quarta-feira, 18 de abril de 2018

Você usa opiniões, fatos ou boatos?

"Se ainda assim ela vir as coisas de forma diferente,  você pode explicar porque o seu ponto de vista faz mais sentido.  Use fatos para embasar suas opiniões e seja específico.  Se mesmo assim vocês discordam,  a pessoa com maior autoridade deve tomar a decisão.  Se for você, atenue o fato de estar se sobrepondo a outra pessoa admitindo que não há certo ou errado,  mas que,  como é o responsável pela decisão,  precisa usar o bom senso. Peça-lhe para apoiar sua decisão.  Se for o oposto, ceda e ofereça a ela o seu apoio."

As percepções são diferentes,  cada pessoa enxerga o mundo a sua maneira, dependendo muito de seu background,  isto é,  de sua vivência e experiências.  Outro fator que pode interferir é como se sente, as emoções interferem na nossa percepção.  Portanto, duas pessoas podem ter visões completamente diferentes de um mesmo assunto e isso é saudável.

Algo que pode fazer a diferença quando há visões conflitantes são os fatos. Opinião cada um pode ter uma, somos livres.  Os boatos são sempre doentios,  devemos evitar participar deles. Os fatos podem fazer a diferença.  E ter dados seguros,  isentos de opiniões e boatos é o que diferencia o bom profissional. A pessoa que toma decisões deve estar atenta a isso.  Deve saber diferenciar opinião,  boato e fato. Muitas vezes é difícil,  por causa das emoções.  É possível que as emoções nos façam confundir o que é fato, boato e opinião.

No estudo de caso, a Sra Drama era a pessoa da opinião e do boato. A colega gostava de fatos. Sra Drama tentava convencer os outros pela emoção.  A colega usava argumentos.

A percepção é inerente a quem recebe a informação.  A perícia que a colega solicitou com o psiquiatra seria baseada em fatos,  ele é um especialista,  não alguém que dá opinião sem ter estudado nem alguém sujeito a boatos e fofocas. Por ser um terceiro que a Sra Drama não pode controlar, nem prejudicar posteriormente com a influência que tem sobre o amigo íntimo,  podemos dizer que também é um terceiro imparcial. Portanto,  natural que ele decidisse sobre a alegada loucura. 

Ontem disse que a Sra Drama foi humilhada com a constatação de que a colega não era louca. Esse é um bom exemplo de percepção.  Como assim humilhada?  Um leitor atento perguntaria ao invés de formar uma opinião.  Um leitor no piloto automático faria inferências de acordo com sua história de vida. Alguém que tem orientação para o externo poderia interpretar que a colega foi apresentar o laudo para a Sra Drama, fazendo graça com ela, ou que tenha dito a todos sobre o laudo. Um leitor com  orientação interna poderia ter interpretado que a Sra Drama foi humilhada perante ela mesma,  ao saber que foi contrariada,  ou humilhada perante a todos que leram.

Enfim, a certeza mesmo, isenta de opiniões,  teria o que perguntasse e esclaresse.  A colega não apresentou o laudo a ninguém,  não fez comentário,  sequer falou com a Sra Drama ou outras pessoas.  A Sra Drama foi humilhada porque para ela é muito importante estar certa. É muito importante que todos façam o que ela quer. E o psiquiatra não fez o que ela queria. Ele teve como base seus anos de medicina,  não a opinião da Sra Drama, nem os boatos.

Obviamente que a colega não pediria uma perícia dessas se a Sra Drama tivesse continuado apenas a emitir opiniões e fazer boatos. A colega sabia que há anos ela fazia isso.  A colega ignorava isso porque é apenas opinião e boato. Só se importou quando a Sra drama fez uma representação,  foi a Sra Drama que colocou isso na prioridade da colega,  pois opinião e boato nunca foi prioridade para a colega, ela não é pessoa de gastar energia e tempo com isso.  Portanto, foi a Sra Drama mesma que pediu para ser humilhada,  quando colocou isso por escrito para prejudicar a colega. Causa e efeito. Uma lei que a Sra Drama parece não entender. A Sra Drama precisava ter aprendido que o que fez foi sério,  não se diz que alguém é louco assim. E a colega nem ligava, mesmo se a Sra Drama tivesse escrito e colocado em suas gavetas, pois também está fora do código de ética da colega invadir mesa e gavetas. A colega não gasta tempo e energia com mesas e gavetas alheias.

Novamente,  a segunda perícia tinha como objetivo fazer essa separação.  Fato, boato ou opinião?  Opinião e boato é fácil criar. Difícil trabalhar com fatos embasados e específicos.  E de terceiros imparciais fora das garras da Sra Drama. Bons profissionais são imparciais e embasam em fatos.

Agora vamos para as posições de autoridade. A autoridade que Sra Drama alegou na representação de chefe dos funcionários foi derrubada por ela mesma, quando juntou o ofício de pedido para coordenar os terceirizados.  Portanto a próxima autoridade era o amigo íntimo dela, cujas percepções estavam esfumaçadas pela emoção.  Havia mais duas autoridades a favor da colega. Havia o terceiro imparcial que foi justo mas não conseguiu falar um "não" para o amigo íntimo dela.  Mas também não poderia deixar de mostrar qual era o problema.  E houve finalmente outro terceiro imparcial que inocentou a colega.  Quatro autoridades contra uma. Se for contar o o psiquiatra teríamos cinco. Se fosse feita a perícia e contasse o especialista, seis.

Por que?  Talvez a Sra Drama não enxergou que havia muito boato e opinião,  a colega foi a única que insistiu nos fatos. Bons profissionais preferem fatos, repudiam boatos e são cautelosos com opiniões.



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