sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Prestamos contas do nosso orçamento?

"Princípio 2 - Você prestará contas de todo o dinheiro que passou pelas suas mãos.  Algumas pessoas, depois de tanta má gestão de seus negócios e da vida,  acaba vendo o seu patrimônio ser transferido para outras mãos.  Não tenha dúvida,  elas estão sofrendo esse severo juízo." Aprenda a ser próspero.  Fábio Q.  Lucas

O coach usa a parábola dos talentos para explicar esse princípio.  O Senhor daqueles homens retornou para ver como cada um multiplicou o talento que havia sido colocado sob responsabilidade deles. Dois multiplicaram e um homem apenas guardou o valor,  escondendo-o (Mateus 25:14-29).

Eu vou refletir sobre o bezerro de ouro. Moisés ouviu a confirmação do povo de que cumpriria os mandamentos e subiu novamente ao monte.  Ficou lá por 40 dias e 40 noites.  Este é outro motivo pelo qual precisava de um introvertido.  Um extrovertido acharia um castigo ficar todo esse tempo no monte recebendo instruções para a construção do tabernáculo.  Exigia bastante concentração e foco. Outra caracaracterís de introvertido.  Portanto, não é questão de escolher o melhor ou o pior,  mas saber que cada um tem um papel diferente.  E por isso Deus fez a variedade de pessoas,  não foi para disseminar preconceito, com certeza.  Preconceito é tendência do homem caído.  Temos a tendência a excluir o diferente ao invés de analisar qual seu papel.

Enquanto isso o povo ficou ansioso. Não teve paciência para esperar. Fez Arão fabricar um deus que fosse adiante deles. Tiraram o ouro que tinham e fizeram um bezerro para adorar. Deus então pediu que Moisés descesse,  pois o povo havia se corrompido.  Deus ficou irado e queria destruir todos. E construir uma nova nação da descendência de Moisés.  Este intercedeu pelo povo, lembrando de Abraão,  Isaac e Jaco.  Outro motivo para escolha de Moisés como o líder.  Ele orou pelo povo que tinha se insurgido contra ele, querendo até apedrejá-lo quando faltou água.  Moisés tinha capacidade de perdoar. E Moisés sabia da história dos patriarcas, ele não perdeu contato com suas raízes  (Êxodo 32).

Quando Moisés desceu encontrou um justo que não havia se corrompido.  Josué não sabia o que estava acontecendo.  Não participou da corrupção do povo. Moisés ficou irado ao saber qual era a corrupção do povo.  Desobederam ao primeiro mandamento.  Foi uma ira por zelo ao mandamento.  Ele arremessou as tábuas e quebrou-as com os pés.  O povo deve ter se impressionado muito com aquele introvertido irado. Arão desculpou-se dizendo que o povo o constrangeu a fazer isso. De fato o povo se inclinava para o mal. Mais outro motivo para escolha de Moisés.  Ele foi assertivo quando necessário.  Moisés queimou o bezerro,  moeu o pó e deu a beber ao povo. Pediu para que quem fosse do Senhor se posicionasse com ele. Assim foi feito. Um bom líder,  pois deu a chance para o povo repensar seu comportamento.  E se arrepender.  Alguns não se arrependeram, preferiram se agarrar aos padrões do Egito.

O ouro para fazer o bezerro foi aquele que o Senhor ordenara que pedisse aos egípcios quando eles saíram de lá.  O Senhor tinha planos para esse material. No entanto,  o povo, achando que era deles e que poderiam fazer o que bem entendesse,  usou-o para quebrar o mandamento do Senhor.  Aquele que tinham acabado de prometer que cumpririam.

Por que tão rápido assim quebraram o mandamento?  Por ansiedade e por terem os padrões egípcios muito fortes dentro deles. Deus estava dando os mandamentos porque o padrão mental do povo estava incorreto.  Era preciso reformulá-los.  Era preciso deixar de pensar da maneira anterior e passar a pensar como servo do Senhor. Amando-o sobre todas as coisas. Mas preferiram servir a um bezerro que fabricaram.

Nós fazemos isso. Nossos padrões mentais acerca do dinheiro do Senhor precisam ser mudados.  Sem perceber estamos pegando esse ouro dado pelo Senhor e trocando por ídolos da atualidade.  Moisés deu o ouro deles para beber. Usemos o exemplo da bebida.  Nosso salário veio da riqueza e abundância de Deus.  Uma pessoa que o troca por bebida porque é viciado coloca o vício acima de Deus. Idolatra a bebida.  Sua família passa por necessidade.  Faz dívidas que não paga, pois usa o seu salário para beber. E com os lábios acha que está adorando a Deus, como fizeram os egípcios.  Muitos estão enganados achando que não acendem a fúria de Deus. Muitos estão como os egípcios achando que dão seu ouro por um Deus de verdade, mas é apenas fabricação de mãos humanas. Esse viciado um dia vai prestar contas de como usou seu dinheiro.

O mesmo ocorre com qualquer outro ídolo que tenhamos. Usamos nosso salário com o que?  Uma televisão maior para ficar adorando a programação?  Um celular de última geração para ficar nas redes sociais?  Uma coleção de bolsas e sapatos para ficar admirando?  Não estou dizendo que isso é errado ou pecado.  Mas temos que nos conscientizar mais sobre o que fazemos com o que Deus nos dá.

Na hora que prestarmos contas, será que não agimos como os egípcios,  achando que estávamos adorando o Deus verdadeiro acabamos descumprindo seus mandamentos? Será que trocamos nosso ouro por ídolos da atualidade?

E será que essa não é a razão pela qual Deus não coloca mais ouro em nossa mão e até tira,  como foi feito na parábola dos talentos?  O povo egípcio perdeu a bênção,  a terra seria dada agora aos descendentes deles e aqueles que se agarraram aos velhos padrões e não se arrependeram foram feridos como consequência (Êxodo 32:35 e 33:1).

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Você está disposto a prosperar?

"Princípio 1 - Deus é fonte de abundância.  Esse primeiro princípio está na contra mão dos conceitos mundanos que controlam a vida dos ímpios.  Eles acreditam que posse e dinheiro são resultado apenas de habilidades e realizações.  Já aqueles que fizeram de Cristo seu Senhor absoluto em sua vida sabem que por mais que tenhamos talento,  perspicácia,  valorizemos oportunidades e negociemos com inteligência,  tudo que auferimos nessa terra pertence ao Senhor e veio dEle,  para servir aos Seus propósitos e não a nossa vontade" Aprenda a ser próspero.  Fábio Q.  Lucas

O autor é teólogo,  bacharel em Administração de empresas,  advogado e personal coach.  Tendo encerrado a reflexão sobre os tímidos,  vamos a uma segunda ferramenta para quem é ou foi assediado.  A liberdade financeira é essencial para todas as pessoas,  mas os que são assediados precisam muito ser livres.

Não é minha intenção abandonar a saga dos israelitas.  Amei essa leitura que estou fazendo da Bíblia e o importante para nós é aprender como aplicar as Escrituras no nosso dia a dia. A Palavra é viva e eficaz. Ela deve estar presente em nossa vida. E uma habilidade que muitos encontraram é tirar sua fonte de sabedoria da Bíblia.  Ela tem resposta para nós.  Sobre tudo que possa estar acontecendo em nossa vida. Basta apenas saber tirar água dessa fonte e se saciar.

Como podemos aplicar a liberdade financeira ao caso dos israelitas?  Eles eram escravos, isso simboliza nossa condição como escravos de nossa vida financeira desbalanceada. Eles tiveram que passar pelo deserto para chegar à terra que mana leite e mel. A terra simboliza nossa liberdade financeira e o deserto nossa transição entre o ponto A e B. O autor é coach.  Ele está acostumado a conduzir pessoas de um ponto para o outro. Foi o mesmo que Moisés fez. Conduziu o povo da escravidão para a terra próspera.  A diferença é que Moisés foi um mentor e o coach faz perguntas poderosas que levam o cliente a encontrar respostas dentro de si, portanto cada um toma uma direção diferente.

Como podemos aplicar a liberdade financeira como ajuda aos assediados?  Ao invés de pessoas assim se sentirem vítimas,  elas devem se fortalecer.  Deus permitiu isso por algum motivo e não nos cabe questionar.  No caso da colega ela foi responsável. Tinha a opção de adorar a Sra Drama e fazer seus caprichos.  Qualquer pessoa sensata sabendo da índole da Sra Drama e do poder que o verdadeiro chefe atribuía a ela, teria obedecido e se curvado perante Sra Drama.

Mas o amor a Jesus, fazê-lo Senhor absoluto de suas vidas não produz pessoas sensatas. Produz pessoas apaixonadas,  com o coração sempre ardendo pelo seu Senhor. Pedro foi crucificado,  Paulo foi decaptado.  E a sensatez pedia que eles simplesmente negassem seu Senhor.  Era fácil.  Pessoas que amam seu Senhor acima de tudo não querem o fácil.  E Jesus avisou o quanto seus discípulos seriam perseguidos por causa do seu nome. Haveria um grande galardão no céu.  Eles seriam salvos e desfrutariam de riquezas imateriais.

Só que é equilíbrio também viver nessa terra.  E não viver fracassado.  Diante de uma determinação de desobediência à lei de Deus o servo do Senhor tem duas opções: obedecer a lei de Deus ou obedecer ao ímpio.  Se o ímpio tem poder de te prejudicar, como obedecer a Deus?  Aí está a resposta.  Muita dependência financeira  dificultará a fidelidade  do servo fiel. É preciso encontrar a sua liberdade financeira.  Não chegará de uma hora para outra. Será necessário paciência para atravessar o deserto.

Deus quer que vivamos em abundância?  Vejamos o que passou a Moisés: "Servireis ao Senhor vosso Deus,  e ele abençoará o vosso pão e a vossa água.  Tirarei do meio de vós as enfermidades. Não farás aliança alguma com eles, nem com  seus deuses.  Na tua terra não habitarão,  para que não te façam pecar contra mim, porque se servires aos seus deuses, isso te será por laço." Êxodo 23:25 e 32-33. Assim, o servo do Senhor terá abundância, mas não deverá fazer aliança com os ímpios,  pois isso será uma armadilha, o ímpio fará com que o servo do Senhor peque contra Ele. O povo no deserto prometeu fazer o que Deus falou. Êxodo 24:3

E assim somos nós. Dizemos a nós mesmos que seguiremos os preceitos de Deus. Mas no primeiro teste... Quando dependemos financeiramente... aí fica difícil.  E sério,  concordo que fica difícil.  A pessoa tem seus compromissos,  dívidas,  família, tem que comer, beber, vestir,  morar... Não estou de maneira alguma incitando uma revolta. Pelo contrário,  devemos ter muita paciência,  mas seguir em frente. Nos fortalecendo em todas as frentes possíveis: psicológica,  financeira,  habilidades,  conhecimentos.

E o mais importante é saber que Deus é a fonte da abundância,  que tudo é dele. Tanto o que ele nos dará no futuro, como o que já está em nossas mãos.  E é para a glória dele,  para os propósitos dele.  Não podemos achar que é para nós,  para nossos propósitos egoístas.  O primeiro desafio de quem quer ser próspero é reconhecer que tudo é de Deus.

O segundo desafio é estar disposto a atravessar o deserto. O povo reclamava que estava melhor no Egito.  De alguma forma alguns não estavam dispostos.  Querer a terra de Canaã é louvável,  o segundo passo é estar disposto a caminhar no deserto. Nem todos vão querer e não há o que fazer, é uma escolha pessoal.  Deus quer nos ver do outro lado, mas a disposição tem que ser nossa. A decisão é nossa.

E como não se corromper e não servir as riquezas nesse trajeto?  Lembrando-se que esta terra é uma cópia da principal, está longe da glória da principal e o inimigo já plantou joio nesta.  A terra que realmente importa, a que vem em primeiro lugar,  é a celestial. Há duas dimensões,  a material e a espiritual.  A mais importante é a espiritual,  todas as riquezas da terra não se comparam às riquezas que Deus tem preparado para os salvos. E é essa que buscamos em primeiro lugar, o reino de Deus.  O resto é apenas sombra.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Vivemos o dilema exterior versus interior?

