É comum o problema nos trazer irritação. Somos seres humanos e se isso já ocorreu não devemos nos culpar, porque a irritação com causa ocorre com todo ser humano. Quem nunca se irritou que atire a primeira pedra. Ainda mais quando houve um motivo.
Entretanto, ultrapassar essa barreira é como se elevar a um nível acima. Não que alguém esteja querendo estar acima dos outros, mas vamos convir que ter essa presença de espírito indica ter se desenvolvido um pouco mais.
Eu sou muito calma mesmo. Quem me conhece sabe. Quem me conhece muito bem sabe que posso me irritar muito quando atingem meu ponto fraco ou quando testam minha paciência. Sabe aquela pessoa que aguenta muito mas uma gota pode encher o balde e tem pessoas que gostam de irritar de gota em gota? Parece que não, mas pequenas doses aplicadas com o tempo podem ser letais. E qual nossa saída? Perceber isso e nos imunizar. Eu sei que nem sempre fiz isso. O poder que pode ter isso é incrível, nem eu mesma imaginava.
Voltando ao problema desse estudo de caso. A pessoa usou desse recurso. Foram pequenas gotas de comentários maldosos e boatos. Quase nada. Que não poderiam fazer mal nenhum. Com paciência e ao longo dos anos conseguiu fazer uma espécie de lavagem cerebral. Eu achei incrível que um absurdo como aquela representação possa ter tido efeito. Não tinha nada ali, qual a explicação para ter considerado um emaranhado de informação boba para que elas produzissem efeito? As gotas aplicadas ao longo do tempo. Isso é tão forte que fatos parecem não fazer efeito algum, especialistas são negligenciados, documentos não dizem nada... Valem os boatos e as opiniões. Incrível mesmo. Caso bem intrigante.
Eu ainda tinha que tirar minhas provas, então realmente estava irritada e queria saber até que ponto a pessoa iria. Pedi a perícia sobre o problema que ela usou para me prejudicar. Já fazia um tempo que estava analisando o comportamento dela e chegado a algumas conclusões, eram escritas para mim, mas que deixei na mesa e outra parte na gaveta. Os papéis foram feitos em rascunho, portanto deixei a parte que eu escrevi e analisei a situação por baixo e o original do rascunho por cima. Não tinha como saber o conteúdo se a pessoa não virasse a folha, o que estava na gaveta não teria como ver se não abrisse a gaveta e vasculhasse. Eu iria de fato usar parte de minhas escritas na minha defesa. Claro que reformularia a maneira de colocar, afinal ninguém usa diretamente seus rascunhos. O que você pensa para você é seu. Mas no fundo queria saber até que ponto ela iria lá na minha sala vasculhar os papéis. Sabia que ela era capaz disso, já a peguei ouvindo atrás de portas, já a peguei em situações um tanto quanto inusitadas. E pimba. Foi só eu pedir a perícia que ela se irritou, foi lá e usou os papéis. Só nunca pensei que ela os usaria para um prejuízo ainda maior. Ela usou o nome de várias pessoas e um amigo do amigo íntimo dela para me prejudicar ainda mais do que já tinha prejudicado. E eu tirei minha prova para saber o quanto foi intencional ou não. Era para eu saber. No fundo sabia que ela iria lá, só não previ até onde iria a irritação dela. E foi a irritação dela que a fez entrar em contradição novamente. Já havia contradições no que se apurou a partir da representação. Eu sabia onde estavam as inverdades e investi ali. Ela fugiu de falar. Eu tive que insistir para que se aplicasse a lei e ela fosse ouvida. Não começou? Queria fugir por que? Foi uma faca de dois gumes. Usaram as anotações que ela pegou de maneira ilegal na minha mesa contra mim. Prova ilícita. Um tanto quanto ilícita. Invadir a privacidade de alguém... mas aí já estava acostumada. Ali era assim mesmo. Não usaram o que aconteceu comigo contra mim? Não tiraram o foco da perícia quando ela fez a maldade e ainda com o amigo do amigo íntimo dela? O que eu esperava de lá?
De lá nada. Mas foi para mãos de terceiros. Nas mãos de quem as gotas de boatos não faziam efeitos, nas mãos fora do amigo íntimo dela que deveria ter se declarado suspeito...
Talvez tenha me faltado mais presença de espírito porque as anotações foram uma faca de dois gumes. Mas me restava confiar no julgamento de quem não recebeu gotas de boatos e nem se beneficiava, não era amigo íntimo...
A solução de um problema pode ser muito complexa. Mas o importante é saber que lutamos muito. Fizemos nosso melhor, embora quando olhamos para trás possamos ver que poderia ser melhor resolvido ainda. Somos inexperientes e não sabemos até que ponto vai a ousadia de pessoas como ela. Só aprendi que ela poderia ir muito longe na ousadia depois da reação dela ao meu pedido de perícia. Que coisa feia... mas afinal não estava para dar opiniões, estava para me defender.
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