Shinyashiki também ensina a escrever sobre o problema, assim conseguimos uma certa distância dele e podemos pensar melhor a respeito dele.
No meu caso outra questão que percebi foi o quanto a pessoa distorcia os fatos. Ela dizia que era eu que distorcia. Eu sou muito exata. Como fiz Pós graduação, tive a disciplina de pesquisa científica e aprendi a ser o mais exata possível e quando não tinha certeza não fazia afirmações, apenas apontava uma possibilidade. Não distorço fatos. Só que uma afirmativa com convicção repetidamente faz mais efeito que a verdade. E eu sei disso. Por isso que ela tinha força. Ela conseguia fazer a inversão da situação sem que os incautos percebessem. E me acusava. Eu jamais teria dito o que observei dela se ela não fizesse uma representação contra mim. Sou muito discreta, posso observar muito e guardar para mim. Entretanto se me acusarem injustamente, me defendo até as últimas forças.
E ela me acusou injustamente. E eu sabia onde estavam as distorções. O melhor enganador é aquele que mistura alguns fatos com inverdades e distorções, eu já tinha ouvido muitos discursos dela para saber dessa técnica. Eu a tinha visto praticar diversas vezes.
Na representação houve distorções relacionadas a fatos como citações de entrada ou saída de diversos superiores de lá. Houve distorções relacionadas a períodos de tempo, mas ela colocava o fato de uma mudança. Essa citação era tão relevante que eu cheguei a pedir o contrato de aluguel para juntada, mas a pessoa responsável disse que o terceiro imparcial que julgaria também tinha pedido. Meu indício de que ele seria honesto e estava atrás da verdade. Ele não juntou esse documento, era para convicção dele. E provavelmente ele estava buscando a verdade, independente do que falaram para ele, pois tinha certeza que houve a conversa com o amigo íntimo dela. Houve uma tentativa de distanciar o período da minha faculdade com os fatos narrados, mas soube que responsável pela decisão tinha pedido meu prontuário. Então toda o histórico estava lá. Inclusive o histórico da faculdade é bem revelador.
E eu escrevi tudo isso no papel para mim. Eu fiz uma espécie de linha do tempo com todos os acontecimentos e as distorções. Isso também para ela foi uma faca de dois gumes. Dava certa veracidade a versão dela, mas era passível de conferência se a pessoa responsável pelo procedimento não fosse preguiçoso e estivesse em busca da verdade. O que ocorre é que o ser humano não quer pensar. Ele vai por gatilhos mentais e pelo que é mais fácil de engolir, por isso pessoas como ela se dão bem. Ela aproveita-se disso. Qualquer pessoa mais questionadora consegue ver as inconsistências. No discurso é mais difícil, tem que ter boa memória e boa percepção, mas no papel é possível retornar, voltar aos escritos. Por isso prefiro por escrito.
Costumo preferir o que é documentado. Quanto mais documentado melhor. Quem não deve, não teme. E é por isso que o papel é sempre o melhor amigo de quem quer refletir e entender uma situação.
E eu também refletia sobre a relação entre a vontade louca dela por um cargo de confiança e os ataques a mim. Tudo estava relacionado. Ela distorceu tanto os fatos que escreveu na representação que era chefe dos funcionários. Sei o que estava implícito. Eu devia toda a reverência a ela. Peguei essa distorção e deixei bem claro que ela ainda não era chefe, tinha distorcido o fato. De fato estava pleiteando e houve uma nominação informal e absurda, mas o fato mesmo era que ainda não era chefe. Ela tinha pedido aumento para um dos superiores há uns dois anos e um pouco antes de fazer a representação tinha escrito um email para vários superiores demandando o cargo. Eles não eram da cidade onde trabalhávamos e muito menos aqueles que concederam a chefia informal para ela. Eram mais centralizados, da chefia superior, e um deles chegou até a responder para ela. Acho que os outros devem ter rido e achado aquilo muito ridículo.
Que bom que tudo isso deve estar documentado em algum lugar, porque mostra que não estou errada, ela queria desesperadamente o cargo. E eu em nada a impedia, mas mostrava um serviço excelente, o que na cabeça distorciva dela pode ter dado a impressão que não viam o "talento" dela devido ao meu bom serviço. Inclusive havia feito um excelente serviço pouco antes de ela fazer a representação, um ótimo serviço que foi admirado por todos. Então até nisso o devido posicionamento no tempo me ajudaria a desvendar aquela cabeça. E que cabeça!!! Fiz vários escritos para entender os motivos dela. E as possibilidades é que a incomodava por vários motivos, menos pelo que alegou.
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