quinta-feira, 2 de março de 2017

O investidor inteligente não faz alavancagem com possibilidade de perda

"Trata-se aqui de tentar ganhar dinheiro investindo recursos que não são nossos. Se o investimento vingar ou não,  temos que pagar tanto o que tomamos emprestado quanto os juros da operação. A pior situação é quando compramos,  com o dinheiro emprestado,  um ativo por um preço e o revendemos por um preço menor. A estratégia pode até ser válida quando um investidor está negociando um valor pequeno, se comparado com seu patrimônio total (...) quanto mais incerto o ganho, menos recomendável é a alavancagem (...) quando um empresário toma um empréstimo para injetar recursos em seu negócio próprio,  ele está se alavancando e assumindo o risco de não vender.  A estratégia é equivocada? Não,  se ele tiver sob controle os diversos aspectos de risco do mercado em que atua."

Cerbasi trata nesse parágrafo sobre os empréstimos.  Devemos ou não? De acordo com ele, temos que analisar bem a situação considerando os riscos.

Como sempre faço,  tento aproveitar as dicas para a minha realidade. Um dos segredos de colocar em prática o que estudamos é saber adaptar. Não adianta nada ler um livro e não colocar nada em prática.  É por isso que muitos nem lêem achando que perdem seu tempo. De fato,  quem não coloca em prática ganha apenas conhecimento,  não transforma nada.

Assim, tanto com Mary Kay como em Polishop iniciei o negocio com recurso que não era próprio.  Usei cartão de crédito.  É muito importante que saibamos que o valor do cartão é uma espécie de empréstimo.  Tinha noção disso.  Sabia que se o negocio não desse certo, tinha que arcar com as parcelas e que nunca poderia deixar de pagar as faturas, pois os juros não compensariam o negocio,  ficaria no prejuízo.

 Muitos me questionam porque algumas consultoras vendem bem mais barato. Provavelmente elas entraram nessa situação descrita por Cerbasi. A pior situação: revenderam o ativo por um preço menor do que pagaram. Por que? A primeira hipótese é o vencimento das faturas.  Muitas vezes levantar o valor da fatura é importante para não cair nos juros do cartão de crédito. A segunda hipótese é o vencimento dos produtos. Do que perder totalmente o valor com o vencimento do produto compensa vendê-los até mais barato do que pagou. A terceira hipótese,  menos provável para consultoras mesmo, é a venda de produtos roubados ou falsificados.

Por isso,  a dica de negociar um valor pequeno em relação ao patrimônio total é ótima.  Sendo o valor pequeno, a pessoa tem condição de pagar a fatura,  não precisa se desesperar e vender até mais barato do que pagou só para honrar com a fatura. No entanto, se a pessoa tem mais fatura do que a capacidade de paga-la está na pior situação e terá que cometer um ato de desespero.

A estratégia é boa quando controlamos os riscos. O vencimento é algo que todos devemos considerar muito antes. No caso de cosméticos , há vencimento para se preocupar,  por isso as compras devem ser pensadas. O bom da Polishop é que trabalhamos também com produtos sem prazo de validade, como cintas e calças modeladoras.  Não há razão para desespero,  para vender mais barato do que pagou. No caso da Mary Kay o estoque deve ser muito bem pensado.  Todos os riscos devem ser calculados para não entrar nessa armadilha de pagar para trabalhar.

Nunca devemos fazer um empréstimo para comprar algo que nos dê possibilidade de perda.  Arriscar-se é necessário,  nas tem que ser calculado o risco.

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