"O respeito sincero se baseia na convicção de que os pensamentos e o tempo das outras pessoas tem tanto valor quanto os seus. Tratá-las dessa forma faz de você uma pessoa melhor".
Para finalizar o segundo fundamento, Levine menciona o respeito sincero. Assim, devemos respeitar os pensamentos das outras pessoas, mesmo que sejam diferentes. Eu posso discordar, mas jamais forçar alguém a fazer ou pensar da maneira como eu quero que seja. O mesmo ocorre com o tempo, no trabalho não podemos forçar os outros a usar o tempo da maneira que queremos ou usarmos o tempo dos outros inadequadamente.
A pessoa do estudo de caso não entendia nada que fosse fora do padrão mental dela. As pessoas tinham que seguir o roteiro dela. Ela tinha tanta necessidade de controlar que achava que tudo que fugia aos seus padrões deveria ser eliminado. Ela não entendia a discrição da colega. Ela achava que a colega devia contar sua vida a ela. Ai se não contasse. Deixou por escrito esse incômodo, como se a colega fizesse algo errado por não compartilhar tudo com ela. Ela ultrapassava os limites da privacidade dos outros. São vários comentários que deixou por escrito que mostram invasão. Um leitor atento e que também tenha um padrão discreto deve ter visto o mesmo absurdo. Não é obrigação de ninguém contar toda a vida a ela. E o desrespeito à privacidade é claro. E houve algo que ela escreveu que foi maldoso, pessoas com um mínimo de filtro para esse tipo de coisa teria percebido a impertinência. Para que?
Havia também nos escritos evidências de comportamento de intriga. O principal foi baseado em disse que disse. E ainda ela escreveu que estava com mais duas pessoas supondo o que tinha acontecido no passado. Qual a pertinência disso e não seria fazer intriga? Meios realmente profissionais não gostam de intrigas. Ambientes sérios não admitem intrigas, fofocas, disse-que-disse. Um leitor sério a esse respeito também teria visto não respeito a esse fundamento segundo. A colega nem pestanejou, pediu abertura de tudo.
Ela também nunca respeitou o tempo da colega. Fazia diversas interrupções por dia para falar da pessoa que não gostava. Nem todos gostam deste tipo de conversa e a colega demonstrou incômodo, pois de fato começou a se sentir constrangida. No início a colega sentiu pena dela, mas com o tempo, viu que aquele suposto algoz não lhe fazia mal algum, o que tornava pior os comentários. A colega orientou-a a resolver o problema diretamente com ele. Ninguém é obrigado a ouvir outra pessoa falando de um terceiro que não estava presente para se defender. A pretendente a chefe tomou essa orientação como ofensiva. Ela não entendeu que as pessoas não precisam odiar quem ela odeia, que as pessoas pensam diferente e não querem participar dos seus dramas. Além disso, interrompia para falar da vida de outros, sem respeito às escolhas de cada pessoa. Ela criticou praticamente todos do local, por não fazerem como ela achava que deveria.
Falando em dramas, essa pessoa também interrompia o trabalho para repetir diversas vezes sobre os traumas de sua vida. Era o ex marido que havia traído ela. Era enteada que não lhe agradecia o suficiente, afinal as estórias eram que era tão boa para enteada. Eram os ex-chefes, aí tinha uma coleção, inclusive da outra cidade onde trabalhou com o amigo íntimo dela. Ela não gostava desse e contava a todos que até ele teve que pedir desculpas a ela, pois o amigo íntimo dela o obrigou. Ele brigava com os colegas por causa dela. A colega pensou que deveria ser desculpas por qualquer bobagem com a qual ela implicou, como implicava com o da bola da vez, que nunca fez nada para ela.
Mesmo o respeito ao amigo íntimo dela não era sincero. A colega já ouviu que ele bebia demais, que era mulherengo. Essa de mulher até deu polêmica, pois tinha outro caso que estava meio pendente. Ela contou que a mulher em questão era amiga do amigo íntimo dela e que eles trocaram emails comprometedores quando ambos trabalhavam na outra cidade. Enfim, todos ficaram sabendo dessa amizade porque ela contou mesmo. Mas ninguém questionou como ela soube dos emails, bem, nem a colega, pois era capaz dela chorar copiosamente e achar muito ruim. Teria ele contado para ela? A colega supôs que voluntariamente seria difícil. Só se o embebedou ou se foi vasculhar o email dele. Parecia ter um fundo de verdade, pois essa mulher foi condenada, o esquema dela era uma espécie de criar dificuldade para vender a facilidade, então no curso disso tudo ela disse para a mídia local que era amiga dele. E ele, que também era homem de mídia, respondeu que não trabalhava mais no núcleo, o que era estranho, pois ele estava lá todos os dias.
Outro comentário polêmico da pessoa ocorreu após ele ter feito algo que a contrariou, era uma bobagem, mas ela não gostou e revelou à colega que a irmã dele era dona de auto escola. A colega não perguntou mais nada. É que quase todas as auto escolas tem o quebra, e isso é ilegal. E considerando o que ele fazia antes... Era um comentário bem maldoso, visto que todos fazem inferências mesmo do não dito, a colega nem quis saber se havia fundo de verdade. Ficou horrorizada e guardou para si.
Sei que é bem desagradável até de ler isso. Causa um impacto ruim. Por isso a colega não repetiu isso. Mas de fato mostra o que não é respeito sincero. As pessoas comuns erram, talvez pisem de vez em quando na bola, falam mal de terceiros ausentes, criticam o modo de vida dos outros. Tudo isso acontece de vez em quando, é humano. Mas na proporção e maldade como ela fazia era incomum.
A Bíblia não concorda com esses comentários, o livro de Provérbios é farto de versículos sobre as fofocas, intrigas, maledicências, mulheres rixosas. De fato não se deve condenar alguém por não participar disso. Muito pelo contrário, profissionais sérios não participam desse desrespeito.
Isso também indica como a pessoa usava o controle. De um lado, tentava convencer as pessoas que elas lhe deviam favores. De outro, tentava saber o máximo da vida das pessoas para usar isso contra, se necessário. A colega foi ameaçada. Essa pessoa disse que se não fizesse sua vontade, tinha um dossie que a prejudicaria. A colega não fez a vontade, pois nunca teve medo de dossie, pelo contrário, quis até saber o que seria isso. E era um monte de disse-que-disse e mal entendidos.
Mesmo assim, é uma advertência a todos, pois prevenção é melhor que remediar. Temos que tomar muito cuidado na nossa vida pessoal e profissional, pois uma pessoa mal intencionada pode usar de muitos meios para forçar o controle. E até nos prejudicar profissionalmente, ou até nos exigir algum absurdo. A colega foi firme, pois nem devia nada, nem temia nada, pois não tinha feito nada.
E não custa repetir, Deus é misericordioso e ama a todos, dá a chuva a justos e injustos, podemos nos indignar com ações, mas orar para que seja um filho pródigo que volta a casa do Pai e é perdoado e recebido com festa. Deus ama mesmo assim todas as pessoas. Deus a ama e quer fazer uma festa a ela.
Esse é um exemplo de falta de respeito, mas podemos acreditar num milagre. No maior milagre do mundo.
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