"Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas." Mateus 6:24
Jesus pede no Sermão do Monte que a escolha seja assertiva. Não existe meio termo. Não existe indecisão nem neutralidade. Ou é um ou outro.
Isso quer dizer que os ricos servem à riqueza? E quer dizer que os pobres não servem à riqueza e, portanto, servem a Deus? Nada pode ser mais equivocado já que muitos pobres não servem a Deus e muitos ricos servem a Deus. A questão não está em ser rico ou pobre. Jesus se referiu a servir a quem.
Um pobre que usa de trapaça serve à riqueza, porque é seduzido pela riqueza, é capaz de mentir e trapacear por causa da riqueza, por isso não serve a Deus.
Um rico que é fiel e não usa de mentiras nem trapaças serve a Deus. Foi o caso de Daniel. Ele foi primeiro ministro, era um dos sábios e não servia à riqueza. Ele não tinha ânimo dobre. Mesmo sabendo que seria prejudicado, continuou a orar, por isso foi parar na cova dos leões. Os amigos de Daniel não se curvaram ao mandante, por isso foram parar na fornalha.
Em Lucas 12:13-21 Jesus contou a parábola do rico insensato. Ele servia à riqueza. A maneira que dialogava consigo mesmo o delatava: "Alma, tens em depósito para muitos anos. Descansa, come, bebe e folga." Se morresse naquele instante, sua alma se perderia, pois servia às riquezas. Achava que era dono de tudo.
No mesmo capítulo de Lucas, versículos 42-44, Jesus conta a parábola do mordomo prudente e fiel. Os bens que ele possui não são considerados dele. A maneira como dialoga consigo mesmo o salvava: "O senhor me pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração." Esse mordomo fiel não se achava o tal. Esse é o rico sensato. Ele sabe que o que possui foi dado por Deus para ser administrado por ele. Ele é apenas um administrador do que foi dado por Deus. Ele não trata mal os servos. Não espanca os criados e as criadas, nem come e bebe e se embriaga. Colocando para a linguagem atual, se é empresário não se sente senhor absoluto sobre os funcionários, pois são funcionários de Deus, ele apenas administra. Mesmo rico não serve às riquezas, pois sabe que é de Deus e ele apenas administra, como o mordomo que administra a casa de seu senhor. Ele não comete excessos em alimentação e bebida e sabe seu limite. Existe um contentamento. Ele agradece a oportunidade dada pelo senhor.
Quem ama as riquezas nunca está contente, sempre quer mais. Quem é mordomo do Senhor pode ser colocado em até mais bens, pois o Senhor sabe que ele tem um limite e que administra os bens, sem amar e servir a riqueza. Quem ama as riquezas e a serve não esperará do Senhor, ele tentará conseguir a qualquer custo.
Odiar e desprezar as riquezas é odiar e desprezar os atos de quem a consegue de maneira que não louve o Senhor. Quem conseguiu com trapaças, com corrupção, com más intenções, com o coração perverso serve as riquezas e esses métodos são desprezados e odiados.
É lícito administrar os bens do Senhor porque Ele o achou digno de ser um bom mordomo. O modormo precisa ter conhecimentos específicos, habilidades e saber utilizá-las. Não faz mal algum quem cursa uma faculdade, quem abre uma empresa, quem aperfeiçoa um talento que tem. Os bens que o Senhor dá para essa pessoa administrar são consequências de ele se mostrar apto a administrar esses bens. Jesus mesmo disse que o trabalhador é digno de seu salário.
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