"Convoque seu sábio - apele para seu sábio interior,  a parte mais sensata que todos nós temos dentro de nós mesmos.  Reconheça que você está enfrentando um problema e deixe que seu sábio ajude-o a se lembrar de um outro momento que você tenha sido bem sucedido ao lidar com uma situação semelhante.  Recorde como se sentiu e mergulhe nessa sensação.  É como se vestir de autoconfiança.  Quanto mais você contar com seu sábio interior,  mais poderá ter confiança de que ele estará lá quando você precisar.  (E lembre-se de que,  se você ignorar um problema ou negar sua existência,  ele não desaparecerá.  Costuma piorar). A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Mesmo que tudo exteriormente parece ruim, se observarmos nossa história de vida, vamos perceber que houve momentos em que achamos o mesmo. Mas passou,  superamos. Temos muita força interior e podemos contar com ela.

O importante é encarar de frente nosso problema,  sem ignorá-lo.  Ele existe,  não podemos negar. Podemos ser muito honestos conosco mesmos quando o diálogo é interno,  não precisamos vestir máscaras, nem enganar a nós mesmos. "Nossa vida melhora só quando nos arriscamos - e o primeiro e maior risco é ser honestos conosco mesmos." Walter Anderson

No nosso estudo de caso, Sra Drama tinha um  problema.  E o negou. Achou que vinha de fora,  mas o que nos traz problema é o que procede do coração,  somos nós mesmos que causamos problemas a nós mesmos e culpamos o outro.  Sra Drama de maneira alguma admitiu que o problema era ego. Suas necessidades e expectativas pessoais não foram preenchidas.  Estava frustrada.  A colega não a adorava. Incomodava-lhe a idéia que algumas pessoas não se inclinavam perante ela, não faziam todas as suas vontades. Enquanto Sra Drama não for honesta consigo mesma e perceber que nem todos vão adora-la,  vai continuar sem paz. É impossível que todos a adorem.

O primeiro e maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas: "Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura,  nem semelhança alguma do que há em cima nos céus,  nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.  Não te encurvaras a elas nem as servirás;  pois eu, o Senhor,  teu Deus, sou Deus zeloso." (Êxodo 20:3-5) Essa idolatria era mais rudimentar,  atualmente os leitores da Bíblia tem plena consciência de que não se deve adorar imagens.

Na época de Jesus, a idolatria dessa espécie já não existia em Israel.  O povo já tinha sofrido muito por causa da idolatria. Foram 400 anos de influência idólatra no Egito. Quando entraram na terra prometida foram influenciados pelos povos daquela terra e voltaram a idolatrar. Ficaram mais 70 anos no exílio na Babilônia, onde havia idolatria.   Aprenderam a lição.  No entanto,  a idolatria assumiu outro aspecto.  O povo estava servindo às riquezas.  No Sermão do Monte Jesus alertou que ninguém pode servir a dois senhores.  Ou servirá a Deus ou a riquezas. 

Atualmente a idolatria assumiu outras formas. Há quem adore as riquezas ainda. Mas também celebridades,  pessoas,  influenciadores digitais, cantores, jogadores de futebol, familiares,  chefes,  colegas. Há quem adore objetos,  times,  livros, estudos.  O excesso deve ser sempre tomado com cautela.  Há quem adore comida, cigarro, bebida,  vícios em geral, compras, consumo.  Tudo que colocamos acima de Deus e de sua lei é adoração.  Se há algo que nos afasta da lei de Deus,  então temos outro Senhor,  estamos servindo outro.

Esse é o mandamento pelo qual Deus mais zela. O principal.  Jesus também o parafraseou como: "Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça,  e todas estas coisas vos serão acrescentadas." Em Gálatas 5 há uma lista das obras da carne.  E dentre elas  está a idolatria.

Portanto idolatria constitui obra da carne e se contrapõe ao espírito.  O Espírito Santo é o que nos guia a toda verdade.  Jesus o enviou para morar dentro de nós.  Quando damos lugar à carne,  dentro de nós haverá carne. Quando damos lugar ao Espírito Santo, ele morará dentro de nós.

Assim, o nosso sábio interior, como define a autora, anela pelas coisas espirituais.  Quanto mais formos honestos conosco mesmos, sem máscaras, damos lugar ao Espírito, porque passaremos a admitir quando sentimos inveja, frustração, ódio,  rancor, raiva, despeito.  Passaremos a nos responsabilizar e buscar internamente respostas para nossos conflitos,  sem culpar os outros. E se ignorarmos uma inveja,  ela vai aumentar.  É preciso admitir que ela existe. E aí tomar medidas não contra o objeto da inveja, mas contra a inveja que habita em nós.  Se admitirmos que sentimos despeito,  ele não se transformará em raiva, pois tomaremos medidas contra esse tipo de pensamento que acha que todos devem seguir nossas expectativas.  Se admitirmos que queremos um aumento e não sabemos esperar, isso não se transformará em ambição desmedida,  a ponto de prejudicar o outro.  Podemos lidar melhor pensando em maneiras de lidar com a ansiedade. 

Enfim, nossa maior batalha é contra nós mesmos. Contra nossa carne. Contra nossas vontades. Contra nosso ego.

E sob o ponto de vista da idolatria, a colega não tinha que odiar quem a Sra Drama odiava.  Ela mesma já tinha perdoado pessoas que fizeram coisas piores para ela. A colega não tinha que ir contra ou maldizer junto com Sra Drama as pessoas que ela não gostava. Esse tipo de facção é obra da carne.  E a colega servia a Deus, não negaria sua fé e agiria de modo que não era autêntico dela só porque Sra Drama a convidou duas vezes para ir à sua casa. Vender-se por isso é ser muito barata. Servir aos desejos e caprichos da Sra Drama que iam contra a Lei de Deus é servir a outro que não Deus.  Não há nada que compre a eternidade.  Não precisamos quebrar nossas convicções só porque alguém se acha no direito de comprar sua alma. Não podemos nos envolver no que o mundo faz. Não precisamos ouvir o conselho dos ímpios.  O Salmo 1 adverte contra o conselho do ímpio.  Não precisamos mudar nosso ser porque o ímpio ficará chateado porque não seguimos os conselhos deles de ódio, inimizades e facções.  Não precisamos entrar nas disputas deles.

O único digno de nossa verdadeira adoração é Deus.  Ninguém tem o direito de nos impor algo contra a lei de Deus.   E se nos imporem, podemos sempre invocar a Deus e sermos assertivos acerca de nossa adoração primeira a Deus.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Você julga rápido demais?

"Observe o caráter único da situação - quando estamos conscientes e despertos,  percebemos que cada situação é diferente da outra.  No entanto,  o cérebro gosta de agrupar experiências e, depois,  fazer julgamentos rápidos,  liberando apressadamente uma solução padronizada para o problema em uma tentativa de reduzir nossa ansiedade.  Então,  em vez de imediatamente enquadrar uma experiência em uma categoria conhecida - por exemplo: 'Ai,  minha mulher está me criticando de novo', -aguarde um  momento e observe como essa situação é única: 'Minha mulher se preocupa comigo.  Sua voz não soa a crítica;  talvez ela esteja tentando me ajudar com seu comentário'. Agora você poderá agir adequadamente à situação." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

A vantagem do tímido quando faz esse tipo de pré julgamento é que não sairá por aí espalhando suas conclusões.  Veja que a realidade é relativa.  Depende muito mais de interpretação e filtros perceptivos. Supondo que esse homem acredite em seus pensamentos negativos e passe a reclamar de sua mulher para todos, fazendo-se de vítima.  Dependendo de sua habilidade de convencer os outros,  mesmo a mulher tendo a melhor das intenções,  as pessoas ao redor pensarão que a esposa dele é crítica,  que não dá suporte para ele. E tudo foi apenas uma criação da mente desse homem. E esse homem levou várias pessoas a acreditarem naquilo.

Há aqueles que são facilmente sugestionaveis e acreditam não nas suas próprias conclusões,  mas nas conclusões dos outros.  Shakespeare versou sobre esse drama humano. Otelo era extremamente bem sucedido profissionalmente.  Hiago sentia inveja mas não conseguia atingi-lo no serviço.  Otelo era realmente bom. Então maliciosamente Hiago sugeriu que a esposa de Otelo estava traindo-o, resolveu atacá- lo pela vida pessoal.  Otelo julgou apressadamente,  não questionou Hiago nem tampouco verificou mais minuciosamente.  Acabou em tragédia e o malicioso Hiago que nunca dissera diretamente sobre uma traição conseguiu eliminar o objeto de sua inveja.

Por saber como o ser humano julga rápido e é sugestionavel,  Deus incluiu nos 10 mandamentos: "Não dirás falso testtestemunho contra o teu próximo" (Êxodo 20:16)  Deus conhece sua criatura.  Um motivo há para Deus pedir cuidado com o falso testemunho. E acrescenta: "Não espalharas notícias falsas,  nem darás mão ao ímpio,  para serdes testemunha maliciosa.  Não seguiras a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda deporas,  acompanhando a maioria para torcer o direito. Da falsa acusação te guardarás,  e não matarás o inocente e o justo,  pois não justificarei o ímpio.  Também suborno não aceitaras,  pois o suborno cega os que tem vista,  e perverte a palavra dos justos." (Êxodo 23:1-2 e 7-8). Deus conhece o coração do homem e sabe o quão pode se inclinar para o falso testemunho. Há vários motivos já estudados nas reflexões anteriores para um falso testemunho.

Jesus reforçou o repúdio ao falso testemunho quando os fariseus e saduceus queriam armar uma armadilha contra ele.  Os fariseus usaram bastante o Sábado para tentar armar ciladas e desta vez falavam sobre tradição que os discípulos não seguiam. Jesus enfatizou que o que vem de dentro, do coração é que contamina o homem.  Hiago no exemplo de Shakespeare estava totalmente contaminado por dentro. E muitas pessoas não percebem o quanto seus corações podem estar contaminados.

Jesus Cristo pediu para tomar cuidado com o que sai da boca,  reforçando os mandamentos de Deus na época de Moisés: "Mas o que sai da boca,  procede do coração,  e é isso que contamina o homem.  Pois do coração procedem maus pensamentos,  assassínio,  adultério,  prostituição,  furto, FALSO TESTEMUNHO,  blasfêmia."

Não podemos julgar rapidamente,  pois isso vai interferir nas nossas emoções,  vai entrar no nosso coração e então vai nos contaminar.

No caso do homem que resolve achar que sua esposa o critica, ele vai deixar que isso entre para o coração,  então ficará contaminado.

Cuidado com a contaminação que criamos em nossos julgamentos rápidos.  Temos que pausar, perguntar,  verificar, verificar de novo. Ter muita certeza e só então concluir algo. Temos que ser humildes de assumir que por vezes precisamos de um especialista,  que não temos conhecimento suficiente para emitir um julgamento.  E pedir ajuda de quem conhece do assunto. 

A autora é psicoterapeuta e se deparou com certeza várias vezes com casos assim. Pessoas tiram conclusões rápidas e acreditam naquilo. E pior que podem até ser testemunhas de algo que imaginaram em seu coração, prejudicando outros.

Se a pessoa conclui mal e guardou para si menos mal. Mas quando alguém se dá ao direito de prejudicar outro, aí temos um caso grave de lesão do direito do outro. Por isso,  testemunhas são sempre seres não muito confiáveis,  porque o ser humano julga muito rápido.


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Você reserva tempo de descanso de qualidade?

"Agora, quando sair em processo de extroversão,  você pode dar apenas uma olhadinha em seu livro ou, então,  ver um  saldo altíssimo.  Esse grande saldo é um lembrete constante de que você tem capacidade de trabalhar pelo que deseja e de que pode contar consigo mesmo. Você tem poder de recuperação. Pode pedir ajuda se precisar e pode se recuperar depois de enfrentar um obstáculo ou uma decepção." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Moisés foi capaz de ter um saldo alto em seu livro de auto confiança.  No entanto,  teve que sair de sua zona de conforto.  Ele não queria no início sair dessa zona. Só saiu porque Deus o fez sair. Assim é com cada um de nós pobres mortais. Nós não queremos sair de nossas zonas de conforto.  Deus certamente quer que superemos limites.  Nós é que somos teimosos em ficar no conforto. Mas no conforto nosso livro de auto estima não fica com um saldo alto.

