"Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos estraçalhem." Mateus 7:6
À primeira vista parece que Jesus foi duro. Há vários trechos de falas de Jesus que parecem duras. Entretanto, como representante do Pai na terra, Ele quis o melhor para a humanidade. Às vezes um pai precisa ensinar algumas lições aos filhos, então precisamos saber ouvir suas palavras com sabedoria e não com rebeldia.
Quem são os cães e porcos? São aqueles que de maneira alguma recebem a palavra de Deus. A Palavra é santa e é um tesouro. Jesus conta a parábola do semeador. Todos os solos receberam a semente, embora poucos frutificaram. Os cães e porcos não se encaixam dentre os que receberam a semente. Eles não recebem de maneira alguma.
É esperado que alguns venham a pisar na palavra. É esperado que estes queiram estratraçalhar aquele que dê a palavra para eles.
E por que Jesus nos alerta assim no Sermão do Monte? Porque é a fórmula da felicidade e da paz. Para ter paz mental, interna, precisamos estar preparados para a rejeição. Vai acontecer. Quem tem a ilusão de que nunca será rejeitado sofre muito quando ocorre. Quem tem a expectativa de nunca ser rejeitado, sofre muito a cada vez que isso ocorre. E ocorrerá. Jesus não prometeu uma vida sem rejeição.
Ele alertou os discípulos quando os enviou para pregar o arrependimento que seriam rejeitados em algumas casas. E eles tinham que simplesmente sacudir o pó dos pés. É um gesto corporal que tem efeito na mente. Assim como deixamos o pó, desprendemos da rejeição. Ele fica ali com o pó. Nós seguimos.
Outra mensagem importante para termos em mente é que haverá cães e porcos que nos estraçalham. Também deles temos que nos desprender. Não é preciso lutar contra eles. Apenas não dar as pérolas e as coisas santas. Perdoar sim, mas não insistir em algo que não nos pertence. Não insistir em alguém que valoriza coisas diferentes das nossas.
Os cães e porcos pisam nas pérolas e coisas santas porque não as vê como alimento. Para eles não tem serventia nenhuma, não os sacia.
A Palavra de Deus é um alimento maravilhoso. É um tesouro riquíssimo. Mas nem todos vão enxergar dessa maneira e não há porque insistir ou obrigar que os cães e porcos vejam a beleza. Os que se nutrem da Palavra de Deus têm saciedade. Quem bebe da água de Jesus nunca mais tem sede.
Assim são as pessoas. Algumas parece que tem tudo, mas nunca se saciam. Outras parece que tem pouco, mas estão extremamente satisfeitas. É que o alimento é diferente.
O que nos alimenta? O que nos traz saciedade? O que nos é mais precioso? Somos seguros o suficiente para lidar com a rejeição ou perdemos a paz quando outro não quer o alimento que oferecemos? Perdemos a paz quando o outro se sacia de uma fonte diferente e não se obriga a saciar do que lhe oferecemos? O outro é obrigado a ver valor nas mesmas coisas que nós ou somos seguros para deixar cada um escolher o seu valor? Ficamos inseguros e perdemos a paz quando nossos valores não são aceitos e precisamos empurrar o que achamos correto na força e violência?
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