Dale continua com uma pergunta: "Costumo amargurar as vezes o presente para lamentar coisas que aconteceram no passado, coisas que estão totalmente resolvidas?"
Não sei se é fácil, talvez não seja, no entanto, devemos fazer um esforço consciente para não amargurar o passado. E talvez para conseguir isso temos que resolver totalmente a questão. Não deixar sem resolver.
Isso envolve lidar com a questão é enfrentá-la, até que consigamos finalmente superar. Fingir que esqueceu não terá efeito. Qualquer questão só será esquecida se enfrentarmos. Enfrentar não é fácil. Muitas vezes envolve um bom desgaste emocional. Necessário para ter aquilo resolvido de vez.
Experimentei superar uma questão difícil para mim encarando-a. Foi um caso de assédio moral por parte da amiga íntima de um chefe. A princípio senti vergonha e achei que deveria esconder o sentimento ruim para ver se ele desapareceria. Isso se chama medo de encarar. Fiz o contrário do senso comum. Enfrentar me empoderou de tal maneira que atualmente essa questão está completamente resolvida.
Não só resolvida mas também fiz dela uma missão pessoal. Não tenho ressentimento contra essa pessoa. Se deixasse aquilo escondido sem enfrentamento ficaria o ressentimento. Sinto aquilo como um mal necessário para eu descobrir o quanto podemos lutar contra o assédio moral e para descobrir a força que temos dentro de nós. Força que muitas vezes ignoramos. A confiança vem com o agir.
Claro que preocupação se evita com precaução. Não teria enfrentado a questão caso não fosse responsável, caso não fosse exemplar e fizesse minha milha extra. O meu caso é uma pessoa que não só faz o que deve fazer, mas percorre aquela milha extra. Então temos que ter legitimidade para lutar contra esse tipo de assédio. Eu sou o tipo de funcionária pública que não entra em esquema algum, que cumpre os horários, que não usa nem direitos como abonadas, nem atestado médico, fazendo tudo nas minhas horas livres, porque sei gerir meu tempo.
Então uma dica para não amargurar o passado é tentar resolver o mais rápido possível. Passar tudo a limpo e não deixar arestas. Assim, não teremos preocupação com o passado e ainda agradeceremos pela lição que aprendemos e pelas decisões que aquela lição nos fez tomar. De certa forma, um chacoalhao nos faz sair da zona de conforto, e isso é sempre bom.
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