segunda-feira, 6 de agosto de 2018

De quem é a culpa?

"Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça,  por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades,  ou de seus esforços.  Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvalida e culpa-se,  o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição de sua ação.  E, sem ação,  não há revolução!" Chomsky e as 10 estratégias de manipulação midiatica

O Sistema econômico acaba por massacrar o pequeno. E faz o pequeno achar que a culpa é dele. Culpa não resolve se ficarmos parados nos lamentando na culpa. Nós somos os responsáveis pelo nosso resultado.  Mas isso é diferente de sermos culpados. 

Um exemplo são as grandes empresas. Aconteceu comigo com a Polishop.  Registrei no Blog minha indignação.  Eles extraviaram um pedido meu e a estratégia foi colocar a culpa em mim. Cada vez era uma estratégia diferente,  mas sempre tentando me culpar.  Uma hora era que estava ausente no dia da entrega, o detalhe é que tem portaria 24 horas e mesmo se o porteiro tivesse se ausentado é possível chamar o apartamento direto e eu estava em casa. Tentavam culpar-me por não estar presente. Outra hora era porque um formulário não estava preenchido corretamente.  Outra hora afirmaram ter entregue. Tentavam me culpar por ter recebido!  Eu então pedi comprovante com assinatura de recebimento.  Se o extravio fosse no condomínio,  era só comparar assinaturas,  horário,  gravação de câmera de segurança e eu deixaria de cobrar a Polishop, passaria a cobrar o condomínio.  É muito simples. Só acabou a sina quando acionei o Procon. Eu não aceitei a culpa, embora aceitei a responsabilidade pelo resultado. Nunca mais comprei para receber por transportadora ou correio. Agora vou direto no officce.  Queria desistir do negócio,  mas pensei bem e não achei justo, pois algumas clientes gostaram dos produtos. Eu mesma gosto.  E tinha pagado caro no kit de empreendedor.  Havia como evitar o problema sem desistir do negócio.  Agora não recomendo mais compras por transportadora e aceito minha responsabilidade com a atitude de nunca mais comprar pela Internet.  Até em outras empresas, vou direto no local, pago e já levo. Há como pegar o kit do empreendedor direto no Officce também.  Bem resolvido. Para tudo há solução.

Do jeito que as empresas dão trabalho e invertem a culpa,  muitos desistem.  Eu não caio nessa!  Sempre luto até o fim. É questão de cidadania. Não podemos desistir porque os poderosos estão colocando obstáculos. Temos que continuar a lutar por nossos direitos.  Afinal, tinha comprado e pago a vista.

No nosso estudo de caso, Sra Drama usou bastante o recurso da culpa. Claro que a colega não aceitou culpa. Responsabilidade é uma coisa, culpa é outra totalmente diferente.  Ela sugeria que a culpa era da colega por ser louca. Culpa dela por ouvir o que não foi dito, ver o que não aconteceu. Culpa porque Sra Drama tinha sido maravilhosa no ponto de vista da Sra Drama. Óbvio que todos no seu ponto de vista se vêem como certos. Sra Drama tentou transferir essas convicções para a colega. Poderia Sra Drama manipular a colega e fazê-la acreditar que ela era louca e via e ouvia a mais? E era tudo culpa da colega, que ela teria que aceitar como um  cordeiro tudo o que Sra Drama dizia e as maldades que fazia?

Óbvio que não.  A colega parece bastante passiva. Parece que não tem boca para nada. Parece que não consegue se defender. Não podemos ir por aparências. 

De fato a colega não tem boca para nada. Não se importa em ficar se defendendo.  Por anos nunca o fez. Sempre calada. Assim é a natureza da colega.  Calada, introvertida.  Não que estivesse fazendo algo tão difícil.  Mas estar calada não significa admitir culpa. Apenas não fazia questão.  Tinha outras prioridades. 

Até quando eram apenas comentários,  que não eram de fato prejudiciais estava tudo bem. Mas quando há uma representação e prejuízo, já é outra coisa. Sra Drama tinha ido longe demais. Aí é preciso não aceitar.  Aí é preciso lutar. Aí é preciso se defender. Não importa quanto seja passiva, calada, introvertida.  Existe um limite e temos que ver quando alguém ultrapassa e aí estar pronto para se defender.

Ninguém tem o direito de atacar, mas todos têm o dever de não ficar deprimido e nem ter suas ações inibidas. É preciso ação, dependendo da linha que ultrapassam. Para tudo deve haver um limite. E podemos nos defender honestamente,  com integridade.  E isso fez a colega.  A perícia é uma das coisas mais íntegras que existe. O perito é imparcial.  Não está de lado algum, apenas vê o que está a sua frente de maneira imparcial.

O perito é como o Procon.  Se um consumidor pede algo absurdo, é lógico que não pode acionar o Procon. Mas quando tem provas de que tentou resolver com a empresa, que usou todos os recursos, que pediu comprovante de entrega e a empresa é que não comprovou. Então pode acionar. 

É lógico que ninguém aciona o Procon se não tiver certeza que foi lesado. Assim como não há porque pedir perícia sabendo que está errado. E é preciso não aceitar a culpa de manipulação.  Se a culpa é verdadeira, aí sim devemos aceitá-la e fazer diferente das próximas vezes. Se na perícia o médico psiquiatra dissesse que a colega era louca, ela aceitaria. Se na perícia do caso em questão o perito desse razão a Sra Drama, aí a colega aceitaria. Aí sim se mostraria aceitável.

É preciso ficar bem atento para a culpa, pois também é técnica muito usada por quem quer manipular.  Diria que depois do apelo emocional vem a culpa, em termos de mais usados.  Portanto,  atenção redobrada quando alguém tenta colocar uma culpa que não condiz com a realidade. Questione a culpa. Questione e busque outras fontes de informação.  Sra Drama não é fonte que se confie nesses quesitos.  Assim como uma grande empresa não é fonte que se confie, pois ela visa o lucro e nem está aí com o pequeno consumidor. 

Poucos são os que questionam as práticas das grandes empresas. Quando estive no Procon,  conversei com outros reclamantes e comparei as estratégias para enrolar o cliente e são semelhantes.  Pior é que muitos caem e desistem de reivindicar seus direitos.

Quando o cliente vai fazer a sua revolução?  O Procon está aí para ajudar o cliente.  Pena que poucos usam. Há mais lesados que os dispostos a reclamar. É por isso que continuam a fazer isso.



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