Temos que sempre fazer algo novo, superar algum limite,  procurar algo difícil,  que nos traga um pouco de desconforto.  Foi o que fiz com Mary Kay e Polishop.  Certamente não tenho as qualidades necessárias,  mas é esse o desafio. É só assim que podemos ir depositando moedas em nosso livro de auto confiança.  As vezes nos vemos colocando notas.  Para mim foi como um curso e tenho aprendido até hoje.

Moisés ficou tão auto confiante que se empolgou demais.  Aquela pessoa que estava com receio de falar com o povo estava atuando como juiz. Falando com todo o povo!  Que superação!  Mas Moisés não deixou de ser introvertido.  Acabou de esquecendo da esposa e filhos de tanto que se concentrou no trabalho. Moisés não sofreu de solidão.  Einstein também se trancava no quarto e esquecia da vida lá dentro. Antes de vir com a lei da relatividade sumiu por alguns dias, estava só no meio do mato. Introvertidos tem alto poder de concentração e por isso devem tomar cuidado para não trabalhar demais. Moisés foi o grande legislador de Israel.  Einstein foi um grande gênio.  Ambos introvertidos. Portanto, os introvertidos não são para serem eliminados.  Eles apenas complementam. Não há razão para um luta contra o introvertido, mas só entender a complementaridade.

A colega também se concentrava tanto que se esquecia da vida!  Ela juntou o que fez. Não disse apenas que trabalhou bastante.  Tirou foto da quantidade de material e deu o número de onde era possível encontrar o restante do trabalho.  Seria possível a cada terceiro imparcial que fosse olhar o que foi produzido e decidir quem estava priorizando o trabalho. Não é questão de opinião.  É questão de ver realmente o que a colega fez! E a colega não fez tanto trabalho para irritar Sra Drama. Nós introvertidos temos tendência ao foco.

Como legislador,  Moisés trouxe os 10 mandamentos de Deus para o povo. E Deus ordena descanso!  Pensemos bem. Apenas 10 mandamentos para Deus resumir o que é importante para o homem,  sua criação.   E Deus ordena descanso. Isso quer dizer que Jetro estava certo. Moisés estava se excedendo.  A colega  estava igualmente se excedendo.  Por isso,  é importante o homem observar as leis de Deus.  O criador sabe o que temos a fazer para viver a melhor vida possível.  E ele quer a melhor vida possível para nós.  Nós é que muitas vezes somos teimosos e excedemos limites da maneira errada.

Também não estou falando de ócio.  A proporção ensinada por Deus foi 6 para 1. Deus trabalhou 6 dias e descansou no sétimo.  Não estou em absoluto falando em guardar Sábados.  É o princípio, não a letra da lei. Precisamos de tempo de descanso de qualidade.  Precisamos equilíbrio.  Por exemplo, essa proporção é bem interessante em horas. A cada uma hora de trabalho (60 minutos) poderia ser muito mais eficiente descansar 10 minutos, ter qualidade nesses 10 minutos. E então nossa produtividade cresce. Uma pessoa descansada consegue produzir mais e melhor que uma pessoa cansada e estressada.

Então,  que possamos pensar em lazer de qualidade.  Aquele que fará com que nossa saúde e energia fiquem melhores. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Autoconfiança demais atrapalha?

"Se alguém criticá-lo e você for capaz de considerar os argumentos de forma objetiva,  sem supervaloriza-los (eles estão certos, fui desprezível ao fazer aquilo) nem subestimá-los (eles não sabem de nada, eu estou certo), deposite algumas moedas de autoconfiança em sua conta.  Depois de resolver como responder à crítica: 'Entendo seu ponto de vista,  mas acho que você me entendeu mal;  eu queria dizer...', faça mais um depósito.  Sempre que se sentir esperançoso,  coloque mais moedas de autoconfiança.  Se sofrer uma decepção - você não conseguiu aquele emprego que desejava -, permita-se ficar triste e desestimulado por alguns dias.  Lembre a si mesmo que era apenas um emprego e, então,  deposite um maço de notas em sua conta quando enviar novamente seu currículo." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Não é apenas o tímido que sofre de falta de autoconfiança,  embora sua autoconfiança seja mais facilmente minada por não ser entendido e por sofrer mais bullying.  No nosso estudo de caso, Sra Drama é uma extrovertida e está no lado de quem pratica bullying com tudo que está acima da sua compreensão.  Mas o outro lado da moeda é que o bully no fundo é um inseguro. Portanto, sem autoconfiança.  Esta aparente confiança só esconde a fragilidade do bully.

Sra Drama é incapaz de ver o ponto de vista alheio. Se não bate com sua visão de mundo, tem que ser eliminado. A sua frase é: "Eles não sabem de nada, eu estou certa". E isto ficou claro na representação.  O psiquiatra não sabe de nada, ela está certa.  O especialista no problema em tela não sabia de nada, tinha que prevalecer o que ela tinha dito.  O terceiro imparcial viu isso. É falta de auto confiança teimar em estar certo. Aliás,  quem até prejudica o outro para se provar certo tem problema de caráter. É nobre quem admite seu erro.

Sra Drama é incapaz de explicar o que disse. Prefere negar que tenha dito. Qual a dificuldade de dizer: "Você me entendeu mal, o que eu queria dizer...". Não precisa negar e chamar o outro de louco,  dizer que nunca disse aquilo. Negar e mentir além de ser falta de responsabilidade é falta de auto confiança.  Se ela tem confiança no que diz, por que negar?  A não ser que haja má intenção mesmo...

Sra Drama é incapaz de lidar com frustrações.  Estava impaciente que o cargo de chefia não vinha. E eu acredito firmemente que foi ela que estourou a oportunidade dela quando teimou com o rapaz que tinha vindo de São Paulo para treina-la.  Ele foi ao interior só para treiná-la e ela foi obstinada: "Ele não sabe de nada, eu estou certa". Ela teve um atrito com ele. E ele era muito bom mesmo. Fiquei impressionada com os conhecimentos dele.  Ele realmente estava no cargo que Sra Drama queria por merecimento, ele tinha conhecimento,  com certeza não ganhou o cargo porque levou o chefe para casa, nem porque deu bebida para ele ou preencheu qualquer necessidade básica do ego de alguém.  E ela teve a chance de ser treinado pelo expert da área.  Sua obstinação atrasou sua bênção.  E então,  quando mostrou-se agressiva com a colega,  embora o discurso tenha sido de coitada, já tinha passado mais de dois anos que o rapaz tinha tentado treiná-la.  Ela ainda continuava na fase de experiência.  E estava cansada de esperar. E não tinha idéia que não bastava apenas levar o chefe para casa. Em São Paulo esse motivo era bem fraco. Aliás,  se soubessem,  creio que aí sim que não teria chefia alguma. Eu acredito ainda na lei de Pareto,  nos 80% muitos bons da instituição. Nos 80% de elevado moral da instituição.

Voltando ao nosso paralelo com Moisés.  Deus não escolheu Moisés porque ele preenchia seu ego, porque Moisés era puxa saco de Deus. No capítulo 18 de Êxodo,  vemos que Moisés atuava como juiz do povo de Israel.  Sua característica de querer justiça foi um dos motivos que fizeram Deus escolher Moisés para liderar o povo no deserto. O povo ainda tinha que aprender muito para herdar a terra prometida.  A terra prometida pode ser interpretada como aquele cargo tão almejado, aquela promoção... enfim, ela simbolizava fim da escravidão e início de abundância e bênçãos.

 Jesus mesmo disse no Sermão do Monte: "bem aventurados os que têm fome e sede de justiça". Moisés era bem aventurado porque queria justiça.  Não para si, não para seus motivos egoístas.  Moisés não ganhava nada para atuar como Juiz do povo. Trabalhava exaustivamente só para servir ao povo.  Tanto que quando seu sogro Jetro foi visitá-lo e trazer a esposa e filhos de Moisés,  não achou correto a maneira como Moisés estava se sobrecarregando.  Jetro mostrou que era necessário equilíbrio entre trabalho e família.  Sugeriu que Moisés delegasse.  E que escolhesse homens de moral para ajudá-lo. Moisés acatou a sugestão de Jetro.

Poderia ter se insurgido contra o sogro: "ele não sabe de nada, estou certo, como ousa criticar meu trabalho? Quem é que fala direto com Deus?" Moisés não fez isso. O RH de Deus é perfeito. Sabia o quanto traria para si de problema se escolhesse um líder teimoso e que se acha certo, melhor do que especialistas na área.  Moisés estava aberto para sugestões.  E só cresce quem está aberto. Se fechar tentando se provar certo não leva para um próximo nível.  Talvez Sra Drama fosse boa para o cargo dela, mas teria que aprender mais para chegar à chefia,  não pode ser assim tão aleatório e sem profissionalismo,  não pode ser amador. Sem mudança,  continuamos na mesma. E não adianta reclamar.

Moisés era um líder servidor.  Ele estava servindo o povo. Sra Drama se disse cristã,  e Cristo também foi um líder servidor, ele lavou os pés dos discípulos e ensinou que o maior deve servir o menor. Se Sra Drama estava se achando tão chefe assim, tão importante assim e se dizia cristã,  então se tivesse coerência e conhecimento sobre liderança seria servidora e não carrasca e agressiva.

Sra Drama é uma servidora pública só no nome, não com atitudes, pois acha que deve ser servida. E tantos outros servidores agem da mesma forma,  por isso temos esse caos de serviço público.  Pelo menos para os cargos de confiança, deveriam fazer exames de admissão,  para que pessoas como Sra Drama entendam o que é necessário e quais os critérios.  Ela achava que o mundo devia para ela. Totalmente longe do que ensinam os clássicos de liderança.  Esses exames de admissão deveriam cobrar direito administrativo,  principalmente o que é falta administrativa para evitar que carrascos usem mal os processos administrativos, com a intenção de punir quem eles acham que ameaçam seus egos. Deveriam cobrar cursos de liderança ou ao menos literatura de clássicos como "O monge e o executivo". Deveria cobrar atitude perante fofoca com casos hipotéticos. Deveria cobrar gestão de tempo,  prioridades, administração de pessoal,  enfim, pessoas despreparadas tem piorado as condições dos serviços públicos porque não sabem servir. Acham que estão lá para ser servidos e para seus propósitos e interesses.  É bem lamentável. E quem as coloca muitas vezes usam critérios amadores.  Os exames não prejudicariam em nada os bons.  O rapaz que veio treinar Sra Drama e tinha cargo de confiança passaria com facilidade num teste desses.

E autoconfiança demais atrapalha quando está pautada em tirar a liberdade dos outros.  No caso de Moisés,  ele precisava mais autoconfiança para poder exercer o que era necessário.  Se a autoconfiança excedesse a ponto de achar que o povo tinha que servi-lo,  então teríamos um grande problema de ego. É preciso buscar um equilíbrio.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Como impulsionar a auto confiança?

"Imagine que você tem uma conta bancária para a auto confiança.  Credite sua conta sempre que fizer uma ação que o leve adiante, no caminho em direção ao seu objetivo ou à sua prioridade.  Imagine-se depositando algumas 'moedas de autoconfiança' em sua conta. Melhor ainda, mantenha um livro de autoconfiança e registre seus 'depósitos'. Quando você tiver medo, mas, mesmo assim, se sentir capaz de dar um telefonema difícil,  faça mais um depósito.  Acrescente outra moeda em sua conta sempre que confiar e valorizar seus sentimentos." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

A autora provavelmente não fez a relação entre Moisés e sua introversão e a estratégia de Deus para Moisés,  mas posso afirmar que a estratégia dela para os tímidos vai na mesma linha.  A cada vez que Moisés tinha que ir à presença de Faraó para anunciar mais uma praga, era como se estivesse depositando 'moedas de autoconfiança'. Como vemos na Bíblia,  quando chegou ao mar vermelho,  Moisés já tinha várias moedas e já tinha aumentado sua autoconfiança.  Funciona mesmo.

