado, até pelos próprios irmãos,  mas sempre relevava, isto é, não deixava que isso o afetasse,  pois sua alegria estava dentro dele. Seu apoio era o Pai. Era para o Pai que fazia a sua obra, não era para se mostrar.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

A fe traz alegria?

"Não é de se estranhar, talvez, que tantas pessoas tenham esquecido o mais profundo Sermão de todos os tempos, pois sua riqueza é expressa com tanta simplicidade: é natural,  sem dúvida, que os sabidos e mundanos se retraiam diante de uma fe tão sem artifícios.  Mas a verdade é que,  quanto menos fé um homem tiver em seu Deus,  menos fé terá diante de si mesmo e tanto mais insegura,  horrível e sem objetivos será sua vida." A essência da felicidade     Martin Claret

Continuando a análise de Sansão,  ele perdeu quando deixou de ter fé em Deus e passou a acreditar em seu próprio braço.  Quando revelou a Dalila o segredo de sua força, Deus havia se retirado dele. Então ele estava sem fé e sem Deus. O homem com Deus é forte, por mais que seja frágil como Davi diante de Golias.  O homem sem fé é fraco,  por mais que tenha um histórico de vitórias como Sansão.

Sansão não só perdeu a visão, como estava preso. Sua vida passou a ser insegura,  horrível e sem objetivos na prisão.  Os filisteus resolveram fazer um grande sacrifício ao seu deus porque tinha entregue Sansão nas mãos deles. Resolveram também zombar de Sansão, que estava fraco. Ali estavam muitos filisteus, inclusive os príncipes dos filisteus que pagaram cada um as 1.100 moedas de prata para Dalila.

Naquele momento de vergonha, quando zombavam dele, Sansão percebeu que era dependente de Deus e começou a clamar. Ele pediu que Deus se lembrasse dele. Sansão voltou à simplicidade da fe do Sermão do Monte.  Apesar dos momentos em que  só confiou em si mesmo,  ele tinha uma poupança no céu por todos os momentos que se consagrou e se separou para Deus.  Deus se lembrou dele.

Outro pedido de Sansão foi que o fortalecesse só aquela vez, para que de uma vez se vinguasse dos filisteus pelos seus dois olhos.  E então Sansão se ofereceu em sacrifício e morreu com os filisteus. Deus restaurou suas forças e ele derrubou as colunas do templo do deus dos filisteus e morreram mais filisteus na morte de Sansão do que em sua vida ele tinha matado filisteus.

Sansão foi juiz de Israel por 20 anos. E assim morreu.

A mensagem foi simples: Deus ouviu a oração de Sansão quando este se humilhou diante dele. Os homens de Deus nem sempre são perfeitos, eles passam por altos e baixos. Mas Deus se lembra dos momentos em que foram firmes com Deus e os perdoa caso se humilhem diante dele. A felicidade também consiste em entender esses altos e baixos.

Deus deixou que Sansão se vingasse dos filisteus e os matassem.  O Sermão do Monte fala em perdão, não em vingança.  Então se contextualizarmos como uma época em que havia uma guerra entre povos e que o povo inimigo servia a outro deus e zombavam do Deus soberano,  podemos entender que se tratava de uma guerra.  Atualmente, após a nova dispensação com Jesus, a luta não é contra carne e sangue.  Não se permite mais mortes assim. E também não se permitem sacrifícios como o de Sansão,  pois Jesus foi o sacrifício perfeito,  não havendo mais necessidade de sacrifícios.

No Sermão, Jesus ensina a não ter dois senhores.  Uma das lições sobre a vitória de Sansão sobre os filisteus é que os filisteus serviam a outro deus.  O Sermão esclarece sobre a firmeza sobre a escolha.  É feliz quem sabe o que quer e é firme em sua decisão.  E quem faz qualquer sacrifício por sua decisão é feliz.

