"Qual a razão última por que muitos homens não são felizes, quando o poderiam ser? Passam a vida inteira, 20, 50, 80 anos marcando passo no horizontal do seu ego externo e ilusório - nunca mergulharam nas profundezas verticais do seu Eu interno e verdadeiro. E, quando sua infelicidade se torna insuportável, procura atordoar, esquecer, narcotizar temporariamente, esse senso e infelicidade, por meio de diversos expedientes da própria linha horizontal, onde a infelicidade nasceu. Não compreendem seu erro de lógica e matemática: que horizontal não cura horizontal - assim como as águas de um lago não movem uma turbina colocada ao mesmo nível. Somente o vertical pode mover o horizontal - assim como somente as águas duma cachoeira podem mover uma turbina." A essência da felicidade. Martin Claret
Gosto muito dos livros de bolso de Martin Claret. Ele cita trechos de vários autores diferentes acerca de um tema. O tema desse livreto é felicidade. Onde encontra-la? Por que existem tantas pessoas infelizes? Por que existem tantas pessoas vivendo de aparências achando que encontra felicidade nas aparências?
O primeiro ponto tratado é o ego externo e ilusório. Ele não traz felicidade. O contraponto disso é mergulhar no seu Eu. É conhecer-se melhor. Na confusão diária, muitas vezes esquecemos quem somos e nos moldamos a quem querem que sejamos. E somos infelizes com esse molde que agrada o ego externo e horizontal. Quantas coisas fazemos só por que é esperado de nós? Quantos tem a coragem de viver autenticamente e ser feliz por ter escolhido o que quis, saindo dos moldes que os outros impõem? Poucos. E talvez viver seu Eu custe caro. Por isso muitos deixam de ser autênticos para viver uma ilusão.
O segundo ponto importante é a busca da felicidade em algo que nos faça esquecer da infelicidade. Por que achamos que vícios nos farão felizes? Talvez não se recorra a drogas lícitas ou ilícitas, mas há outros vícios que aparentemente nos dão a sensação de felicidade, como comida, roupas, compras em geral, etc. Quando estivermos recorrendo a esses expedientes temos que nos perguntar do que estamos fugindo e se esconder-se nesses vícios realmente traz a felicidade. E a resposta é que dificilmente qualquer expediente horizontal como esses trará.
O autor desse trecho conclui que apenas o vertical cura o horizontal, cura o ego externo e ilusório. Vertical é procurar respostas dentro de si, é conhecer-se melhor. É fazer as perguntas que levam a respostas que muitas vezes não queremos ouvir, mas que são extremamente necessárias para nossa felicidade.
Vertical é encontrar algo além de nosso ego exterior e ilusório. Em quantas coisas ilusórias, que são aparências, temos nos agarrado? Se nossa vida tem muito de horizontal, nossa felicidade está no vertical. Por que não refletir sobre nós mesmos e nessas necessidades horizontais? Como nos libertar dessas necessidades? O dia que descobrirmos, talvez estaremos bem perto da felicidade pura, não ilusória.
Jesus falava do Rio de águas vivas, transbordante. Ele não ligava para externalidades, importava o que estava fluindo dentro das pessoas e o convite era buscar o interno em contraponto com o externo. O interno é tão forte, segundo o Mestre, que existe um rio dentro de cada um. Ele falava em estar tão saciado que nunca mais teremos sede.
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