Eu, como introvertida,  ministrava aulas sem problema algum. Não deixei de ser introvertida,  apenas tinha depositado 'várias moedas' e chegou uma hora em que enfrentar uma sala de aula era normal. Não causava mais tensão.  Os primeiros 'depósitos' certamente foram mais difíceis,  mas com o tempo se tornou fácil.  Por isso que apresentar um trabalho na pós graduação foi simples.  Não era a primeira vez que 'dava aula', encarei como apenas mais uma aula. Por isso,  palestras não são impossíveis a um introvertido. Depois de 'várias moedas' fica tudo mais fácil.  Ficamos 'ricos' em autoconfiança. Pode ser que muitos palestrantes maravilhosos que vemos se destacando são introvertidos muito bem treinados.  Eles não deixarão de ter suas dificuldades como introvertidos,  mas saberão fazer o que é preciso fazer.

Mesmo treinando habilidades,  ainda assim cada um tem seu papel. No caso de Moisés, após as dificuldades com a murmuração do povo, Moisés teve que enfrentar Amaleque que veio atacá-los.  Moisés enviou Josué para a batalha e ele subiu ao cume com Arão e outro ancião. Josué estava na peleja e o inimigo prevalecia quando Moisés abaixava o braço.  Assim, Moisés teve que ficar muito tempo com o braço erguido. Chegou uma hora que estava muito cansado e teve que ser ajudado pelos dois que o acompanharam.

Com a colaboração de todos, mais umas 'moedas' foram depositadas, eles venceram Amaleque.  Moisés se tornou autoconfiante e isso é muito importante num líder. Um líder sem auto confiança projetará isso nos liderados,  maltratando-os. Moisés não foi autoritário com o povo, mesmo com as murmurações.  Moisés sabia o seu papel,  não ficou disputando com o jovem Josué.  Não achou que um jovem no pedaço que se destacou ameaçava sua liderança. Moisés não queria a liderança e as vitórias e milagres de Deus não 'subiram para cabeça'.

O mesmo não se pode dizer sobre a liderança de Sra Drama de nosso estudo de caso.  Faltava-lhe autoconfiança.  Não era chefe de verdade e no seu período de treinamento demonstrou uma fraqueza muito grande. O autoritarismo,  a vontade de punir quem se destacou não é atitude de pessoa com autoconfiança.   Sentir-se ameaçada por alguém que destaque não é demonstrar autoconfiança.  As Desculpas que deu para a maldade e para mostrar quem manda, que se baseavam em disse que disse não demonstram auto confiança.  Alegou  que comentários a abalaram.  Comentários de disse que disse.

A autoconfiança é necessária para todos. Os introvertidos precisam para falar e se defender.  Os novos líderes precisam para não serem autoritários pensando que massacre traz respeito ou massageia o ego. Quem tem autoconfiança não tem problema de ego. Problema de ego traz sofrimento para a pessoa.

Portanto, 'depositar moedas de auto confiança' com integridade impulsiona a autoconfiança.  Massacrar ou diminuir o outro não aumenta autoconfiança.  É apenas aparência e é uma péssima estratégia.  Pessoas sem autoconfiança e sem integridade que fazem isso.  Quando vêem seu ego ameaçado, diminui o outro pensando que com isso sua estatura aumenta. É lamentável que alguns ainda recorram a essa péssima estratégia, que se baseia apenas em aparência e que não mexe na essência.

O 'depósito de moedas' de forma íntegra traz a autoconfiança interna, é uma construção,  não um remendo mal feito.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Suas características tem valor?

"Veja algumas das vantagens que têm a seu favor: capacidade de se concentrar por longos períodos de tempo,  de ser persistentes,  de levar diversos fatores em consideração,  de dominar novas informações,  de batalhar para fazer um bom trabalho,  de contemplar e de criar de forma imaginativa.  Estas são apenas umas das qualidades de uma lista impressionante,  eu poderia acrescentar.  Geralmente quando digo aos pacientes alguma das características que vejo neles,  eles ficam surpresos.  'Nunca imaginei que estas minhas características tivessem valor', costumam dizer." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

A autora é psicoterapeuta e ajuda os clientes introvertidos a encontrar seu Valor. Todas as pessoas têm valor, independente de serem introvertidas ou extrovertidas.  Precisamos, em nome da auto confiança,  encontrar nosso valor. Ele vai ser diferente dos outros. Não há problema. Se Deus ao criar pessoas quisesse que todos fossem iguais não faria essa variedade grande de pessoas.  Faria tudo igual. O mesmo Deus fez com animais e plantas. Há uma variedade exatamente porque o criador tem uma capacidade muito maior do que a nossa. Não precisamos entender, basta apreciarmos a beleza da variedade. Por que o ser humano está descontente e quer tudo igual?  Por que exigir que as pessoas sejam iguais?  Por que assediar os diferentes?  Uma inteligência maior criou a diversidade. E quem assedia o diferente está questionando o próprio criador. Está se achando maior e melhor do que o próprio criador.

Moisés também não conseguiu ver seu valor. Focou apenas no que se considerava ruim: sua comunicação. Outro valor de Moisés era ter vivido como escravo,  vivido no palácio e vivido no deserto. Ele tinha uma visão bem mais ampla do que os outros. Deus o escolheu por ver valor no fato de ter sido escravo.  Ele poderia entender o mundo dos escravos, e até a visão limitada deles, ao reclamar querendo voltar à situação de escravidão.  Ele poderia negociar com faraó pois sabia da estrutura interna do palácio.  E finalmente,  ele poderia guiar o povo no deserto por ter vivido no deserto. O povo logo murmurou por falta de água e comida. Chegou a achar que a vida como escravos era melhor. Moisés conseguiu lidar com isso com a ajuda de Deus.

Assim somos nós.  Logo nos comparamos,  vendo o que falta em nós,  ao invés de ver nosso valor. Está mais do que na hora de focarmos no nosso valor, sem comparações.  Talvez nos falte muito, mas ao mesmo tempo, também temos muito.  Um peixe não sabe voar, mas nenhum pássaro vai nadar como ele. Talvez não nascemos para passar num concurso,  mas temos valor com outra característica que também nos levará a ter sucesso e passar para nosso próximo nível.  Não precisa ser igual para todos. Mas com nosso valor, podemos acreditar que alcançaremos o que queremos na vida.

Então a resposta para o título da reflexão de hoje é que nossas características tem valor,  muito valor. Só precisamos usá-las para nos impulsionar.  Geralmente as pessoas fazem o contrário,  ao invés de usar o valor, pensa no que falta,  pensa no que considera ruim. Deus na verdade não precisava de um excelente comunicador,  Deus precisava de alguém que conduzisse o povo no deserto.  Podemos sempre procurar o valor e usá-lo para o bem da sociedade. Sempre podemos ajudar,  e não precisa ser da mesma maneira que o outro.






terça-feira, 21 de agosto de 2018

Como aumentar a auto confiança?

"A auto confiança reside em um compromisso íntimo.  É um acordo que se faz consigo mesmo para aprender ou fazer o que é preciso para atingir seus objetivos.  É a capacidade de ser determinado,  curioso, tolerante com os erros e gentil consigo mesmo à medida que aprende novas habilidades.  Ninguém pode tirar de  você essa persistência ou quaqualquer outra dessas qualidades.  Especialmente os introvertidos precisam pensar sobre suas capacidades interiores,  já que não podem ter tantas realizações externas como os extrovertidos em que possam se apoiar." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Se os introvertidos apoiassem sua auto confiança nos óculos dos extrovertidos,  teriam uma baixa auto confiança,  já que a maioria dos extrovertidos têm preconceitos,  achando que o introvertido tem que funcionar exatamente como eles que são a maioria e tendem a enxergar os introvertidos como errados. Errados não são,  são diferentes,  mas como superar tantos preconceitos?  Como não deixar que estes preconceitos minem a auto confiança?

Apoiando-se em qualidades internas.  Errado é mentir, inventar maneiras de prejudicar a vítima de preconceito.  Ser quieto não é errado. Não se comete nenhum mal por ser quieto. Mas o bullying e outros tipos de assédio só porque a pessoa não tem boca para se defender é maldade. Aumenta a auto estima saber que qualidades de caráter são muito superiores a qualquer maldade,  mesmo que muitas vezes você não tenha conseguido se defender. Mesmo que tenham feito parecer que você estava errado.  O que importa é a verdade. As mentiras são sempre descobertas depois de um exame mais minucioso. E nós introvertidos temos essa qualidade de observar detalhes.

Nós podemos aprender e fazer tudo o que é necessário.  Nós podemos ser muito determinados. A fábula da tartaruga e da lebre é outro exemplo de determinação comparada à habilidade. Sem dúvida a lebre tem muito mais habilidade de vencer a corrida que a tartaruga. Mas esta venceu por causa de disciplina e determinação.

Assim ocorreu comigo ao passar no concurso público.  Era um concurso mais concorrido do que já tinha passado como professora,  numa área completamente diferente.  Eu não tinha a graduação esperada. Era como atravessar o mar vermelho com muita  gente mais habilidosa na minha cola. Assim como os israelitas estavam atravessando com o exército de faraó na cola deles. Fui determinada.  Para falar a verdade, não tinha tudo isso de auto confiança.  Tinha as expectativas calibradas.  Era difícil,  concorrentes com a graduação esperada, talvez muito mais hábeis do que eu. Onde faltou habilidade sobrou atitude e determinação.  Só queria fazer o meu melhor e progredir em direção ao ponto B (passar no concurso). Se não passasse,  enxergaria o progresso, saberia que tinha progredido em direção ao ponto almejado.

Apesar de todos acharem que não passaria, passei. Surpreendente.  A maioria das pessoas que passaram tinha a graduação esperada.  Muitos com a graduação esperada ficaram classificados depois de mim. Não achei que era ruim para o cargo, isso aumentou minha auto confiança.  Meu pensamento foi positivo. Se eu passei na frente de tantos com a graduação esperada é porque minhas qualidades eram surpreendentes mesmo. Não há do que se envergonhar,  atravessei o mar vermelho.  Pelo contrário,  havia muito do que se orgulhar.

Mas não é bem assim que funciona. Pessoas preconceituosas não verão o mérito de ter passado na frente de vários com a graduação esperada. Eles verão que você não tem a graduação esperada e dependendo do quanto a pessoa é rígida nos seus preconceitos,  vai achar que tem direito de assediar você por não ter a graduação esperada. A culpa definitivamente não é sua.  Você passou com mérito, e coloca mérito nisso!!! Talvez a culpa seja de quem tem a expectativa errada. Se o edital não pediu graduação específica, é porque esse preconceito é errado, não é você o errado. Talvez o preconceito é tão arraigado que a pessoa não tenha consciência disso.  Ela te prejudica usando outros motivos e esses motivos sempre serão furados depois de um exame mais minucioso.  Não terá pé nem cabeça o alegado. Vai ter muita contradição.  E é assim que se identifica preconceito  de assediador. As Desculpas não colam depois de um exame bem feito.

Então podemos aumentar nossa auto confiança não acreditando nas pessoas preconceituosas.  O mesmo ocorreu com a colega.  Que também passou no concurso com muito mérito mas não tem a graduação esperada por aqueles que estão com a expectativa dissonante do edital. Mas talvez nem percebam o quanto eles e o edital estão distantes.  O quanto expectativas podem ser enganosas.  Mas não percebem e dão outras Desculpas querendo esconder o preconceito.

Crenças assim preconceituosas existem de monte. Moisés sofreu com a crença dos escravos israelitas.  Quando eles viram o exército de faraó no encalço deles, criam que seriam mortos no deserto. Que era melhor ter continuado como escravos no Egito e até culparam Moisés por tê-los tirado da condição de escravidão.  Preferiam ser escravos?  Ao que tudo indicava estavam psicoadaptados com a escravidão.  Era tudo o que achavam ser possível para eles. Tiveram medo de sair da zona de conforto.

