O autor chama a atenção para as mazelas físicas e psíquicas do ser humano. Violência social, fome, fármaco dependência, enfim, esses problemas o incomodam? Ele pergunta se procuramos ajudar nosso semelhante.
Essa é uma boa reflexão para ajudar- nos a olhar para fora dos nossos próprios problemas. Sabemos que em geral a vida do brasileiro é dura. Ele tem que se virar para sobreviver e ajudar a si próprio. Não tem tempo nem energia para pensar em problemas da humanidade. Mesmo assim, com um pouco de esforço podemos ao menos nos conscientizar desses problemas. Talvez pessoalmente a maioria dos brasileiros não estão em condições de ajudar o próximo. Então o que fazer? Penso que um bom início é apoiar os movimentos sociais que se preocupam com as mazelas humanas. Mesmo que seja apenas um apoio moral por enquanto. Penso que se colocarmos energia e foco nesse tipo de problema, conseguiremos fazer algo, de alguma maneira vamos descobrindo maneiras de ser mais ativos.
Temos um problema gigantesco de violência social em nosso país. Grandes índices de criminalidade, fome, pobreza extrema, falta de condições mínimas de saúde, educação, segurança. Esses são problemas prioritários. Atacar diretamente esses problemas talvez não seja a solução, estaremos apenas enxugando gelo, sem jamais avançar. Esse é um problema a ser resolvido no longo prazo. Esse é um problema a ser resolvido pela raiz. Esse é um problema que exige uma discussão ampla de toda a sociedade. Exige ouvir vários especialistas. Claro que precisa de um começo. Alguma coisa deve ser feita, mesmo que não resolva completamente.
Uma das soluções pela raiz é dar melhores condições para a população. Não adianta fazer mais cadeias e prender se não atacarmos o problema pela raiz. Nosso país produz criminalidade por causa da desigualdade. A maioria das pessoas gostaria de ganhar a vida honestamente, a maioria das pessoas gostaria de viver uma vida digna. As famílias são desestruturadas e as crianças não recebem a educação que merecem. Muitas mães trabalham por necessidade e não tem com quem deixar os filhos. Isso produz crianças sem referências. Muitas deixam de frequentar a escola, agravando mais ainda a situação. Muitas crianças então têm contato com drogas e com o mundo da criminalidade quando o certo seria estarem protegidas e longe de um ambiente inóspito. E o que produzimos como sociedade? Justamente o que não queremos. Os próprios pais muitas vezes não tem referência e nem condições de prover uma boa referência para os filhos, pois eles próprios foram vítimas do sistema. Esse ciclo precisa acabar.
O mesmo ocorre com saúde. Quantas doenças são decorrentes da falta de saneamento básico e informações básicas? Gasta-se tanto com a construção e manutenção de hospitais e postos de saúde quando a questão pela raiz seriam ações preventivas e educativas. Quantas pessoas tem hábitos nocivos que só prejudicam a saúde e não tem consciência disso? Quantas pessoas carecem de hábitos saudáveis que preveniriam muitas doenças? Será que a pobreza extrema não sai mais caro? Combatê-la poderia ser econômico tanto em presídios como em hospitais. E o fundamental: traria dignidade para as pessoas. Traria um senso de valor para as pessoas.
Eu sinto um incômodo muito grande com os problemas da humanidade. Sei que a discussão sobre o tema abrange muito mais do que consegui expor, ela deve ser pauta para muitas outras discussões. Ainda há muito a se refletir, descobrir e pensar a respeito.
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