terça-feira, 17 de abril de 2018

Você é aberto a outros pontos de vista?

"Quando uma pessoa vê as coisas de uma forma diferente de você,  considere a possibilidade de ela estar certa.  Ao abrir-se para novas possibilidades,  você se livra da humilhação de ter sido intransigente se for constatado que você estava errado. Isso também estimula a troca respeitosa de idéias (...) Quando você discorda de uma pessoa,  é importante que ela saiba como você se se sente.  Também é importante que você fale de forma a não fechar as portas para as opiniões dela. Diga "eu tenho uma visão diferente" e não apenas "discordo", pois isso significa que você acha que a outra pessoa está errada.  "Eu tenho uma visão diferente" dá a idéia de que "você pode estar certo, mas deixe-me dizer o que acho". Fazendo isso,  você permanece aberto para o ponto de vista dela."

Ainda sobre o quarto fundamento, Levine insiste na flexibilidade,  na abertura para outros pontos de vista. O profissional de sucesso não se sente absoluto, o outro pode estar certo e isso  está ok e não mexe nem um pouco com sua auto estima. É importante saber perder, mas muitas pessoas não aprenderam a perder e deslocam esse comportamento para a vida profissional. Isso passa a impressão de péssimo profissional.  Temos que admitir nossos erros ao invés de tentar cubri-los com Desculpas.  A racionalização é uma inimiga do bom profissional.  A responsabilização é uma amiga do bom profissional.  É uma questão de valores.  Racionalizar ou responsabilizar-se?  Quem tem valores firmes não explica o erro, muito menos o esconde.

Voltando ao estudo de caso, a pretendente a chefe deu a certeza absoluta que a colega era louca. Manipulou todos que pôde para testemunharem assim,  usando os métodos já abordados.  Ela não admitia outra possibilidade,  ela achava mesmo que tinha formação psiquiátrica. Achar todos podem, mas é preciso dar abertura para que possa estar errada,  ela não deu nenhuma, fazendo inclusive quesitos para o psiquiatra pensando que iria manipulá-lo também. Obviamente que ele que estudou comportamento não seria manipulado.  Como disse, nos escritos ela deixou parte do mindset dela. As atitudes e comportamentos dela estavam ali. Tanto o psiquiatra como a psicóloga concordaram que o comportamento da Sra Drama foi inapropriado. E ela passou humilhação por ter sido intransigente.

A colega não afirmou que não era louca. Ela deu essa abertura,  simplesmente respondeu que só acreditaria naquilo quando um médico atestasse,  que a Sra Drama não tinha autoridade para tal diagnóstico.  A colega não passou a humilhação e se o psiquiatra atestasse também estava ok,  pois ela deu essa abertura de ter a visão diferente,  de achar que a outra não podia diagnosticar nada, mas se fosse confirmado por um profissional da área ela aceitaria o diagnóstico da Sra Drama. Uma foi intransigente e se achava absolutamente certa numa área desconhecida para ela. A outra deu abertura. Quem teria mais conhecimento nessa área?  A colega estudou comportamento na pós graduação e gostava do assunto,  fazia anos que acompanhava o site do psych central. Mesmo assim não se julgou autoridade.

Quanto ao segundo assunto de perícia,  a colega tinha feito um curso correlato,  ou ao menos iniciou, tendo um pouco de conhecimento.  E a pós graduação também tratou um pouco disso, já que sua pós graduação é em perícia criminal. Mesmo assim a colega não deu certeza alguma,  deu a abertura, mostrou apenas que não compartilhava da idéia da Sra Drama. Apenas pediu que um especialista na área falasse, que ela estava disposta a ouvir. A Sra Drama, por sua vez, deu certeza absoluta. Mesmo após juntados documentos e a  testemunha principal ter confirmado qual foi o problema,  ela continuou a afirmar categoricamente.  Não quis ouvir um especialista,  provavelmente porque passaria a segunda humilhação por ter sido intransigente. E por isso impediu a perícia.

Mesmo na vida pessoal da Sra Drama, ajudaria muito se ela não se achasse absoluta,  se ela considerasse a possibilidade de ela estar errada. Com certeza, ela sofreria muito menos com os dramas. Ajudaria muito se ela confessasse, pelo menos para si, seus erros do passado.  Ajudaria muito se diante da descoberta de sua intransigência,  passasse a escolher abrir-se a outras possibilidades e a dar opinião apenas como uma visão diferente,  não como uma verdade absoluta.

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