Nesse ponto a auto confiança de Moisés já tinha crescido e ele disse que Deus os livraria do exército de faraó.  Deus tinha a estratégia: 'Diga ao povo que marche!'. Deus não ajudaria um povo acomodado e que só reclamava. Deus ajudaria o povo que fizesse algo. Ação e confiança são necessárias para sair da escravidão.  Seja lá o que nos escraviza. A liberdade vem da auto confiança e a auto confiança vem de aos poucos avançarmos nossos limites.

Podemos passar num concurso mesmo sendo introvertidos.  Podemos passar mesmo não tendo a graduação esperada.  Podemos manter nossa dignidade e auto confiança mesmo sendo vítimas de preconceito por não termos a graduação esperada e sendo introvertidos.  Tudo é possível ao que crê.  Moisés creu e Deus abriu o mar.

Com certeza seu mar será aberto no momento em que você tiver um compromisso íntimo com auto confiança.  Quando você buscar auto confiança.  Quando você proteger sua auto confiança,  não deixando ninguém tirar essa auto confiança.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Como ampliar limites?

"Muitas das pessoas que entrevistei para esse livro já haviam aceitado o fato de que não terão tantos amigos,  não farão tantas coisas nem serão capazes de trabalhar tanto quanto os extrovertidos.  Mas suas amizades são mais profundas,  elas realizam trabalhos significativos e desfrutam os melhores,  mais tranquilos e mais preciosos momentos da vida. Quanto mais você valorizar as vantagens de ser introvertido,  mais será capaz de aceitar o fato de que tem limitações. Isso não significa que exista algo de errado com você.  Ter limitações não é o problema.  O significado que damos às limitações é que nos causa tanto sofrimento.  Veja se pode dar um efeito positivo às suas capacidades inatas. Diga a si mesmo: 'Tenho baixo nível de energia,  mas isso faz parte de minha natureza e,  ainda assim,  consigo realizar coisas que são importantes para mim.' Não se prenda às coisas que não pode mudar - aceitar esse fato pode ser libertador. E lembre-se de que todo ser humano tem limitações,  até mesmo os brincalhões mais extrovertidos." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Ampliar limites é aceitar que eles existem e estar confortável com eles. Para o tímido,  haverá limites que já estudamos.  E até Moisés teve que encará-los.  Muitas pessoas que conhecemos que são bem sucedidas  só chegaram onde chegaram por terem aceitado seus limites e tido a disposição de alargar esses limites. E por terem dado um  sentido positivo aos seus limites.

Muitas vezes olhamos o limite com olhares negativos,  como se fosse uma praga. Moisés ampliou seus limites quando trabalhou em cooperação com o irmão,  um completando o outro e quando persistiu, APESAR DE toda teimosia de faraó. 

Portanto,  o introvertido deve aceitar que precisa de ajuda dos extrovertidos e precisa de tempo. Não será bem sucedido na primeira tentativa.  Se for preciso tentar dez vezes,  tente dez vezes até se familiarizar.  Pense que cada tentativa é um progresso.  Não há nada de errado com o introvertido,  Deus criou o introvertido (Provérbios 20:12).

Podemos realizar o que é importante para nós.  O problema é que o introvertido acaba usando os óculos do extrovertido e achando que o importante é o que os outros dizem que é importante.  Mas siga o que você acha ser importante,  de acordo com suas características inatas.

Por que Deus chamou Moisés e não Arão? Havia características inatas em Moisés.  Era um bebê quando a filha de faraó o encontrou e o salvou de ser morto. Foi criado com os pais verdadeiros e depois enviado para a filha da faraó.  Mudou de ambiente de uma hora para outra.  De escravo passou a viver na opulência.  O que venceu em Moisés?  As riquezas ou a inconformidade com as diferenças sociais?  Moisés podia ficar deslumbrado e esquecer suas origens,  podia achar que os hebreus eram escravos dele e ele agora era o 'chefe' que comandaria todos os hebreus. Poderia ser o manda chuva. Aquele que dá ordens e poderia usar de meios maquiavélicos para mostrar quem manda. Poderia fazer maldades com os hebreus para exaltar seu ego.

Mas que ego nada! Moisés foi desajeitado, mas suas ações mostraram que o coração dele estava na justiça.  Ele queria justiça.  Não fazia por ele e nem era egoísta.  APESAR DE não saber como fazer,  o coração de Moisés ansiava mais pelo povo do que por ele mesmo. Não fez de tudo para manter sua vida boa no palácio,  pelo contrário,  o palácio mostrou a ele o quão injusta era a situação de seu povo. Perdeu as mordomias do palácio por não se conformar com o que viu. Morar no palácio aumentou seu senso de justiça e inconformidade.  Sofreu pelos outros.  Não foi egoísta em nenhum momento.

Deus escolheu atitude ao invés de habilidade.  Deus primeiro quis o caráter para depois ensinar o que Moisés precisava aprender. Deus podia ter escolhido qualquer um, inclusive alguém que já tivesse a habilidade de falar bem com faraó e com o povo.

Assim, o limite nunca foi problema para Deus. Ele prefere treinar quem tem atitude. E todos podem ampliar seus limites com atitude. A atitude de trabalhar em cooperação ao invés de competitividade.  A atitude de persistir.  A atitude de acreditar que é possível. A atitude de fazer o que é preciso para realizar o que é importante.  A atitude de vencer APESAR DE. Essas duas palavras são uma bênção.  Podemos APESAR DE.

Limites podem ser sempre alargados.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Qual a relação entre expectativa e auto confiança?

"Os introvertidos costumam achar que têm de tomar decisões da mesma maneira que os extrovertidos o fazem,  sem se permitir pensar em como se sentem nem decidir o que fazer baseados em seus próprios pensamentos e impulsos.  Mas o 'talvez amplia a mundo e abre a tomada de decisão a diversas perspectivas,  visões e opções.  Outro valioso benefício de se dizer 'talvez' é que isso concede tempo para o introvertido 'maquinar' respostas para alguma coisa.  É difícil para todos os introvertidos tomar uma decisão instantânea.  Frequentemente,  não podemos (porque estamos sufocados demais) ou não devemos (porque precisamos refletir sobre as coisas devido à nossa longa via cerebral). O que pode parecer óbvio para os extrovertidos - onde começar alguma coisa rápido, por exemplo - pode parecer monumental para um introvertido cansado e com a cabeça zonza.  Os introvertidos precisam de espaço para os 'talvez'". A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Continuando com a história de Moisés e a estratégia de Deus para ele vencer seus limites,  vamos perceber que Moisés precisou de tempo. Primeiro Moisés apenas acompanhou o irmão.  Só na segunda praga que conseguiu falar com faraó.  Na sexta praga conseguiu fazer um gesto.  Na sétima praga usou a vara,  que até então era usada pelo irmão.  Apenas após a décima praga que conseguiu falar com o povo.

O que vemos é uma progressão.  A cada  vez que repetia a ação,  Moisés ficava mais confortável.  E a cada vez que faraó negava o pedido,  era mais uma oportunidade de sair de sua zona de conforto.

Deus avisou que endureceria o coração de faraó,  portanto a expectativa de Moisés estava calibrada.  Seu diálogo interno não era de fracasso a cada negação.  Pelo contrário,  aumentava a auto confiança e ele foi conseguindo romper os limites progressivamente.  Foi Deus que fez o introvertido,  por isso ensinou Moisés a lidar com sua dificuldade.

Se não ouvisse a voz de Deus,  poderia escolher um diálogo interno enfraquecedor,  de que era derrotado e não adiantava persistir. Com Deus,  o diálogo interno era de fortalecimento.  Ele não poderia escolher a circunstância,  que era a negação de faraó,  só escolheria como reagiria à negação.  E isso não tem nada de distorção de realidade.  Tem a ver com pensar como um vencedor,  apesar de ter que tentar várias vezes. Ou pensar como um derrotado e desistir.  E olha que foram 10 tentativas. Quantas vezes desistimos na primeira?  Não deu certo e nos achamos perdedores?

As expectativas mudam tudo. Quem está prestando para um concurso com a expectativa de passar na primeira tentativa frustra-se e desiste.  Ainda se achando um perdedor.  Quem está abrindo um negocio com expectativa de ser tudo fácil,  desiste na primeira dificuldade. Quem é um vendedor e espera ouvir um 'sim' de cara, frustra-se ao ouvir um 'não'. A expectativa errada faz a pessoa desistir. Estar preparado para um aperfeiçoamento contínuo,  como ocorreu com Moisés,  faz um vencedor.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O quanto sabemos a nossa responsabilidade?

"Os introvertidos geralmente têm um ritmo mais lento que o extrovertido.  Essa é outra razão pela qual podem parecer distantes ou desinteressados.  Precisam consumir suas reservas de energia aos poucos,  liberando-as em quantidades previsíveis.  Do contrário,  seu tanque acabará vazio e eles se sentirão exaustos,  esgotados.  Querem ter tempo para pensar sobre as coisas e para continuar a avaliar o trabalho à medida que ele se desenrola.  Em um  ambiente intenso,  os extrovertidos podem partir do princípio de que os introvertidos,  por terem um ritmo mais lento,  não são tão inteligentes,  envolvidos ou competentes." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Moisés, ainda que Deus tivesse dado estratégias,  ainda não se sentia seguro o suficiente.  Ele precisava de tempo. Ele voltou ao Egito, encontrou o irmão e o deixou a par.  Então foi Arão que falou e fez os sinais ao povo. E também quem falou a faraó.  A resposta de faraó foi um "não". Êxodo 4:29 e 5:1-2 e além disso, faraó castigou mais ainda o povo de Israel Êxodo 5:17-23

Deus ordenou que Moisés persistisse.  "Moisés,  porém,  disse ao Senhor: Se até os filhos de Israel não me querem ouvir,  como, pois, me ouvirá faraó,  que sou incircunciso de lábios?" Êxodo 5:12.  "Eu sou incircunciso de lábios,  como, pois me ouvirá faraó?"Exodo 6:30.

Moisés não culpou Deus por colocá-lo nessa situação e pelo fato de faraó piorar as condições de escravidão do povo. Não culpou o povo por não ouvi-lo.  Não culpou faraó,  por não ouvi-lo.  Moisés se responsabilizou por não ter habilidades ao falar.

Por esse motivo, os introvertidos não podem se revoltar ao serem incompreendidos.  Nós temos dificuldades de nos explicar,  como podem os extrovertidos nos entender se esse assunto não é tratado?  Se não há uma discussão a respeito do assédio feito contra o introvertido?  Se os extrovertidos não tem auto conhecimento e tampouco conhecem como funciona o introvertido e suas dificuldades?  O melhor caminho é nunca se revoltar contra o assédio.  Mas tentar entender muito bem a situação e encontrar um diálogo interno fortalecedor ao invés de enfraquecer-se com a busca de responsáveis.

Napoleon Hill estudou pessoas que triunfaram para escrever A Lei do Triunfo.  Não me lembro agora quem, mas uma pessoa famosa e que triunfou era gago.  Desde pequeno sua mãe lhe ensinou que ele era muito inteligente.  Ele gaguejava porque a boca não conseguia acompanhar sua cabeça,  que era rápida demais. Ele acreditou nisso e por isso foi um vencedor.  Isso é que chamo de diálogo interno fortalecedor.  A mãe dele o ensinou a preservar sua auto estima. Deve ter sido vítima de bullying na escola e motivo de piada e incompreensão,  mas o diálogo interno dele não se revoltou contra esses bullies.  Ele acreditava em sua inteligência. A boca não acompanhava sua mente. Ele não responsabilizava os outros por não o entenderem. Era a cabeça dele, que era rápida demais. Como os outros poderiam imaginar que ele era gago por causa da cabeça rápida demais?

E é esse equilíbrio que deve buscar o introvertido. Se exteriormente é incompreendido, interiormente ele tem forças que explicam essa incompreensão.  Fraco para os outros,  mas forte para si mesmo. Sem culpar ninguém por isso.  Ao mesmo tempo que entende os outros que não o entendem, ele deve ser assertivo em alguns momentos.  Persistente em outros.

