terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Qual o seu conceito de si?

"A auto imagem, ou conceito de si, é a principal fonte de criação.  As pessoas só realizam algo quando se julgam capazes de fazê-lo.  É a forma segundo a qual a pessoa se vê.  É a imagem que tem de si mesma.  A auto imagem irá influenciar fortemente o desempenho de um indivíduo.  No conceito de si estão contidos os valores de cada um, sua forma de ver o mundo,  a motivação.  Quase sempre,  ele está vinculado a modelos,  ou seja, as pessoas com as quais o indivíduo se identifica. O conceito de si muda em função do contexto em que o sujeito opera, ou seja, pode variar em função das relações que estabelece,  do trabalho que desenvolve,  da visão que constrói do mundo afetivo,  suas conquistas e fracassos."

Essa citação do livro de Dolabela constitui-se numa boa forma de iniciar o ano, pensando no conceito de si. Qual a nossa auto imagem?  Estamos feliz com ela?  Estamos preocupados com os outros ou com o que pensamos de nós mesmos?  A famosa frase de que estamos sempre certos, quer nos julguemos capazes ou incapazes relaciona-se com o conceito de si. Se eu me julgo capaz, eu posso.  Se não me julgo capaz,  então não posso.  A importância de se julgar capaz é imensa, pois é ela que define se conseguirei ou não. 

É preciso que as pessoas se julguem capazes.  Não adianta que o mundo todo confie na capacidade de alguém,  se esta pessoa não se julga capaz,  ela não prosseguirá.  Se ela se julga capaz, ela se esforçará.  Se não tiver a habilidade no momento,  vai lutar para conquistá-la.  Se não tiver o conhecimento necessário,  vai aprender o que é necessário. Julgar-se capaz não é achar que sabe tudo,  mas que Deus deu a matéria prima necessária,  basta buscar trabalhar o que já tem e aprender a buscar o que é necessário com o que tem no momento.

O conceito de si respeita acima de tudo os valores.  Por exemplo,  uma cegueira grupal geralmente ocorre com líderes inadequados.  Quem não tem conceito de si, espera aprovação do grupo,  vai seguir o líder inadequado.  Quem tem conceito de si, vai pelos seus valores. Não importa o valor do grupo no qual se insere. Já contei várias vezes sobre um assédio moral que sofri. Não me importei com o valor deturpado da líder,  segui os valores que tinha como corretos.  Meu conceito de mim não muda se a pessoa não aprova.  Afinal, prefiro mil vezes ter a aprovação de Deus a ter aprovação de uma pessoa com conceitos deturpados. O mesmo ocorre com adolescentes que tem um líder viciado e ensina aos outros que serão melhores se seguirem-no nos vícios.  Obviamente que não ser senhor de si e deixar que um vício o controle é deturpado.  Nós não somos melhores se todos se drogarem e se nos drogarmos também.  Obviamente que seremos reprovados num grupo de drogados.  Mas o conceito de si não nos subordina a esse grupo, assim podemos encontrar grupos melhores. Obviamente que esse modelo de grupo não é bom para quem não segue esses valores e o melhor é procurar outros grupos.

Se estamos num grupo onde o nosso modelo é inadequado,  talvez não estamos errados,  apenas no contexto errado.  Talvez,  porque se o grupo tem bons valores,  talvez esteja na hora de mudar, para que nosso conceito também se eleve. Acredito que podemos fazer o que acreditamos ser necessário para que nosso conceito se eleve. Nós podemos mudar. Quando queremos de verdade e estamos dispostos, conseguimos muito.  E à medida que conseguimos o conceito de si se eleva e isso é uma espiral que nos impulsiona a conseguir mais,  porque nosso conceito vai se elevando à medida que conseguimos.  E se eleva, e se eleva.  É muito boa a sensação de acreditar em si.

Claro que devemos ter sempre o equilíbrio.  Muito conceito de si também é ruim. O conceito de si elevado é bom se conseguimos também uma boa auto avaliação.  E essa auto avaliação vai mostrar se está elevado demais e se é hora de baixar. Eu gosto muito de aprender sempre algo novo, nada como a consciência da ignorância para baixar o conceito de si. Eu leio a Bíblia várias vezes e a cada vez mais me sinto ignorante e pecadora.  Sempre acho a Bíblia excelente na dosagem do conceito de si. Ela não nos deixa com um conceito baixo,  porém somos sempre relembrados se nosso conceito se elevar demais.  E quando o nosso conceito baixa demais, somos sempre lembrados de como Deus deu vitórias a pessoas que aparentemente eram insignificantes no seu tempo, que Deus escolheu a simplicidade para exaltar, então ganhamos novas forças.  Perto do Natal  lembramos de Jesus. Ele nasceu numa manjedoura,  entrou na cidade montado num jumento,  vestia-se de forma simples,  foi a pedra rejeitada.  Talvez tivesse de tudo para ter um baixo conceito de si, mas Deus não vê como vê o homem.  E que bom sermos lembrados disso.




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