O Sermão mostra que são felizes aqueles que são perseguidos pelo nome de Jesus.  A luta é espiritual na maioria das vezes.  Atualmente temos os inimigos que não se desagradam de nós no nível carnal, mas espiritual.  E servir a um senhor com firmeza desagrada a muitos. Jesus insta aos discípulos a aborrecer pai, filho, irmãos e até a própria vida para ser considerado seu discípulo. É um sacrifício agradável a Deus.  E pergunte a cada um que se dá como sacrifício se eles não são alegres.  Com certeza. A fé traz grande alegria, até nos momentos de provações. Sansão morreu feliz quando restaurou sua fé.  Mas claro que não se pode levar isso para os dias atuais. Não se deve tirar a vida. O exemplo que é ensinado com a nova dispensação é de um sacrifício vivo e agradável a Deus.




quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

A felicidade está na aparência?

"A acautelai-vos, porém, dos falsos profetas,  que vêm até vós disfarçados de ovelhas   mas interiormente são lobos devoradores" Mateus 7:15

A propósito do Sermão do Monte, um assunto muito importante quando se trata de felicidade é a aparência.  Será que tudo que parece é? E somos felizes com aparências?

O Sermão fala das pessoas que parecem ovelhas.  Enganam muitos que são orientados pelo exterior, pelo que parece ser. Jesus mostra que nem sempre o que parece uma ovelha, é uma ovelha. Na verdade, alguns desses são lobos devoradores.

Eu sei que é difícil enxergar além do superficial. É preciso muita profundidade para enxergar o que é invisível aos olhos. E como estamos sempre muito ocupados,  no piloto automático,  não temos tempo para o profundo e o escondido. Não conseguimos ver os lobos devoradores,  só vemos as ovelhas, que é o que está diante dos olhos.

Sansão teve uma dificuldade tremenda para enxergar que Dalila era uma loba devoradora.  Que ela queria as 1.100 moedas de prata de cada um  dos príncipes dos filisteus. Por que?  Porque,  apesar de molesta-lo e insistir até lhe tirar o segredo, ela era agradável como uma ovelha. A Bíblia adverte  que Satanás se disfarça de anjo de luz. Ele não é assustador,  com uma cara horrível.  Quem dará um segredo para uma pessoa assustadora?  Na maioria das vezes, o manipulador só recorre à agressão depois de tentar tirar gentilmente a informação.  Foi a resistência que o obriga ser mais agressivo.

Em Juízes 16:19 observa-se como a traição foi agradável.  Ela o fez dormir em seus joelhos. Ele estava sendo acariciado nas vésperas da traição.

O mesmo fez Judas Iscariotes com Jesus. Ele o beijou. Os incautos acham que a traição vem da pessoa mais desagradável possível,  da pessoa assustadora.  Mas não era o caso. Augusto Cury,  que analisou a vida de Jesus, faz uma observação interessante acerca da personalidade de Judas. Como psiquiatra e pos graduado em psicologia , Cury diz que Judas era um dos discípulos mais equilibrados e exemplares.  Pedro tinha mil defeitos, era temperamental,  chegou a arrancar a orelha de Malco.  João e Tiago eram chamados de filhos do trovão, também por serem temperamentais.  Quando não receberam Jesus em uma aldeia, João e Tiago sugerem que desça fogo do céu para consumirem aquelas pessoas.

Os incautos, muitas vezes por falta de conhecimento,  por exemplo, não sabem o que é Engenharia social, nem Técnicas de Entrevista, acham que  o traidor não virá na forma de ovelha. Pelo contrário,  para que você o defenda e revele tudo o que necessita, ele precisa ser agradável.  Vai te  acariciar e beijar. Vai vir em forma de ovelha e não de lobo.  Do lobo todos correm. Para ovelha todos oferecem, pois é um coitado de um animal.

Portanto, quem muito vê somente o que está diante dos olhos, pode estar deixando de ver o lobo devorador e depois perguntar porque está infeliz,  apesar da aparência de felicidade,  como de Sansão, que dormiu despreocupadamente nos joelhos da amada. E ficou cego, pois os filisteus lhe arrancaram os olhos. Creio ser esse um símbolo da falta de visão de Sansão ao revelar a Dalila o segredo. Sansão foi pela aparência e perdeu a força e os olhos. E foi preso pelos filisteus. Um momento de aparente felicidade o fez perder muito.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

É feliz quem perdoa?