Entender tudo não é concordar com tudo. No caso da Sra Drama é possível entender as brincadeiras e os comentários.  Mas não é necessário concordar com as maldades e as mentiras.  Mas ao mesmo tempo não se pode agir de igual forma, senão se torna igual. Muitas pessoas repetem o padrão que viveram. Se foram assediadas,  assediam também.  É preciso quebrar esse padrão.  Como? Eu sempre acredito em educação. Informação é importante,  assim como reflexão e discussão.  Os assuntos precisam ser discutidos.  Não podemos simplesmente negá-los e fugir deles. Quando fazemos isso, estamos contribuindo para a perpetuação das atitudes.  Infelizmente,  aquele que repete o padrão que aprendeu ao invés de romper com ele, faz com que se perpetue o mau comportamento.

O quanto somos responsáveis?





terça-feira, 14 de agosto de 2018

O que você tem na sua mão?

"Os introvertidos tem que gastar energia extra para prestar atenção ao que está sendo dito na reunião.  Para eles, concentrar-se no mundo exterior é como um utilitário: 'Consome muita gasolina'. Sobra muito pouco para falar.  Chamar a atenção sobre si mesmo ao falar é algo que realmente os deixa esgotados.  Se vierem a falar,  será em um tom de voz baixo,  sem contato visual e de modo hesitante.  Os colegas podem nem prestar atenção ou podem não achar que eles pareçam entender do assunto." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Gestão de energia é essencial para a produtividade. Usando a Lei de Pareto,  20% responsável por 80% de sua produtividade está em usar bem as energias.  Muitas vezes as pessoas que dizem não ter tempo na verdade o tem,  é que estão muito cansadas para usar o tempo que resta.  E energia é obtida e gasta de maneiras diferentes,  dependendo do estilo da pessoa.  O introvertido recarrega as energias sozinho. E gasta muita energia em momentos como reuniões. Vale a pena investir em conhecimento sobre energia e gestão de energia.

O introvertido quase nem fala e quando fala é em tom baixo e hesitante.  Eu já passei por essa situação várias vezes,  muitas vezes fui ignorada.  Então aprendi a quase nem falar. Não culpo quem ignorou. Meu diálogo interno é que não ouviram. E está tudo bem.  Os colegas pensam que o introvertido não sabe do assunto, talvez pela hesitação.  No entanto, os introvertidos são detalhistas,  podem saber muito a fundo sobre o assunto. Mas não discorrem sobre isso,  por perceberem que foram ignorados. E eles se acostumam com isso.  Pelo menos eu estou tão acostumada que não insisto.

Comigo já aconteceu de eu realmente precisar falar, pois havia consequências se não falasse. A pessoa totalmente ignorou.  Eu aumentei o tom de voz.  Imagina uma introvertida falando mais alto, surpreendeu.  Mas não adiantou. Não entrou na cabeça da pessoa.  E o que mais foi lembrado é que falei alto. Então desisti de falar. Mesmo sendo importante,  prefiro a escrita.

Uma segunda vez precisava falar e já nem tentei. Se aumentasse o tom, a pessoa ficaria tão surpresa que não prestaria atenção no conteúdo,  mas no tom. Escrevi. E o resultado foi melhor. De alguma maneira o que tenho nas mãos é a capacidade de escrita.

Sim, é um limite,  o introvertido sempre perde para quem domina a fala, faz cena, faz drama. Nem adianta tentar. É como um rolo compressor sobre o introvertido.  E sabemos disso. Não admira que não nos defendemos e ainda se aproveitam do fato de termos dificuldades em expressar. Por mais que tenhamos a verdade, a mentira com dramaturgia faz mais efeito.

Moisés passou pelo mesmo. Ele já previa que não acreditariam nele: "Então respondeu Moisés: Mas se não crerem em mim, nem ouvirem minha voz,  e disserem: O Senhor não te apareceu." Exodo 4:1. Moisés já tinha experiências de vida, sabia que não ouviam a voz dele, não acreditavam nele. Um introvertido sempre é arrasado pelo dominante.

"Perguntou-lhe o Senhor: O que é isso na tua mão?  E ele respondeu: Uma vara" Exodo 4:2  Deus não disse que seria fácil.  Que acreditariam em Moisés,  que era só ir lá e dominar o pedaço.  Deus usou outra estratégia.  Para que Moisés ganhasse a confiança que certamente lhe faltava, Deus pediu para ele avaliar o que tinha nas mãos.  Deus estava disposto a fornecer uma âncora a Moisés.  Algo que fosse do dia a dia de Moisés,  que ele dominava o uso. Moisés era bom em usar a vara.  A vara era um instrumento com o qual Moisés se sentia confortável e relaxado em usar.

"Toma, pois, esta vara na mão,  com a qual hás de fazer os sinais" Êxodo 4:17. Deus ordenou que Moisés usasse a vara para fazer sinais. A vara não teria mais um uso convencional.  Moisés faria um uso extraordinário da vara.

Todos têm algo na mão.  E quando falta auto confiança,  Deus manda usar o que tem em mãos, algo com que se sinta confortável e relaxado.  O que seja. Tenha a percepção do que é e use. E faça um uso além do convencional,  faça um uso extraordinário do que tem em mãos e veja maravilhas se operarem.




segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Você consegue perceber seus momentos de tensão?

"Falar geralmente aumenta a tensão que os introvertidos sentem ao estar em uma atividade de grupo. Isso torna ainda mais difícil serem articulados.  Os introvertidos não costumam se expressar com facilidade,  a menos que se sintam relaxados e à vontade.  Se houve conflito no grupo ou se a estimulação aumentar por algum outro motivo,  eles podem ficar ainda mais "travados": ficam procurando palavras que não conseguem encontrar. Depois de isso acontecer algumas vezes,  eles já prevêem aquela terrível sensação de ansiedade e relutam em falar"
A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Momento de tensão... Quem já não passou por isso?  Por mais que a pessoa seja extrovertida,  houve algum momento em que se sentiu travado. Multiplique isso pela vida inteira. Desde que a pessoa se conhece por gente ela não se sente a vontade em situação de grupo. Tentou e as experiências não foram boas.

Sabe aqueles 20% responsáveis por 80%  problemas e mal estar? Para os introvertidos são as situações de grupo. É aquele pouco que mais causa problemas para ele do que paz. E os 20% responsáveis por 80% dos resultados positivos e bem estar são situações tranquilas consigo mesmos. O oposto do extrovertido.

Isso não significa que o introvertido é um imprestável,  que deve ser assediado, exterminado,  que se justificam maldades contra o introvertido. Que se pode mentir para prejudicar o introvertido.

Deus não condena o introvertido e até chamou um para um cargo proeminente,  de liderança.  Claro que esse introvertido não quis. Não queria liderança alguma, não queria se expor, estava relutante em falar. Sabia que seria só tensão ao invés de paz.

Quem não conhece Moisés?  Figura famosa. Quase todos ouviram falar, pelo menos. Quem conhece Arão?  Alguns. Apenas os leitores um pouco mais assíduos da Bíblia ou quem assistiu um filme ou uma novela a respeito.

"Então disse Moisés ao Senhor: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloquente,  nem antes nem depois que falaste ao seu servo.  Sou pesado de boca e pesado de língua.  Disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem?  Ou quem fez o mudo,  ou o surdo,  ou o que vê,  ou o cego?  Não sou eu, o Senhor?" Êxodo 4:10-11

Deus chamou Moisés para falar com o faraó e com o povo para libertá-lo da escravidão.  Para Moisés foi tenso. Ele se lembrou de todas as suas más experiência quando teve que falar. Um introvertido que sentia o peso de ter que falar. Deus ensinou que ele fez o introvertido assim como fez o mudo. E olhando pelo lado positivo,  Moisés não estava numa situação tão má assim. Pelo menos ele ouvia, falava e via. Não falava eloquentemente mas falava. Deus criou assim. Deus fez assim. Portanto,  não é pecado e ninguém tem direito de assediar por isso.

"Ele, porém,  disse: Ah! Senhor!  Envia aquele que hás de enviar.  Então se acendeu a ira do Senhor contra Moisés,  e disse: Não é Arão,  o levita,  teu irmão?  Eu sei que ele fala muito bem. Ele também te sai ao encontro e, vendo-te,  se alegrará em seu coração.  Tu lhe falarás e porás as palavras na sua boca;  eu serei com tua boca,  e com a dele,  ensinando o que haveis de fazer.  Ele falará por ti ao povo,  e te será por boca,  e tu lhe serás por Deus." Êxodo 4:13-16

Quem disse que o introvertido quer liderança e está disputando com alguém?  Ele é o que falará para colocar outro para isso.  Os inseguros, ao ver alguém se destacando, podem se sentir ameaçados,  mas um introvertido não é ameaça,  mesmo que se destaque,  não quer liderança,  pode ficar com o extrovertido.  É um favor ao introvertido deixá-lo tranquilo consigo mesmo.

Mas Deus ficou bravo. Deus não falou que era frescura de Moisés,  não falou que era escolha dele. Deus aceitou que Moisés não falava bem, mas que a liderança continuaria com ele. Deus só arrumou uma estratégia.  Era plano de Deus que um introvertido ficasse conhecido como o libertador do povo de Israel da escravidão no Egito.

Deus sabia que o irmão de Moisés falava bem, era extrovertido.  Então por que não deixou o imprestável introvertido de lado e colocou o extrovertido como líder?   Porque o introvertido não é imprestável e nem merecer de assédio. Ele não peca e nem faz mal algum por ser introvertido. 

Culturalmente e socialmente falando, é vantagem ser extrovertido.  Mas espiritualmente falando, Deus não faz acepção se é extrovertido ou introvertido.  Deus está vendo caráter e viu algo nesse introvertido do Moisés.

Deus também não descartou o extrovertido,  ensinou a trabalhar em parceria.  Essa é a estratégia de Deus. Não é estratégia de Deus assediar o introvertido,  mas propor um complemento.

Pena que culturalmente existe esse preconceito velado.  Ninguém assume, mas no fundo têm esse tipo de preconceito contra os introvertidos. Deus quebrou esse paradigma e nós só poderemos quebrá-lo depois que assumirmos nosso preconceito.  Uma vez que possamos admitir que tratamos mal o introvertido porque ele trava em alguns momentos,  porque ele é pesado de boca e pesado de língua, podemos encontrar várias estratégias para tirar o melhor dele. E Deus criou o introvertido com muitas qualidades.  Embora só se vejam os defeitos.  É uma questão de visão.  Deus enxergou o potencial de Moisés.


sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Um corpo só de boca seria normal?

"Gostam de trabalhar em problemas longos e complexos e prestam bastante atenção aos detalhes; precisam entender exatamente por que estão executando alguma atividade;  não gostam de intromissão e nem de interrupções;  precisam pensar e refletir antes de falar e agir;  trabalham sozinhos de bom grado;  podem ficar relutantes em delegar;  preferem ficar em sua baia ou sala a se socializar;  não gostam de atrair a atenção a si mesmos;  trabalham bem sob pouca supervisão;  podem ter dificuldade em lembrar nomes e rostos." A vantagem do tímido.  Marti Olsen Laney

Entendo que os extrovertidos ficarão pasmos com a lista de características de Olsi.   O que para eles parece castigo,  para os introvertidos é diversão.  Ora, por que alguém teria uma diversão totalmente diferente da maioria?  Por que alguém acharia bom o que para outros parece castigo?

Poderíamos novamente recorrer à Bíblia.  Havia algumas diferenças entre os primeiros cristãos e então eles foram instruídos a pensarem nos seres humanos como um corpo. Um corpo inteiro só de boca seria anormal. Alguns cristãos queriam que todos fossem iguais e queriam forçar sua visão de mundo aos outros. Se Deus criou com características diferentes é porque há um propósito,  mesmo que os cristãos da época não estivessem entendendo. Como entenderemos Deus se nossa capacidade é limitada?  Nós não conseguimos alcançar muitas coisas. É por isso que a Bíblia está aí,  para nos guiarmos,  para podermos captar aquilo que a nós parece tão difícil entender.

A metáfora do corpo ensina que um corpo precisa de boca,  ninguém está dizendo que não é importante.  No entanto, precisa de ouvido, que também é importante.  Não é questão de desfazer do diferente, mas entender o papel de cada um. Todos importantes,  porém diferentes. Porque a boca faz mais barulho,  pode parecer que o ouvido é irrelevante.  Mas não é só isso,  até o dedinho do pé cumpre uma função.  Quantas vezes não são desprezadas pessoas consideradas tão pequeninas como um dedinho do pé?  E pensar que contribui para a base, para a sustentação do corpo. Assim é com qualquer outra parte. 

