"Aprender a se doar psicossocialmente sem esperar a contrapartida do retorno. Aprender a expor e não impor as ideias. Ter consciência de que um verdadeiro líder expõe suas ideias, pois sua força está na sua inteligência, mas uma pessoa autoritária as impõe, pois sua força está nas mais diversas formas de agressividade. Aprender a apreciar a inteligência do outro e procurar estimulá-la, provocá-la, promovê-la. Procurar realizar o debate de ideias com as pessoas circundantes (alunos, funcionários, amigos, familiares) procurando compreender o alcance de suas ideias, respeitá-las e utilizá-las. Aprender a arte de ouvir. Ouvir aberta e despreconceituosamente o outro é não ouvir apenas o que se quer ouvir."
O psiquiatra tem mais dicas. Geralmente a decepção não vem do outro, vem das nossas expectativas, por isso quando fizermos algo, deve ser para nos sentirmos bem, para a satisfação pessoal, não esperando o retorno. Quanto mais esperamos retorno, mais decepcionados ficamos. Se fizermos pelo nosso bem estar, se a recompensa é interna, então seremos felizes só pelo fato de fazermos algo a alguém. Essa é a verdadeira doação. Isso estimula nossa inteligência, passamos a ver a vida de outra forma.
Outra forma de estimular a inteligência é não impor. É muito fácil impor pela força. Mais inteligente é expor idéias. Também temos que não esperar nada. Para que esperar que todos concordem? Isso é quase impossível. Expor é sensacional, mas muitas pessoas não se expressam com medo da rejeição. Muitos que se expressam não têm medo por ter a força pela agressividade e encurrala os outros para que todos concordem. Quanto mais diversidade de ideias, mais completo o quadro. Sempre lembro-me da história do elefante e dos cegos. Cada um apalpou uma parte e descreveu o elefante de acordo com a parte que sentiu. Estão certos ou errados? Eu diria que estão com uma visão parcial do todo. Então se tivermos a chance de ampliar a visão, que o façamos, pois estaremos estimulando nossa inteligência ao invés de nos fechando apenas para a parte que conseguimos enxergar.
Eu gosto do coaching, estou aprendendo muito, pois ele considera o todo, pelo menos o método que sigo. E as perguntas servem para estimular, promover e provocar a inteligência dos coachees. É uma oportunidade única de estar diante de si. De responder a perguntas que talvez jamais passariam pela cabeça. É um encontro consigo mesmo, de uma forma profunda e eficaz. Eu fico impressionada como as metas às vezes são as mesmas para diferentes pessoas, mas a maneira que cada um encontra de buscar a solução é diferente. É um exercício mental maravilhoso.
No coaching eu não ensino nada, só ouço. E é um exercício silenciar a nós mesmos e ouvir atentamente o outro. Essa consciência também é dada na segunda sessão, quando tratamos das defesas emocionais. A pessoa fica consciente que muitas vezes ela não está ouvindo o outro, mas selecionando o que quer ouvir. O processo de comunicação é bem complicado, há vários mal entendidos e brigas com pessoas próximas ou sócios simplesmente por causa de defesas. Não estão atacando, mas temos um ímpeto de defesa que acaba prejudicando a meta. Conscientizamos que essa defesa não é inteligente. É inteligente ouvir. Ouvir estimula muito mais a inteligência.
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