"Poderá parecer que este ensinamento é impraticável,  que é exigir demais da natureza humana.  E, contudo,  que faz toda mãe,  que faz todo pai? (...) no mesmo espírito de solidariedade,  o Sermão incita-nos a que procuremos amar a todos nossos semelhantes.  Na luta pelo domínio de si  mesmo,  o Sermão propõe-nos um pacto solene - que o Pai só nos perdoará as ofensas na medida em que perdoamos aos outros as ofensas que nos fizerem.  Uma vez experimentada essa doutrina,  tão pouco realista na aparência, logo revela a sua praticalidade."  A essência da felicidade    Martin Claret

Sim, é feliz quem perdoa. Muitas pessoas fazem de tudo para "pegar" aquela pessoa que acha que as ofenderam de alguma maneira. Os fariseus faziam isso. Eles observavam Jesus para encontrar com o que acusá-lo porque não suportaram as  verdades que Jesus dizia a eles. Até quando o convidavam para comer pão ou jantar em suas casas  não era hospitalidade,  era uma oportunidade de "pegá-lo".  Faziam de tudo para armar uma cilada. Achavam que seriam felizes assim: achando uma maneira de se vingar. O que é muito baixo.

E, continuando com a história de Sansão,  ele se apaixonou depois por outra mulher, do povo dos filisteus, do inimigo. Dessa vez,  o Senhor não estava nisso. Essa mulher era Dalila.

Os filisteus ofereceram 1.100 moedas de prata para que ela revelasse qual o segredo da força de Sansão.  O homem separado por Deus tinha uma força que o distinguia dos demais. E então ele passou a ser alvo. A força estava na separação,  era um nazireu de Deus.  E por ser nazireu praticava certos costumes que o santificavam e o separavam do mundo.

Então ela começou a forçar para saber. Começou a usar de diversas táticas para saber. Sansão tinha o segredo da separação de Deus , não deveria revelar, pois já uma mulher o tinha traído, por ele ter confiado no povo inimigo. Trazer o inimigo para dentro exige cautela. Sansão deveria ter aprendido.

De fato ele não revelou no início.  Parecia estar testando Dalila.  Ela dava os sinais que o traía.  Ele parecia ter aprendido a lição.  Mas talvez ele achou que era só coincidência, ou acreditou muito na força do seu próprio braço.  Nesses testes que Sansão fazia dava o que no jargão policial é a contra-informação.  Informava errado e via o que acontecia.

Mas enfim ela conseguiu.  Insistia em saber, importunava,  molestava,  e ele se angustiou até a morte.  Mesmo homens de Deus, separados como Sansão, se angustiam.  E desistem diante da insistência. Ele revelou o segredo ao inimigo  e perdeu.

Não revelar o que não interessa, nem é necessário a pessoa saber não é questão de prejudicar ninguém,  nem resistir a insistência é prejudicar.  Muito pelo contrário,  o certo era não revelar o que não era necessário. Para que Dalila precisava saber de onde vinha a força de Sansão?  Ela seria de alguma forma prejudicada se ele não revelasse?  Seria bullying não revelar?  Claro que não.  Bullying é pegar o dado à força,  molestar a alma de alguém e angustiar alguém até a morte para que a pessoa ceda. Bullying foi o que Dalila fez com Sansão.  Ela que foi agressiva e invadiu o espaço dele. Ele apenas estava preservando o espaço dele enquanto não dizia.  Estava apenas sendo assertivo e preservando uma informação que ela não precisava saber.

E quando soube, usou o dado contra Sansão, traindo-o por 1.100 moedas de prata. Ela sim, usando um motivo vil e baixo, comprada,  e sabendo exatamente o que fazia. Não é incomum pessoas serem compradas e vender o outro. Dalila foi comprada e vendeu Sansão.  Judas vendeu Jesus por 30 moedas. Quem desconfiaria que a esposa trairia o marido?  Ou que o discípulo trairia o Mestre?

