"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao homem mau. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra."
Jesus ensina a não praticar a vingança, a ser compassivo até ao ponto de oferecer a outra face. Não é tão fácil, há uma parte em todos nós que se sente injustiçada, que quer ver nossa própria justiça feita. Trabalhar com essa parte é questão de uma prática contínua. A vida nem sempre será justa e o Conselho de Deus é oferecer a outra face. Não reagir, deixar.
Isso porque Deus está no controle. Ele é justo e fará o que deve ser feito. Devemos confiar na justiça divina, pois esta nunca falha. Dar a outra face é mostrar a Deus que confiamos no que Ele faz, que tudo ocorre para o bem dos que amam a Deus. José fez isso. E pode ser que ele tenha tido momentos de dúvida, como todo ser humano. Pode ser que uma parte dele o tentava. Mas predominou o perdão. De fato é uma luta, arrancar essa parte exigirá muita atenção da pessoa, muita fé no processo divino.
No nosso estudo de caso a colega teve uma chance de vingar-se da atitude estranha da Sra Drama lá no começo de tudo, mas não o fez. Preferiu calar-se e dar a outra face.
Logo que a colega passou a trabalhar com a Sra Drama, esta começou a contar como o chefe era ruim e como ela sofria com ele. Ela o criticava o dia todo, umas 7 vezes por dia. Ela repetia as mesmas estórias. No começo, a colega acreditava na Sra Drama e começou a sentir uma repulsa por ele. Sra Drama convenceu a colega que ele era mau e que ela era uma pobre vítima. A colega, muito influenciada por Sra Drama, chegou até a interpretá-lo mal e Sra Drama trouxe duas pessoas para constatar essa mal interpretação. A colega não entendeu bem porque Sra Drama tinha chamado, só depois que entendeu o método e as intenções.
Não era só com a colega que Sra Drama falava mal desse chefe. Todos ouviam as frequentes reclamações. Esse chefe trouxe uma estagiária para trabalhar lá e Sra Drama aproveitou para falar mal dele e mostrar o quanto ela era vítima. Quando a estagiária saiu de lá, ele ficou muito triste. Sra Drama não estava lá, então a colega o ouviu dizer que realmente sentia a saída dela, pois as duas se juntaram contra ele.
A colega ficou pensando a respeito. As duas eram ela e a Sra Drama. A colega nunca tinha feito nada contra ele, então ele se valia de sinais não verbais para saber o que a colega pensava, porque honestamente, refletindo sobre o que ele disse, de fato ela sentia repulsa por ele. Nunca manifestou ter se juntado a Sra Drama contra ele e jamais passaria pela cabeça da colega que ele ficava triste por isso. Ela o achava distante, como se nada o atingisse, muito menos duas funcionárias bobas.
Analisando honestamente ele nunca fizera nada para justificar essa repulsa, pelo contrário, ele era muito boa pessoa. A colega se valia exclusivamente do que a Sra Drama dizia. Honestamente nunca tinha visto ele fazer nada contra a Sra Drama, pelo contrário, era até condescendente demais. Obviamente que tinha defeitos, como todo ser humano tem. Todos têm, a colega, a Sra Drama... e por que ele não podia ter? Só por que são diferentes dos nossos? Acontecia que Sra Drama ampliava os defeitos dele, analisando honestamente.
Dessa análise a colega concluiu que ele tinha razão. Que ela estava no piloto automático acreditando em tudo que lhe dizia e tomando partido de uma pessoa que nem conhecia bem, sendo influenciada por uma pessoa que a fez agir mal. Honestamente, foi errado agir assim. Decidiu não tomar mais partido, ficar neutra. Dessa análise em diante passou a não querer mais ouvir as reclamações da Sra Drama em relação a ele e a aconselhá-la a falar pessoalmente com ele.
A Sra Drama não gostou. Mas continuaram relativamente bem até o dia em que a colega anunciou que tinha passado para o curso e Sra Drama fez o comentário que ela estava jogando com o horário. A colega perguntou e ela reagiu com choro. Aí começou o problema da Sra Drama.
Como esse chefe estava em férias, no seu retorno Sra Drama pediu para retirar a colega da sala. Esse chefe chamou a colega, sabendo que houve um problema, e aproveitou para perguntar se a Sra Drama falava dele. A colega teve a oportunidade, mas não disse. Não se paga mal com mal. Também não poderia mentir. Ela simplesmente disse que ela fala de todos. Tirou o foco dele, omitiu que ele era a bola da vez. A colega não podia confirmar que a Sra Drama falava dele para todos o tempo todo porque ele era muito maior do que a Sra Drama e poderia prejudicá-la, embora no fundo a colega achasse que ele só queria confirmar o que sabia. E no fundo soubesse que ele era incapaz de fazer mal. Ele era uma daquelas pessoas que brilhavam. A colega tinha se arrependido de interpretá-lo mal.
Só quando a Sra Drama fez a representação e colocou esse fato antigo lá que a colega entendeu porque Sra Drama a influenciou, levou a colega a erro e ainda chamou testemunhas. Era uma forma de controle sobre a colega, de tê-la em suas mãos. É o método de Sra Drama, pois o que aconteceu com o equipamento foi o mesmo. Levar a erro e depois usar contra.
Foi então que a colega esclareceu a esse chefe, então ex chefe, o que tinha acontecido. A colega se confessou para ele, admitiu estar errada. E ele perdoou, o que mostra que ele é mil vezes melhor do que a Sra Drama que aponta tanto o dedo para ele. Ele até foi testemunha da colega porque ele mesmo foi vítima de Sra Drama. Ele sabe o poder de persuasão de Sra Drama, como ela consegue colocar as pessoas contra os outros muito facilmente, sem que se tenha feito nada. Muito provavelmente Sra Drama fazia isso com o chefe porque ele não foi manipulado por ela, ele deve ter tocado o dedo do pé dela e ela fez dedo do pé pela perna. Toca meu dedo do pé e eu te decepo a perna. Como Sra Drama fez com a colega, a pergunta era um cisco no olho da Sra Drama e esta decepou a cabeça da colega. Um cisco no olho por uma cabeça.
As vítimas da Sra Drama sabem mais. Esse chefe sabe mais. E o mais hipócrita disso tudo é que Sra Drama conseguiu criar outra falsa realidade nos autos, ficou como defensora dele. A colega riu muito quando leu isso. A Sra Drama não teve a mínima vergonha. Como a Sra Drama difama esse ex chefe não ficou nos autos, mas está escrito num livro muito melhor, onde não é possível criar falsas realidades.
Jesus abrirá o livro da vida no dia do julgamento. Nesse dia será tarde o arrependimento, temos ainda tempo. Não precisamos do olho por olho porque se a pessoa não se arrepender até esse dia será julgada por Cristo. Que será bem justo, podemos confiar com muita convicção. É por isso que hoje podemos dar a outra face. O julgamento de Deus é melhor. O nosso é falho, existem muitas falsas realidadre criadas por aí. E sem querer, podemos estar acreditando numa dessas criações malignas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário