quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Qual a essência da felicidade?

"Qual a razão última por que muitos homens não são felizes,  quando o poderiam ser?  Passam a vida inteira, 20, 50, 80 anos marcando passo no horizontal do seu ego externo e ilusório - nunca mergulharam nas profundezas verticais do seu Eu interno e verdadeiro.  E, quando sua infelicidade se torna insuportável,  procura atordoar, esquecer,  narcotizar temporariamente,  esse senso e infelicidade,  por meio de diversos expedientes da própria linha horizontal,  onde a infelicidade nasceu.  Não compreendem  seu erro de lógica e matemática: que horizontal não cura horizontal  - assim como as águas de um lago não movem uma turbina colocada ao mesmo nível.  Somente o vertical pode mover o horizontal - assim como somente as águas duma cachoeira podem mover uma turbina." A essência da felicidade.  Martin  Claret

Gosto muito dos livros de bolso de Martin Claret.  Ele cita trechos de vários autores diferentes acerca de um tema. O tema desse livreto é felicidade. Onde encontra-la?  Por que existem tantas pessoas infelizes?  Por que existem tantas pessoas vivendo de aparências achando que encontra felicidade nas aparências?

O primeiro ponto tratado é  o ego externo e ilusório. Ele não traz felicidade.  O contraponto disso é mergulhar no seu Eu. É conhecer-se melhor. Na confusão diária,  muitas  vezes esquecemos quem somos e nos moldamos a quem querem que sejamos. E somos infelizes com esse molde que agrada o ego externo e horizontal. Quantas coisas fazemos só por que é esperado de nós?  Quantos tem a coragem de viver autenticamente e ser feliz por ter escolhido o que quis, saindo dos moldes que os outros impõem? Poucos. E talvez viver seu Eu custe caro. Por isso muitos deixam de ser autênticos para viver uma ilusão.

O segundo ponto  importante é a busca da felicidade em algo que nos faça esquecer da infelicidade. Por que achamos que vícios nos farão felizes?  Talvez não se recorra a drogas lícitas ou ilícitas, mas há outros vícios que aparentemente nos dão a sensação  de felicidade, como comida, roupas, compras em geral, etc. Quando estivermos recorrendo a esses expedientes temos que nos perguntar do que estamos fugindo e se esconder-se nesses vícios realmente traz a felicidade.  E a resposta é que dificilmente qualquer expediente horizontal como esses trará.

O autor desse trecho conclui que  apenas o vertical cura o horizontal,  cura o ego externo e ilusório. Vertical é procurar respostas dentro de si, é conhecer-se melhor. É fazer as perguntas que levam a respostas que muitas vezes não queremos ouvir, mas que são extremamente necessárias para nossa felicidade.

Vertical é encontrar algo além de nosso ego exterior e ilusório.  Em quantas coisas ilusórias, que são aparências, temos nos agarrado?  Se nossa vida tem muito de horizontal,  nossa felicidade  está no vertical.  Por que não refletir sobre nós mesmos e nessas necessidades horizontais?  Como nos libertar dessas necessidades? O dia que descobrirmos, talvez estaremos bem perto da felicidade pura, não ilusória.

Jesus falava do Rio de águas vivas, transbordante.  Ele não ligava para externalidades,  importava o que estava fluindo dentro das pessoas  e o convite era buscar o interno em contraponto com o externo. O interno é tão forte, segundo o Mestre, que  existe um rio dentro de cada um. Ele falava em estar tão saciado que nunca mais teremos sede.



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