Os mais atentos sim. Mas os inocentes, coitados...  Coitados em parte, porque "vendem" os outros.  Uns por um preço mais alto,  como Dalila.  Outros por um preço mais baixo,  como Judas. Outros, por carências pessoais.  Cada um com o seu preço.  O manipulador só precisa descobrir o preço da pessoa. Raras são as pessoas que não tem preço.

E estar atento não é não perdoar.  Devemos sim perdoar o manipulador e o manipulado para sermos felizes,  mas Jesus nunca disse que devemos ser bobos.  Dar a outra face  não é deixar de dizer verdades necessárias.  Jesus disse verdades aos fariseus o tempo todo. Ele estava deixando de perdoar os fariseus?  De maneira alguma,  ele os perdoava,  mas Jesus avaliava os valores.  E era mais valoroso alertar o povo acerca desses falsos religiosos.  Ele sofreu, sim,  mas foi feliz por ter feito o que deveria fazer. E isso não é vingança contra os fariseus, não é falta de amor pelos fariseus. Muito pelo contrário,  era amor aos outros que eram vítimas dos fariseus.  Ele se deu como sacrifício para que as pessoas tivessem um verdadeiro encontro com Deus,  que era longe da maneira como os falsos religiosos ensinavam. Então, por amor, Jesus foi assertivo com os fariseus. E não seria falta de perdão ou falta de amor Sansão ser firme com Dalila, seria apenas prudência.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Como obter saúde, bom êxito e tranquilidade?

"O documento que eles não conseguiram recordar era o Sermão da Montanha  - a carta magna da fe cristã. Três meses atrás,  eu supunha que a maioria das pessoas sabia alguma coisa do que Jesus dizia na mais admirável das suas pregações.  Agora estou certo que bem pouca gente tem uma lembrança clara das suas palavras ou significado das mesmas. E, contudo, o Sermão da Montanha, segundo a versão de São Mateus, Capítulos V a VII, não só ensina as verdades espirituais mais profundas,  como também indica o procedimento segundo o qual qualquer pessoa pode obter saúde,  bom êxito e tranquilidade;  paz da mente e paz da alma."

A essência da felicidade      Martin Claret

Esse texto Claret retirou do Reader's Diagest,  de autoria de T.  F.  Murphy.  Ele indica o quanto deveríamos prestar mais atenção ao Sermão da Montanha para obter a felicidade e a paz. Não vou me deter no sermão pois já foi tema de estudo neste blog. O trecho apenas reforça que muitas pessoas enxergam da mesma maneira: que Jesus revelou a essência da felicidade.  Pena que não queremos ouvir,  preferimos sofrer.  Mas é sempre uma escolha.

O Sermão fala da importância do reino. Como fazemos para buscar o reino de Deus em primeiro lugar?  Por que queremos buscar primeiro nosso próprio conforto e nossas necessidades achando que isso trará felicidade?

Como manipuladores usam a necessidade do manipulado para controla-lo?  E o manipulado se acha feliz sendo controlado pelo manipulador,  vive uma ilusão horizontal.

Em Juízes  é contada a história de Sansão,  homem escolhido por Deus.  Seu nascimento foi anunciado por um anjo de maneira milagrosa, pois sua mãe era estéril.  Sansão nasceu para libertar o povo do jugo dos filisteus, inimigos do povo de Deus.  Sansão foi juiz de Israel.

Sansão se apaixonou por uma mulher do povo filisteu.  Seus pais o aconselharam a escolher entre as filhas da terra, não do inimigo. No entanto, isso vinha do Senhor.  Creio que para prepara-lo para o que seria a grande traição contra ele.

Casou-se com  essa mulher.  Sansão propôs um enigma ao povo da esposa,  se conseguissem resolver ganhariam 30 túnicas de linho e 30 mantas. Se não,  eles dariam-nas a Sansão.