Alguns poderiam argumentar que ser introvertido é uma escolha. E uma má escolha.  Nesse livro, a autora é uma introvertida e estudou a fundo a questão, pois sentia que não se encaixava. Era como se as outras partes reclamassem do ouvido. Achassem que o ouvido não tem importância alguma e deveria ser exterminado. Ela ensina que a introversão não é uma escolha,  o cérebro do introvertido tem uma estrutura diferente.  É herdado e é biologicamente diferente: "a fisiologia de seu cérebro os predispõe a agir de uma maneira que pode contribuir para o fato de serem ignorados... Você se lembra daquela longa via neural no cérebro deles?" Ela explica que até a liberação de hormônios é feita de forma diferente para os introvertidos.

Assim, podemos afirmar que parte é DNA mesmo, outra parte é aprendido, é contribuição do meio em que a pessoa foi criada. Então,  parte é escolha,  parte é determinado.  É possível que haja introvertidos talhados pela educação.  E é possível que haja introvertidos que possuem um cérebro diferente mesmo. Mas a maior das apostas é dizer que somos os dois.  Se é herdado, os pais são introvertidos e criaram e ensinaram os filhos assim. Essa deve ser a explicação para que numa família alguns  filhos continuam a ser introvertidos enquanto outros, ao ter outras interações, se abrem mais.

Lembro-me de minha tia contar que desde que era bebê eu estranhava pessoas diferentes e chorava.  Não aceitava outro colo que não de meus pais. Eu nem tenho lembrança disso. Mas como pode um bebê fazer escolhas?  Eu não fiz o exame para ver se tenho a longa via neural no meu cérebro mas acredito que minha introversão seja herdada.

No que diz respeito a minhas escolhas,  teve uma época que tentei me encaixar,  achando que havia algo errado comigo, então imitava os extrovertidos.  Fazia de tudo para parecer um deles, mas no fundo sabia que estava usando uma máscara.  Não era minha essência,  não me sentia bem. Era como se lutasse contra mim mesma.  É um conflito querer ser alguém que não é. À medida que fui amadurecendo  comecei a me amar como sou e a me questionar como posso contribuir para o mundo da maneira que sou, sem conflitos interiores.  A questão do introvertido é como tornar o que o mundo extrovertido chama de fraqueza em fortaleza.  Como fazer algo que aparentemente é ruim ser algo bom. É apenas mudar a visão.  É como se o ouvido simplesmente deixasse de ouvir as queixas da boca que exigia que ele fosse boca e se assumisse como ouvido e assertivamente dissesse que o ouvido também tem sua função no mundo.

E quando mudamos nossa visão acerca de nós mesmos, nos aceitando e nos amando,  conseguindo ver nossas qualidades e importância no mundo,  então mudamos tudo. Pelo menos para nós.  Talvez o mundo extrovertido ainda nos criticara,  mas se nosso diálogo interior não nos condena, mas nos aceita, então conseguimos viver sem conflito interno. E achamos paz,  muita paz.  Não importa o quanto de barulho haja lá fora, o quanto nos criticam e não nos compreendem. E no quanto insistem que devemos usar uma máscara de extrovertidos e mudar nossa essência.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Auto conhecimento: O que os introvertidos precisam saber sobre si mesmos?

"Gostam de tranquilidade para se concentrar;  importam-se com seu trabalho e o lugar onde trabalham; podem ter dificuldade em se comunicar;  podem saber mais do que deixam transparecer; podem ser calados e distantes;  precisam que lhe perguntem sobre opinião e idéias (não as emitirão simplesmente" A vantagem do tímido.  Marti Olsen Larry

Uma das maneiras de ser manipulado é não se conhecer o suficiente.  Portanto,  cada um é responsável por se conhecer.  Agora, passei a focar no introvertido, pois um dos mais assediados são os calados.  O bully é um covarde.  Como existe certo prazer associado à prática,  ele vai escolher aquele que julgar indefeso.  E aquele que é calado e isolado é um excelente alvo. Não tem muito em que se apoiar,  portanto precisa trocar esse apoio externo por muita força interna.

Para os extrovertidos também vale a leitura, pois apesar de serem a minoria, há introvertidos na vida das pessoas,  sejam pais,  filhos, irmãos,  cônjuges,  colegas de trabalho, amigos, sócios,  clientes, chefes, subordinados.  Enfim, muitos conflitos se originam de expectativas não preenchidas.  E o extrovertido vai ter expectativas de acordo com seu ponto de vista. Simplesmente não compreende o introvertido, não pode se colocar sob o ponto de vista do outro.

O introvertido é um concentrado,  mas gosta de tranquilidade.  O extrovertido já precisa de pessoas ao redor.   O extrovertido pensa que o introvertido sofre quando está sozinho, quando na mente do introvertido é dessa tranquilidade que ele precisa.  O extrovertido recarrega energias com outras pessoas,  o introvertido vê suas energias drenadas quando exposto à agitação.

O introvertido importa-se muito com seu trabalho,  mais do que com seu próprio bem estar e quer estar seguro no seu ambiente.  O lugar precisa ser bom. E bom significa ser tranquilo.  O extrovertido importam-se mais com a conexão com as pessoas, precisa desse contato.  Não é um certo ou errado, são diferenças.

O introvertido pode ter dificuldade de comunicação.  Eu tenho muito, principalmente se for pessoalmente.  Prefiro a escrita ao falar. E mesmo assim me atrapalho na comunicação.  Tenho consciência que este é um ponto a melhorar,  embora seja difícil.  Não é que o introvertido não queira se comunicar.  Ele tem dificuldade.  Eu me considero super disciplinada e quando coloco uma meta, dificilmente desisto. E esta é uma meta que estou consistentemente trabalhando.  Sei que é uma meta de longo prazo e que jamais serei expert em comunicação.  É um limite,  por isso precisamos nos aceitar e ter paciência.  Aos poucos podemos melhorar. Comunicação é de extrema importância.  Então os extrovertidos são abençoados,  pois para eles é muito simples.  Mas isso não pode justificar ser cruel com quem tem dificuldade.  E crueldade é por exemplo o que a Sra Drama fez com a colega, representação mais a segunda maldade. Expressar opinião é aceitável,  discordar é aceitável,  mas pouca justificativa há para ser cruel.

Os introvertidos podem saber mais do que deixam transparecer.  Eu achei bem estranho que no curso de pós graduação,  um dos alunos, que era médico, me procurou após uma apresentação.  Ele estava realmente impressionado.  Ele comentou como podia uma pessoa calada no curso todo ter feito uma apresentação daquelas. Talvez achassem que eu estivesse perdida no curso, pois era Perícia Criminal e eu era a única formada em Letras ali. Recebi realmente muitos elogios.  Acho que por dois motivos: achavam que ficaria nervosa por ser timida e achavam que não tinha conteúdo. Mas se treinarmos lidar com a timidez, ela não é limite, podemos fazer belas apresentações.

Os introvertidos podem parecer calados e distantes. Na história de ontem, todos ficaram com pena de Ernani.  Em outros casos, podem achar que o introvertido é metido,  exibido, arrogante.  Que eles rejeitam os outros. Que eles não querem conversar com os outros por qualquer motivo que a cabeça dos extrovertidos podem encontrar. E os casos em que acham os introvertidos arrogantes é quando não são dignos de pena, pois estão funcionando bem obrigado, e têm várias conquistas. Não é porque tem conquistas que é fácil se comunicar.  No meu caso, considero-me com várias conquistas e mesmo assim sou calada e distante.  Não tenho nada contra ninguém, é simplesmente meu jeito de ser. No caso da colega,  provavelmente Sra Drama tinha elaborado na mente dela explicações para a colega ser calada e distante. A colega também não é o tipo que inspira pena, por ser muito bem sucedida.  Sra Drama por várias vezes tentou falar da colega aos chefes anteriores e só ouvia elogios. Isso dá um nó na cabeça e a pessoa tenta encontrar uma explicação.  Pelo jeito,  a explicação que a Sra Drama elaborou na cabeça dela foi bem ruim. A verdade é que o introvertido é calado mesmo. Não tem nada a ver com os outros,  tem a ver com o introvertido mesmo.

O introvertido não vai emitir opiniões.  Ele não vai se intrometer no que não é chamado.  Ele prefere guardar para si sua visão.  No caso da Sra Drama ela estava inconformada porque a colega não havia contado coisas que ela era louca para saber. Quem lia a representação tinha a nítida impressão que na cabeça de Sra Drama era um crime não ter contado a vida inteira para ela. O introvertido simplesmente não irá contar sua vida inteira e até sentirá certa invasão caso a pessoa fique sondando muito.

Cada cabeça,  um mundo.  Na cabeça da Sra Drama foi um favor ter convidado a colega para certos eventos.  Na cabeça da colega foi um favor ter ido a lugares que não eram tranquilos,  só aceitou por educação.  Sra Drama aproveitou para sondar sobre tudo. Talvez isso ela chamaria de atenção,  a colega já achou invasão. Talvez Sra Drama tenha interpretado o desconforto com certos assuntos como distância e rejeição à atenção.  A colega não pretendia rejeitá-la,  apenas sente desconforto com certas questões.  Interpretação é um mapa, na maioria das vezes esse mapa não corresponde ao território. E nada justifica crueldade por causa do que se formulou na cabeça,  pela própria interpretação dos fatos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

As semelhanças nos unem?

"Sempre quieto,  inofensivo, à parte,  Ernani costumava comer seu lanche sozinho,  num canto da sala. Ele não participava das brincadeiras que fazíamos após o almoço,  sendo que,  ao terminar a refeição,  sempre sentava sozinho debaixo de uma árvore mais distante.  Devido a esse comportamento,  Ernani era o alvo natural das brincadeiras e piadas do grupo.  Ora ele encontrava um sapo na marmita,  ora um rato morto em seu chapéu.  E o que achávamos mais incrível é que ele sempre aceitava aquilo sem ficar bravo." O silêncio pode significar muito. Site www.contandohistorias.com.br

Essa é uma história em que havia havia um líder numa empresa de engenharia chamado Mauro que gostava de fazer brincadeiras.  E o diferente era o alvo das brincadeiras.  Ernani levava numa boa, mas a diferença era o que separava. Como Ernani não se encaixava no padrão, ele era assediado. Ou era a vítima de bullying.  Será apenas mais uma historinha? Creio que não,  está no site para nos fazer refletir acerca das diferenças e das semelhanças.  E também da nossa falta de conhecimento sobre pessoas. E também do quanto julgamos quem é diferente ou não compreendemos. E também sobre o assédio praticado contra pessoas diferentes,  seja por característica pessoal, raça,  religião,  partido político e a lista pode continuar...

Concordo que não precisamos gostar e nem concordar com todos, mas dependendo da brincadeira,  é preciso repensar. Aliás,  não é preciso se divertir às custas do diferente. O máximo que se pode fazer é permitir que a pessoa seja. O máximo que se pode fazer é talvez conversar,  expor se o diferente incomoda tanto assim. Mas será que incomoda mesmo ou é apenas um preconceito?

Nesse texto há uma redenção.  Ernani estava prestes a ser vítima de outra brincadeira quando explicou o motivo de ser distante. Todos imediatamente se arrependeram e passaram a ajudar Ernani. Será que na vida real há redenções assim? 

Eu acredito que as histórias da Bíblia sejam mais acuradas. É muito bom que haja redenção.  Vimos várias na Bíblia,  mas há aquelas sem redenção, como a da mulher que assedia José e o denuncia como se ele tivesse assediado-a.  Há a história de Herodias,  que pede a cabeça de João Batista numa bandeja. Infelizmente na vida real há várias histórias sem redenção.

Esperamos muito pela redenção.  E a redenção ocorre quando não enfatizamos as diferenças,  mas enfatizamos as semelhanças.  Somos todos seres humanos criados por Deus. Por que ser intolerante? 

