Shinyashiki mostra que a fé é um ingrediente importante para resolver o problema.
No meu caso, tive muita fé. As pessoas envolvidas eram importantes e influentes. O amigo íntimo da criatura tem influência na cidade, pois se trata de uma cidade pequena, portanto ele é bem conhecido lá. A profissão anterior dele bota medo, por isso que eu nem aleguei na época ele ser amigo íntimo. Além de ser subordinada dele, não sabia o que ele poderia fazer se contrariado, tanto lá dentro como fora. Nós nunca conhecemos as pessoas. Ele andava armado, sinal que queria se proteger, sei lá se tinha inimigos e o que poderia fazer com os inimigos. Nem eu com muita fé achei que a hora era aquela. Nem queria ser considerada inimiga dele.
Mesmo indo para mãos de terceiros havia problemas. Ele poderia influenciar a pessoa que tomaria a decisão. A cidade era pequena, ninguém saberia o que aconteceu. Afinal, ninguém realmente lê os procedimentos, então ficaria lá esquecido. Se houvesse injustiça ninguém saberia. Ficaria escondido lá. Então havia prós e contras de ser cidade em que as pessoas se conhecem. Os prós eram que as pessoas sabiam da amizade íntima com ela, não é algo que se esconde assim. Havia outras pessoas que trabalharam com ele e com ela que poderiam esclarecer sem serem prejudicados se a investigação não fosse aberta. As conversas informais me ajudariam, porque abertamente ninguém poderia contrariar a queridinha dele. Outro ponto a meu favor era em relação ao emaranhado que ela fez. Quem era de lá tinha noção do tempo. Ela omitiu quando os fatos aconteceram e isso fazia toda a diferença. Colocar cada fato numa escala de tempo dá a perfeita dimensão do absurdo. Eu acho que ela omitiu o tempo propositadamente para dar a entender algo favorável a ela. Mas quem estava lá tinha condições de fazer isso. A chave de toda a história estava em situar no tempo. E eu também sabia disso. Pessoas de fora jamais teriam as ferramentas certas. Por mais estranho que fosse aquele emaranhado, era muito confuso e contrariava a racionalidade. Pessoas de fora se perderiam no emaranhado.
Qualquer ser pensante ainda assim veria duas pessoas completamente diferentes. Uma favorecida e outra que conquistava por merecimento. Uma que apelava e outra que argumentava. Eu ter atuado ativamente mostrava exatamente isso. A representação dela e tudo que vinha depois só mostrava uma coisa: Não havia argumento sólido. Era apelo puro. Dava na cara que era favorecimento.
Se dava na cara que era favorecimento era só juntar mais umas pecinhas que eles omitiram. Lutar para se defender de pessoas influentes exige a fé de que não importa o quanto são grandes, o seu Deus, que está contigo é muito maior. É ele que faz a verdadeira justiça. No final não me injustiçaram, me absolveram de todas as acusações absurdas dela. A justiça verdadeira mesmo só Deus faz, que é dar a cada um de acordo com seu merecimento. O homem favorece seus amigos, mas só Deus é justo para dar a paga certa para cada um, por isso estou muito feliz e satisfeita com o resultado. Se eles merecem a colheita pelas ações deles, fica nas mãos de Deus. A mim cabe ter fé que podemos contribuir para educar mais pessoas acerca desse tipo de ataque que acontece com vários anônimos. Não acontece apenas comigo, acontece com um monte de gente. Foi um alento passar aquela fase lendo relatos de pessoas que passaram pelo mesmo problema. Pouco estava em Português, li em inglês, em espanhol... e havia sempre um padrão. Parecia que eu via a criatura sendo descrita em cada relato. Por isso, sei que não é so comigo e nem acontece só no Brasil. E quanto mais divulgarmos e tentarmos levar essa questão de modo a prevenir e de modo a consolar quem sofre com isso, melhor será.
Eu tenho fé que podemos mudar, nem que seja um pouco. Afinal, acredito nos pequenos passos.
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