quarta-feira, 9 de maio de 2018

Devemos oferecer a outra face?

"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.  Eu, porém,  vos digo: Não resistais ao homem mau.  Se alguém te bater na face direita,  oferece-lhe também a outra."

Jesus ensina a não praticar a vingança,  a ser compassivo até ao ponto de oferecer a outra face. Não é tão fácil,  há uma parte em todos nós que se sente injustiçada,  que quer ver nossa própria justiça feita. Trabalhar com essa parte é questão de uma prática contínua.  A vida nem sempre será justa e o Conselho de Deus é oferecer a outra face.  Não reagir, deixar.

Isso porque Deus está no controle.  Ele é justo e fará o que deve ser feito.  Devemos confiar na justiça divina, pois esta nunca falha. Dar a outra face é mostrar a Deus que confiamos no que Ele faz,  que tudo ocorre para o bem dos que amam a Deus. José fez isso.  E pode ser que ele tenha tido momentos de dúvida,  como todo ser humano.  Pode ser que uma parte dele o tentava. Mas predominou o perdão.  De fato é uma luta, arrancar essa parte exigirá muita atenção da pessoa,  muita fé no processo divino.

No nosso estudo de caso a colega teve uma chance de vingar-se da atitude estranha da Sra Drama lá no começo de tudo,  mas não o fez. Preferiu calar-se e dar a outra face.

Logo que a colega passou a trabalhar com a Sra Drama,  esta começou a contar como o chefe era ruim e como ela sofria com ele.  Ela o criticava o dia todo, umas 7 vezes por dia. Ela repetia as mesmas estórias.  No começo,  a colega acreditava na Sra Drama e começou a sentir uma repulsa por ele. Sra Drama convenceu a colega que ele era mau e que ela era uma pobre vítima.  A colega,  muito influenciada por Sra Drama, chegou até a interpretá-lo mal e Sra Drama trouxe duas pessoas para constatar essa mal interpretação.  A colega não entendeu bem porque Sra Drama tinha chamado, só depois que entendeu o método e as intenções.

Não era só com a colega que Sra Drama falava mal desse chefe. Todos ouviam as frequentes reclamações.  Esse chefe trouxe uma estagiária para trabalhar lá e Sra Drama aproveitou para falar mal dele e mostrar o quanto ela era vítima.  Quando a estagiária saiu de lá,  ele ficou muito triste. Sra Drama não estava lá,  então a colega o ouviu dizer que realmente sentia a saída dela, pois as duas se juntaram contra ele. 

A colega ficou pensando a respeito. As duas eram ela e a Sra Drama. A colega nunca tinha feito nada contra ele, então ele se valia de sinais não verbais para saber  o que a colega pensava, porque honestamente,  refletindo sobre o que ele disse, de fato ela sentia repulsa por ele. Nunca manifestou ter se juntado a Sra Drama contra ele e jamais passaria pela cabeça da colega que ele ficava triste por isso. Ela o achava distante, como se nada o atingisse,  muito menos duas funcionárias bobas. 

Analisando honestamente ele nunca fizera nada para justificar essa repulsa, pelo contrário,  ele era muito boa pessoa. A colega se valia exclusivamente do que a Sra Drama dizia. Honestamente nunca tinha visto ele fazer nada contra a Sra Drama, pelo contrário,  era até condescendente demais. Obviamente que tinha defeitos, como todo ser humano tem. Todos têm,  a colega, a Sra Drama... e por que ele não podia ter? Só por que são diferentes dos nossos? Acontecia que Sra Drama ampliava os defeitos dele, analisando honestamente.

Dessa análise a colega concluiu que ele tinha razão.  Que ela estava no piloto automático acreditando em tudo que lhe dizia e tomando partido de uma pessoa que nem conhecia bem, sendo influenciada por uma pessoa que a fez agir mal. Honestamente,  foi errado agir assim. Decidiu não tomar mais partido, ficar neutra. Dessa análise em diante passou a não querer mais ouvir as reclamações da Sra Drama em relação a ele e a aconselhá-la a falar pessoalmente com ele.

 A Sra Drama não gostou.  Mas continuaram relativamente bem até o dia em que a colega anunciou que tinha passado para o curso e Sra Drama fez o comentário que ela estava jogando com o horário.  A colega perguntou e ela reagiu com choro. Aí começou o problema da Sra Drama.

Como esse chefe estava em férias,  no seu retorno Sra Drama pediu para retirar a colega da sala. Esse chefe chamou a colega,  sabendo que houve um problema,  e aproveitou para perguntar se a Sra Drama falava dele. A colega teve a oportunidade,  mas não disse. Não se paga mal com mal. Também não poderia mentir. Ela simplesmente disse que ela fala de todos.  Tirou o foco dele, omitiu que ele era a bola da vez. A colega não podia confirmar que a Sra Drama falava dele para todos o tempo todo porque ele era muito maior do que a Sra Drama e poderia prejudicá-la,  embora no fundo a colega achasse que ele só queria confirmar o que sabia. E no fundo soubesse que ele era incapaz de fazer mal.  Ele era uma daquelas pessoas que brilhavam. A colega tinha se arrependido de interpretá-lo mal.

Só quando a Sra Drama fez a representação e colocou esse fato antigo lá que a colega entendeu porque Sra Drama a influenciou, levou a colega a erro e ainda chamou testemunhas.  Era uma forma de controle sobre a colega,  de tê-la em suas mãos.  É o método de Sra Drama, pois o que aconteceu com o equipamento foi o mesmo. Levar a erro e depois usar contra.

 Foi então que a colega esclareceu a esse chefe, então ex chefe,  o que tinha acontecido.  A colega se confessou para ele, admitiu estar errada. E ele perdoou,  o que mostra que ele é mil vezes melhor do que a Sra Drama que aponta tanto o dedo para ele. Ele até foi testemunha da colega porque ele mesmo foi vítima de Sra Drama. Ele sabe o poder de persuasão de Sra Drama, como ela consegue colocar as pessoas contra os outros muito facilmente,  sem que se tenha feito nada. Muito provavelmente Sra Drama fazia isso com o chefe porque ele não foi manipulado por ela, ele deve ter tocado o dedo do pé dela e ela fez dedo do pé pela perna.  Toca meu dedo do pé e eu te decepo a perna. Como Sra Drama fez com a colega,  a pergunta era um cisco no olho da Sra Drama e esta decepou a cabeça da colega. Um cisco no olho por uma cabeça.

As vítimas da Sra Drama sabem mais. Esse chefe sabe mais. E o mais hipócrita disso tudo é que Sra Drama conseguiu criar outra falsa realidade nos autos, ficou como defensora dele. A colega riu muito quando leu isso. A Sra Drama não teve a mínima vergonha. Como a Sra Drama difama esse ex chefe não ficou nos autos, mas está escrito num livro muito melhor,  onde não é possível criar falsas realidades. 

Jesus abrirá o livro da vida no dia do julgamento.  Nesse dia será tarde o arrependimento, temos ainda tempo. Não precisamos do olho por olho porque se a pessoa não se arrepender até esse dia será julgada por Cristo.  Que será bem justo, podemos confiar com muita convicção. É por isso que hoje podemos dar a outra face. O julgamento de Deus é melhor.  O nosso é falho, existem muitas falsas realidadre criadas por aí. E sem querer,  podemos estar acreditando numa dessas criações malignas.


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