Há introvertidos maus e bons,  assim como há extrovertidos maus e bons. O que nos une deveria ser a luta contra o mal. Deveria ser a luta pelos valores.  Devemos primeiramente encontrar o que nos une. Por isso uma missão numa empresa é tão importante para unir. Qual a missão da instituição?  Quem está contribuindo para a missão e quem está dissolvendo e picando a missão por causa de uma diversão particular? Ou um interesse particular?

O tema do assédio é uma das lutas do Blog. E é bom para o assediado saber que ele não está sozinho,  que outras pessoas passaram pela mesma situação.  Que hoje elas se encontram firmes, restituídas,  que superaram e entenderam que o problema era o assediador.  E como encontrá-lo quando não há redenção e o algoz se faz de vítima?  Entender os mecanismos do algoz,  como ele consegue manipular para chegar lá.  E também entender a vítima,  o que ela faz para ser alvo de assédio.  E também empoderar a vítima,  mostrar que ela não precisa ficar deprimida, revoltada,  mas pode ser forte e capaz.

Se você já foi vítima de assédio,  saiba que é forte e capaz. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Você investe em auto conhecimento?

"No transcorrer dos últimos 50 anos,  os avanços acelerados da ciência tem gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes.  Graças à biologia,  à neurobiologia e à psicologia aplicada,  o 'sistema' tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano,  tanto de forma física como psicologicamente.  O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo.  Isto significa que,  na maioria dos casos,  o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos." Chomsky e as 10 estratégias de manipulação midiatica

Aqui é enfatizado que o sistema nos controla, nós não exercemos controle sobre nós mesmos. O conhecimento sobre neurobiologia e psicologia faz com que o sistema nos controle. Como nós não investimos nesse tipo de ciência não percebemos que somos controlados e nem conseguimos nos controlar. Por outro lado,  se tivéssemos esse tipo de conhecimento, poderíamos exercer mais controle sobre nós mesmos, isto é, poderíamos ser autores de nossos próprios livros.

A realidade é que a maioria das pessoas não escreve seus livros. As pessoas pensam que o acaso está escrevendo,  quando na verdade é o sistema que escreve.

Falando sobre controle,  poderíamos destacar o que nos motiva a agir e o que nos inibe de agir. Se soubéssemos,  teríamos maior controle sobre nossas ações.  Claro que se fôssemos refletir bem sobre o assunto, sobre controle de si mesmo, teríamos que usar mais uma série de reflexões. Assim, vamos ficar no essencial por enquanto.

Muitas vezes o sistema usa nossos medos.  Conhecê-los é essencial para agirmos. Cada um tem um medo diferente porque cada história de vida é diferente.  Mas auto conhecimento sobre medos faria uma grande diferença.  Muitos têm medo de falhar, de não conseguir,  por isso nem tentam. No caso da Polishop que eu dei exemplo ontem,  a pessoa poderia ter medo de não conseguir resolver,  e por isso desistir da cobrança.  A falta de persistência é um medo.

Muitas vezes o sistema usa as motivações,  as recompensas.  Saber as nossas 'fomes' nos ajuda muito. Fome de atenção,  carinho, dinheiro, comida, elogios, sexo,  conhecimento,  trabalho, reconhecimento.   Tudo isso nos faz agir de acordo com o manipulador.  Então se tivéssemos auto conhecimento saberíamos lidar com nossas fomes e estar satisfeitos para não cairmos em ciladas. No meu caso, vencer um desafio é uma recompensa.  Eu insisto até encontrar a solução porque encontro a recompensa de resolver algo difícil.  Gosto de desafios. Eles não me param,  eles me motivam.

Óbvio que o mesmo pode ser usado para o bem. No site UNIDOS CONTRA A CORRUPÇÃO há uma proposta de maior participação popular. Para incentivar denúncias de corrupção, pensam em proteger o anonimato do denunciante e também recompensar com dinheiro. O ser humano não denuncia a corrupção por temer represálias.  O ser humano que não teme represálias não denuncia porque não é da conta dele,  não vai ganhar nada com isso. Há várias propostas que valem a leitura. Só se combate corrupção se conseguimos entendê-la.  O brasileiro médio não tem idéia de como ocorre a corrupção,  não tem idéia do que é licitação; criar obstáculo para vender a solução... enfim não somos culpados pela corrupção,  mas somos responsáveis por ela à medida que nos contentamos em ser médios,  nos contentamos em votar de qualquer jeito,  quando não temos iniciativa e tampouco assinamos uma campanha tão interessante e apartidária como o Unidos contra a corrupção.

Nos não nos unimos pela semelhanças,  que é o desejo por um país melhor. Nós preferimos nos faccionar pelas diferenças,  que são os partidos políticos. Tem gente brigando pelo seu partido em vez de se unir contra a corrupção.  Até quando estaremos dormindo? Enganados?  Os corruptos querem mesmo a desunião,  pois assim praticarão a corrupção enquanto o povo está distraído brigando e vendo as diferenças.

No nosso estudo de caso Sra Drama usou o medo (é amiga íntima do chefe) e a recompensa (quem está com ela tem privilégios). Talvez quem foi manipulado nem percebeu. Conhecemos pouco de nós mesmos.  Estamos no piloto automático.

Ela mesma pode ser vítima do sistema. Talvez nem tem consciência dos atos manipulativos.  Para ela pode ser o normal, o que sempre fez e deu certo. Pode ter crescido num lar manipulativo. Pode ter nem entendido suas verdadeiras motivações. Talvez ela não conheça a si própria e prefira negar que foi ego. Por isso,  nada melhor que um perito em pessoas para a análise.  Sim, com conhecimento de biologia (médico) e psicologia ou psiquiatria.  Talvez Sra Drama nem tenha consciência do mal que o drama lhe faz. Se investisse em auto conhecimento teria paz. Talvez ache que com um salário maior poderia comprar mais, fazer mais uma cirurgia,  ter mais o ego feliz. Talvez.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

De quem é a culpa?

"Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça,  por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades,  ou de seus esforços.  Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvalida e culpa-se,  o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição de sua ação.  E, sem ação,  não há revolução!" Chomsky e as 10 estratégias de manipulação midiatica

O Sistema econômico acaba por massacrar o pequeno. E faz o pequeno achar que a culpa é dele. Culpa não resolve se ficarmos parados nos lamentando na culpa. Nós somos os responsáveis pelo nosso resultado.  Mas isso é diferente de sermos culpados. 

Um exemplo são as grandes empresas. Aconteceu comigo com a Polishop.  Registrei no Blog minha indignação.  Eles extraviaram um pedido meu e a estratégia foi colocar a culpa em mim. Cada vez era uma estratégia diferente,  mas sempre tentando me culpar.  Uma hora era que estava ausente no dia da entrega, o detalhe é que tem portaria 24 horas e mesmo se o porteiro tivesse se ausentado é possível chamar o apartamento direto e eu estava em casa. Tentavam culpar-me por não estar presente. Outra hora era porque um formulário não estava preenchido corretamente.  Outra hora afirmaram ter entregue. Tentavam me culpar por ter recebido!  Eu então pedi comprovante com assinatura de recebimento.  Se o extravio fosse no condomínio,  era só comparar assinaturas,  horário,  gravação de câmera de segurança e eu deixaria de cobrar a Polishop, passaria a cobrar o condomínio.  É muito simples. Só acabou a sina quando acionei o Procon. Eu não aceitei a culpa, embora aceitei a responsabilidade pelo resultado. Nunca mais comprei para receber por transportadora ou correio. Agora vou direto no officce.  Queria desistir do negócio,  mas pensei bem e não achei justo, pois algumas clientes gostaram dos produtos. Eu mesma gosto.  E tinha pagado caro no kit de empreendedor.  Havia como evitar o problema sem desistir do negócio.  Agora não recomendo mais compras por transportadora e aceito minha responsabilidade com a atitude de nunca mais comprar pela Internet.  Até em outras empresas, vou direto no local, pago e já levo. Há como pegar o kit do empreendedor direto no Officce também.  Bem resolvido. Para tudo há solução.

Do jeito que as empresas dão trabalho e invertem a culpa,  muitos desistem.  Eu não caio nessa!  Sempre luto até o fim. É questão de cidadania. Não podemos desistir porque os poderosos estão colocando obstáculos. Temos que continuar a lutar por nossos direitos.  Afinal, tinha comprado e pago a vista.

No nosso estudo de caso, Sra Drama usou bastante o recurso da culpa. Claro que a colega não aceitou culpa. Responsabilidade é uma coisa, culpa é outra totalmente diferente.  Ela sugeria que a culpa era da colega por ser louca. Culpa dela por ouvir o que não foi dito, ver o que não aconteceu. Culpa porque Sra Drama tinha sido maravilhosa no ponto de vista da Sra Drama. Óbvio que todos no seu ponto de vista se vêem como certos. Sra Drama tentou transferir essas convicções para a colega. Poderia Sra Drama manipular a colega e fazê-la acreditar que ela era louca e via e ouvia a mais? E era tudo culpa da colega, que ela teria que aceitar como um  cordeiro tudo o que Sra Drama dizia e as maldades que fazia?

Óbvio que não.  A colega parece bastante passiva. Parece que não tem boca para nada. Parece que não consegue se defender. Não podemos ir por aparências. 

De fato a colega não tem boca para nada. Não se importa em ficar se defendendo.  Por anos nunca o fez. Sempre calada. Assim é a natureza da colega.  Calada, introvertida.  Não que estivesse fazendo algo tão difícil.  Mas estar calada não significa admitir culpa. Apenas não fazia questão.  Tinha outras prioridades. 

Até quando eram apenas comentários,  que não eram de fato prejudiciais estava tudo bem. Mas quando há uma representação e prejuízo, já é outra coisa. Sra Drama tinha ido longe demais. Aí é preciso não aceitar.  Aí é preciso lutar. Aí é preciso se defender. Não importa quanto seja passiva, calada, introvertida.  Existe um limite e temos que ver quando alguém ultrapassa e aí estar pronto para se defender.

Ninguém tem o direito de atacar, mas todos têm o dever de não ficar deprimido e nem ter suas ações inibidas. É preciso ação, dependendo da linha que ultrapassam. Para tudo deve haver um limite. E podemos nos defender honestamente,  com integridade.  E isso fez a colega.  A perícia é uma das coisas mais íntegras que existe. O perito é imparcial.  Não está de lado algum, apenas vê o que está a sua frente de maneira imparcial.

O perito é como o Procon.  Se um consumidor pede algo absurdo, é lógico que não pode acionar o Procon. Mas quando tem provas de que tentou resolver com a empresa, que usou todos os recursos, que pediu comprovante de entrega e a empresa é que não comprovou. Então pode acionar. 

É lógico que ninguém aciona o Procon se não tiver certeza que foi lesado. Assim como não há porque pedir perícia sabendo que está errado. E é preciso não aceitar a culpa de manipulação.  Se a culpa é verdadeira, aí sim devemos aceitá-la e fazer diferente das próximas vezes. Se na perícia o médico psiquiatra dissesse que a colega era louca, ela aceitaria. Se na perícia do caso em questão o perito desse razão a Sra Drama, aí a colega aceitaria. Aí sim se mostraria aceitável.

É preciso ficar bem atento para a culpa, pois também é técnica muito usada por quem quer manipular.  Diria que depois do apelo emocional vem a culpa, em termos de mais usados.  Portanto,  atenção redobrada quando alguém tenta colocar uma culpa que não condiz com a realidade. Questione a culpa. Questione e busque outras fontes de informação.  Sra Drama não é fonte que se confie nesses quesitos.  Assim como uma grande empresa não é fonte que se confie, pois ela visa o lucro e nem está aí com o pequeno consumidor. 

Poucos são os que questionam as práticas das grandes empresas. Quando estive no Procon,  conversei com outros reclamantes e comparei as estratégias para enrolar o cliente e são semelhantes.  Pior é que muitos caem e desistem de reivindicar seus direitos.

Quando o cliente vai fazer a sua revolução?  O Procon está aí para ajudar o cliente.  Pena que poucos usam. Há mais lesados que os dispostos a reclamar. É por isso que continuam a fazer isso.