Não conseguindo decifrar o enigma,  decidiram ameaçar a esposa de Sansão.  Disseram que queimariam a fogo ela e a família. Então ela usou de chantagem emocional e chorou nos sete dias que celebravam a boda até que ele revelou o segredo,  porque ela o importunava.

E assim ela descobriu o segredo e contou aos filisteus. Sansão perdeu. E o final foi trágico  porque no final mataram ela e a família dela.

Sansão perdeu. Não teve êxito no enigma. Sua esposa perdeu mais do que a saúde,  perdeu a vida. E ele perdeu a tranquilidade. Mas isso vinha do Senhor,  era apenas uma lição que o prepararia para algo pior.

Uma das lições que Sansão aprendeu é que não se pode acreditar em chantagem emocional.  Se alguém se faz de coitado porque não contaram algo devemos sempre nos perguntar porque tanto a pessoa quer saber aquilo. A mulher de Sansão o traiu.  Tudo bem que o motivo não era torpe, estava apenas sendo ameaçada,  mas mesmo assim o certo era  não ter contado.

Quando querem saber muito, quando há muita insistência,  quando querem tomar dados à força,  alguma coisa tem. E não é raro se tratar de traição. Mesmo que por  motivos de defesa própria,  como no caso da mulher de Sansão.

Por isso,  não devemos revelar segredos. Nem alheios, pessoais de terceiros,  nem profissionais.  E desconfie sempre de quem não tem necessidade de saber e forçar a saber. Por que saber?  Em que isso é útil?  A pessoa precisa mesmo saber? Podemos revelar o alheio?  Para que saber algo que não lhe diz respeito  e nem é necessário usar?

E o pior é quando usam nossas emoções: "Se você é meu amigo,  me conte tudo, não esconda nada". E vai lá a inocente criatura que é carente, tem medo de perder o "amigo" e trai segredos profissionais e de colegas.  Lamentável o nível de falta de profissionalismo. Quem é amigo, continua sendo mesmo não revelando os segredos para o "pobre coitado ".

Se fosse amigo de verdade não precisava recorrer a esses recursos para obter dados que não lhe dizem respeito. Não precisaria recorrer à chantagem emocional.  Essa pessoa está pedindo mesmo por problemas ao contar o que não lhe diz respeito. Muitos contam diretamente ao inimigo, achando que se trata de amigo. Como fez Sansão que achava que não era nada,  apenas contaria à esposa,  carne da carne dele.

Ah! As inocentes criaturas,  como os manipuladores usam essas pessoas!!!

E o pior é que traem os segredos por causa de necessidades pessoais.  Que não contribuem nada com o reino. Trata-se apenas de suas carências pessoais. Essas pessoas não conseguem ver o vertical, o reino mais importante do que as próprias necessidades.  São muito horizontais.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Onde está a perfeita alegria?

"Em vésperas de sua morte,  disse o Nazareno a seus discípulos: 'Eu vos dou a paz, eu vos deixo a minha paz'. E, para evitar qualquer confusão entre paz e armistício,  logo acrescentou: 'Não dou a paz assim como o mundo a da. Eu vos dou a paz para que minha alegria esteja em vós,  seja perfeita a vossa alegria,  e nunca ninguém tire de vós a vossa alegria."

A essência da felicidade    Martin Claret

Ainda no trecho que Martin separou de Rohden,  vemos que  a paz de Jesus é diferente da paz do mundo. Trata-se de maneiras diferentes de ver um mesmo conceito.  Que paz escolhemos para nós?  O que é paz para nós?

Nessa paz dada por Jesus a alegria dele mora dentro de nós.  E qual é a alegria de Jesus?  Será uma alegria igual a do mundo?  Como o mundo se diverte e onde encontrar a felicidade?  Como Jesus se divertia e encontrava a felicidade?

O que é a perfeita alegria?  Onde encontrá-la? E como evitar que alguém a tire?

Respostas como estas não são encontradas no horizontal,  são verticais.

