segunda-feira, 7 de maio de 2018

Temos coragem de arrancar nossa parte indesejada e jogá-la longe?

"Também foi dito: Aquele que deixar sua mulher,  dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém,  vos digo que qualquer que repudiar sua mulher,  a não ser por causa de infidelidade conjugal,  faz com que ela comete adultério,  e aquele que casar com a repudiada,  comete adultério."

Jesus também fez questão de falar sobre o divórcio no Sermão do Monte. Diante de Deus é permitida a separação no caso de adultério.  Deus não quer ver pessoas infelizes e sem paz, e sem dúvida,  um casamento infeliz pode tirar a paz de uma pessoa. Claro que deve haver muita responsabilidade e tentativa de que tudo se resolva antes de optar pelo divórcio.

No caso de Davi, verifica-se que havia uma saída honrosa para ele, não era necessário que ele matasse Urias.  O ato de Davi foi covarde.  Davi utilizou de sua posição de rei para prejudicar Urias.  Errou completamente,  porque não se resolve questões pessoais usando um instrumento de Estado.  Colocar Urias na frente do combate e pedir para  a tropa recuar no ataque para matar Urias foi de uma covardia imensa.

Davi não tinha conseguido enxergar isso para pegar essa parte dele, arrancá-la e jogar longe como ensinou Jesus. Davi estava apegado a essa parte, apegado à sua reputação,  apegado como se doesse muito soltar a parte má dele. Como uma árvore que cresce mais vigorosa quando podada,  Davi deveria ter arrancado a parte ruim.

Além da morte do filho, fruto do pecado dele, Davi teve problemas com outros filhos dele. Um estuprou a meia irmã.  O outro irmão matou aquele e ainda quis tomar o reino de Davi. Depois  esse filho também foi morto. Três mortes só porque ele não jogou o mau pensamento quando viu Bete-Seba banhando-se. Parecia tão pequeno, apenas um pensamento.  Muitas vezes se dá importância de menos para as pequenas coisas. 

No nosso estudo de caso,  o chefe, amigo íntimo de Sra Drama, poderia ter sido justo. Bastava seguir a lei.  Há uma norma para o caso de amizade íntima. Declarar-se impedido e então a decisão seria tomada por outro chefe mais antigo, que seria a chefia anterior.  Teria que ir para as mãos dela. Ela que deveria julgar, pois há um motivo para existir a norma, a pessoa fica emocionalmente comprometida.  A chefe anterior não tinha intimidade nem com a colega, nem com a Sra Drama. Ela seria imparcial.

A colega não acha que ele foi injusto de maneira proposital.  Uma parte dele não o define. No entanto, ele não seguiu o que Jesus ensina, na verdade muitos poucos de nós o fazemos, de fato é difícil,  por isso que precisamos de normas. Quando nossas emoções nos enganam, podemos voltar ao rumo certo. Ele não queria arrancar e jogar ao longe a amizade íntima,  afinal eram anos. A lei também não pede que o faça.  Era só expor, sem detalhes,  que era amigo íntimo e se declarar impedido. Jesus não pede para esconder a parte, para ninguém ver. Nem se agarrar a ela. É encarar que a parte existe, não negá-la,  e trabalhar com ela.

A segunda sessão de coaching trata dos bloqueios emocionais e de nossas resistências. Muitas vezes nossos bloqueios são inconscientes,  nós nem percebemos que somos defensivos.   A sessão trata de trazer essa resistências para a consciência.  Trata de eu me defender e em seguida não julgar,  apenas notar que tive resistência para não lidar com minhas partes.  Ela traz consciência do quanto estamos agarrados a certas partes nossas. Leva tempo para nos livrarmos dessas partes e dessas resistências,  não é tão fácil. 

Ela também nos conscientiza que a reação do outro é de defesa.  Ele quer se defender dele mesmo, das partes dele. Por isso, ensina a não levar para o pessoal,  pois a pessoa terá seu tempo para descobrir suas defesas, se é que o fará,  mas você está consciente que não se trata de você,  se trata do outro e do conflito entre suas partes.

Seguir a lei era tão difícil?  Perceber que não havia interesse público era tão difícil?  Perceber que não havia falta funcional era tão difícil?  Talvez, depende do tão firme nos agarramos às partes que Jesus pede para arrancarmos e jogarmos para longe de nós.

Não é sobre nós,  é sobre eles mesmos, sobre as partes deles. Por isso,  não podemos levar para o pessoal,  mas apenas observar as resistências e tentar compreendê-las.



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