"Não escondas mais tua raridade na escuridão. Traze-a à luz. Mostra ao mundo. Esforça-te para não caminhar como teu irmão caminha, nem falar como teu líder fala, nem trabalhar como trabalha o medíocre. Jamais faças como o outro. Nunca imites. Pois não sabes se irá imitar o mal, e aquele que imita o mal sempre vai além do exemplo estabelecido, enquanto aquele que imita o bom sempre fica aquém disso. Não imites ninguém. Sê tu próprio. Mostra tua raridade ao mundo."
Atualmente com a globalização, temos vários modelos. Só ligar a televisão e temos Big Brother, novelas, filmes, celebridades, enfim, muitas pessoas a admirar e imitar. A imitação pode ser tanto consciente como inconsciente. E se não prestarmos atenção podemos imitar o mal sem perceber, achando que é bom, ou ainda pior, inconscientemente imitamos porque é o modelo que vemos repetidas vezes.
Todos estão sujeitos. Desde o nascimento temos modelos que aprendemos e imitamos. Desde a forma como fomos criados até o que incorporamos depois de adultos. Tudo isso formou a nossa programação mental, e com isso, nossa resposta ao mundo.
Pegando como modelo a Sra. Drama, não podemos simplesmente culpá-la por estar construindo caos, em vez de paz. Muito provavelmente ela imitou o que viu durante a vida e não pensou conscientemente sobre uma alternativa melhor, ela simplesmente foi dando vazão ao que sentia e podia imitar muito do que via pensando ser bom. Certamente não era. Se fosse bom, não tiraria a paz dela, não a deixaria infeliz e nunca satisfeita.
Quanto à traição, parecia bom ter uma pessoa que poderia fazer os desejos tornar realidade e lhe conferir poder. Mas inconscientemente isso trazia falta de paz e ela não sabia, achava que a paz dela era tirada por pessoas que nada tinham a ver com as atitudes dela. Jesus já tinha alertado no Sermão da Montanha que a traição começa no pensamento e deve ser arrancada nesse início. Ela via na TV e nas novelas a traição como algo comum e aparentemente causando felicidade. O Sermão da Montanha é um parâmetro sobre o bom e o mau. Como ela não tinha essa programação, deixou-se levar. Trouxe infelicidade e falta de paz para ela.
A Sra. Drama tinha uma colega de trabalho bem sucedida, ela tinha passado em 1o. Lugar num curso e ainda obteria horário especial. Ele bem que tentou disfarçar, mas a cólera cresceu no seu coração, uma cólera sem motivo, pois a colega não tinha culpa alguma da cólera dela, nem disputando com ela estava. Como ela não conseguiria apagar o feito da colega, jogou una indireta que a colega jogava com horários, a colega só quis esclarecer e pediu para ela ser mais clara. A Sra Drama sentiu-se lesada porque ao invés de a colega obedecer a ordem disfarçada em indireta resolveu esclarecer e manter o direito dela. Isso era uma afronta ao poder dela. A Sra Drama fez um escândalo, chorou copiosamente, falou que a colega não agradecia todo o bem que ela supostamente tinha feito. Colocou-se como vítima. De fato não apagou o feito da colega, mas o choro e o se fazer de vítima foi tão chocante que todos acharam que a colega era mesmo ingrata. Só que a colega não tinha nada a ganhar com uma "briga" naquele momento, só a perder. Ocorre que a colega aproveitou para dizer que encerrou-se o drama, que não queria mais ouvir seus outros dramas, com outras pessoas que ela dizia lesa-la e a faziam sofrer. A Sra Drama não teria ouvido essa verdade que se faz de vítima e faz drama se tivesse ouvido o sermão da montanha e não tivesse encolerizado com a colega sem causa.
Esse tipo de drama após feitos da colega ocorreu por mais duas situações. Tudo porque ela quis imitar o mal ao invés do bem. Ou porque não soube fazer diferente, era a única maneira que sabia. E em todas vezes ouviu alguma verdade inconveniente com a qual ela não soube lidar, trazendo mais mal ainda para ela. Porque os pensamentos a perturbavam, ouvir a verdade fazia mal para ela. E obviamente que a inversão, o opressor se fazer de vítima é algo que vemos com frequência em vários locais. Alguns gostam de imitar esse comportamento ou o fazem inconscientemente.
A Sra Drama com certeza tinha qualidades, não precisava ficar à sombra de ninguém tentando apagar os feitos dos outros. Tinha potencial para seus próprios feitos. Não precisava criticar todos aqueles que viam como ameaça. Essa foi uma receita para a infelicidade e falta de paz dela. Era como interpretava os feitos dos outros. Ao invés disso, ela poderia direcionar o olhar dela para seu interior e fazer uma auto avaliação. Ver que tinha qualidades diferentes e usar essa força com ética, sem imitar o mal. Com certeza sentiria paz ao apresentar seus próprios feitos, ao apresentar a raridade dela ao mundo. Ao usar seus pontos fortes.
Sentiria muita paz ao não se comparar. A comparação e a vontade de ser igual ou até superar os outros tem tirado a paz de muitos. Quando passamos a ver e agradecer por nossas qualidades, mudamos muito nossa percepção de mundo. A Sra Drama poderia competir consigo mesma, ser melhor do que foi ontem em 1% a cada manhã. Isso estimula, motiva e traz paz, pois não nos achamos impotentes, sabemos que somos capazes de melhorar 1% todo dia e tira nosso foco do outro. O que o outro faz ou deixa de fazer não é nosso problema, pois estamos focados em nós mesmos e no nosso progresso.
O 1% de cada dia nos faz comemorar todos os dias, nos faz acordar motivados para aprender coisas novas, para novos desafios. É bom, muito bom, acompanhar esse 1% diario. Como estamos felizes com nosso 1% diário, somos capazes de comemorar com nossos colegas. Grandes feitos dos colegas são motivo de comemoração, como Paulo de Tarso fez quando os corintios fizeram um grande feito. Em nenhum momento quis Paulo apagar esse feito, pois não se sentiu diminuído por ele, sentiu contente pelo feito do outro.
Podemos imitar o bom quando temos certeza que é o bem. Jesus pediu para sermos imitadores dele. Paulo pediu para o imitarem, pois ele imitava Jesus. Mas isso não tira nossa individualidade. Eu estou estudando a mente de Cristo. Não tenho pretensão de ser igual. Impossível, porque ele foi perfeito e sou imperfeita. Não quero pregar em sinagogas ou na montanha, pois sou introvertida e Jesus foi extrovertido. Nem creio que este seja meu dom. Devemos respeitar nossas características pessoais, embora possamos usar um bom modelo. Pena que vários modelos escolhidos hoje em dia estão ensinando o engano, traição, amor ao dinheiro e tantos outros parâmetros estranhos. Mas tudo é escolha e as pessoas são livres. Paulo dizia que podia fazer tudo, mas nem tudo convinha. Livre arbítrio. Será que nossos modelos tem feito coisas que convém? Prestamos atenção em quem estamos imitando? Imitamos alguém inconscientemente, só porque vemos esse comportamento repetidas vezes?
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