 A alegria de Jesus estará  no preenchimento de carências?  Estamos vivendo num mundo tremendamente carente. Pessoas têm "vendido" até informações profissionais e até colegas, porque um aproveitador notou essa carência e usa isso a favor dele. Muitos manipuladores percebem quando alguém é carente e vai em cima dessa pessoa,  sabendo que conseguirão tudo dela por causa de uma carência,  porque a alegria dessa pessoa depende de uma atenção que foi "comprada". E essa pessoa consente em "vender-se".

As pessoas só são manipuladas nesse nível porque não tem a perfeita alegria.  Ninguém dá essa alegria e também ninguém tira essa alegria. Não é preciso comprar nem Jesus vende a alegria que vem dele. É a alegria perfeita,  que não causa dependência.

Fico  muito preocupada quando vejo pessoas dependentes de coisas supérfluas,  que passam.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Como curar males do ego?

"Quem procura curar os males do ego pelo próprio ego,  comete um erro fatal de lógica e matemática.  Não há cura de igual a igual - mas tão somente de inferior para superior,  de vertical para horizontal.  Camuflar com derivativos e escapismos a infelicidade não é solucionar o problema;  é apenas mascara-lo e transferir a infelicidade para outro tempo - quando a infelicidade torna a se manifestar com igual violência.

A cura e erradicação consiste unicamente na entrada numa nova dimensão de consciência e experiência.  Não consiste numa espécie de continuismo - mas sim num novo início,  numa iniciativa inédita,  numa verdadeira iniciação.  Não se trata de 'por remendo novo em roupa  velha', na linguagem do Nazareno; trata-se de realizar a 'nova criatura em Cristo' que é a transição da consciência do ego horizontal e ilusório para a consciência do Eu vertical e verdadeiro."

A essência da felicidade    Martin  Claret

A citação de ontem e de hoje foi retirada do livro "O caminho da felicidade" de Humberto Rohden.  Segundo Rohden não se cura males do ego pelo próprio ego. É o caso da competição desenfreada que temos atualmente. Pessoas querem massagear seus egos mostrando-se mais  (mais rico, mais poderoso,  mais bonito, mais inteligente,  mais eficiente,  mais influente,  enfim,  mais alguma coisa que agrada o ego). Infelizmente essa é a busca sem fim que não traz saciedade. Sempre a pessoa precisará ser mais.  Nunca a pessoa estará contente.

O escapismo tão comum na sociedade moderna leva muitas  pessoas a até terem melhores condições financeiras e acesso a mais produtos e serviços,  mas trouxe também mais pessoas deprimidas, ansiosas e em pânico.  Muitos também estão se suicidando. As pessoas tentam solucionar seus problemas tentando escapar em vícios, que também podem ser hábitos  excessivos,  como excesso de redes sociais,  excesso de jogos.  Nossa sociedade moderna tem escapado de que?  E como isso apenas mascara a infelicidade?  Como transferimos a infelicidade para outro tempo?  E o que faremos quando chegar esse tempo e a infelicidade vier com dobrada violência?

Como tentamos curar males do ego pelo próprio ego? E como mudar, sair da dimensão do ego para dimensão da consciência e experiência?  Como sair do continuismo e fazer tudo diferente?  Como fazer a verdadeira iniciação?

A felicidade está em novos inícios,  em experimentar algo totalmente inédito.  Em outras palavras, a felicidade está em sair da zona de conforto.  Aparentemente, nossa zona de conforto nos traz felicidade.  Não queremos sair dela. E então não encontramos o novo que nos traz felicidade verdadeira.

Jesus já ensinou que não se põe remendo novo em roupa velha. Ele explicou que é necessário ser nova criatura,  tudo se faz novo. Todas aqueles hábitos de agradar o ego devem ser deixados para trás.  A nova criatura deixa de vez o ego horizontal e ilusório  e foca no Eu vertical e verdadeiro.  Um Eu despojado de ego.

Curar  males do ego é abandonar o que agrada o ego. Quanto mais queremos afirmar nosso ego, tanto mais estamos doentes do ego. Quanto mais nos despojarmos do ego, mais curados estaremos.