"Não se incomoda em admitir o erro perante os outros. Expressa a discordância da opinião das pessoas, em geral, sem dificuldades. Impõe-se junto a outra pessoa aumentando o tom de voz e olhando nos olhos. Não acha um bode expiatório quando algo sai errado, não faz nada que normalmente não faria apenas para conquistar a simpatia das pessoas." Seja assertivo! Vera Martins
O assertivo não se incomoda em admitir erros. Ao longo do tempo, vamos aprendendo que todo ser humano erra e que esconder o erro não resolve nada. Às vezes até piora. Eu diria que na maioria das vezes. Já observei pessoas que mentiram uma vez para esconder um erro e depois tiveram que fazer coisas horríveis para justificar o erro e a mentira. Depois têm que justificar a segunda mentira ou a segunda má ação. Isso só cresce quando seria simples ter admitido lá no começo, quando era bem pequeno.
Outra forma de olhar o erro é como um passo para o aprendizado. Um passo para modificar certos padrões de comportamento. Nada para se achar menor ou ruim. Tudo como um fator de crescimento. A maneira como enxergamos a nossa realidade pode mudar o nosso mundo.
Quem escolhe esconder o erro com uma mentira pode ter um mundo cheio de complicações, onde mais mentiras e atitudes más são necessárias para esconder o erro.
Há quem ache um bode expiatório para o erro que cometeu. O assertivo não faz isso. Não é preciso culpar o outro. Não é preciso procurar culpados. Podemos focar na solução, independentemente de quem seja o errado.
Quem o enxergou como um passo para o crescimento superou o erro, foi maior do que o erro. Pode ser o mesmo erro, mas dois resultados diferentes, tudo dependendo da reação da pessoa.
A atitude assertiva de expressar discordância pode parecer um enfrentamento para as pessoas mais fechadas às opiniões diferentes. Mas de novo é a abordagem. A discordância aumenta nosso mundo. Quem quer apenas pessoas que concordam não estão dispostas a crescer. O assertivo tem opiniões firmes. Não têm dificuldades em mostrar uma nova abordagem. E também não tem dificuldades em aceitar opiniões diferentes. É uma via de duas mãos. Há quem só vê a si mesmo e suas necessidades.
Impor-se junto ao outro também pode parecer enfrentamento. Mas a imposição educada é natural e necessária. Aumentar o tom de voz não é gritar. É apenas fazer-se ouvido. Olhar nos olhos mostra a segurança naquilo que se acredita. Não se deve aumentar o tom de voz demasiadamente. O controle sempre é necessário. Não que vamos ser sempre perfeitos, mas aí está o desafio. Controlar o tom da voz nos separa do ser instintivo.
O assertivo não age para agradar o outro. Muitos traem suas próprias convicções para ser aceito. Isso também não é necessário. Há sempre pessoas certas para os lugares certos. Se vivermos num meio em que todos enganam, compram e não pagam, por exemplo, não precisamos mudar nosso comportamento e também sermos irresponsáveis para agradar. Podemos sempre procurar um grupo de pessoas com compromisso. O mesmo no caso de um grupo que vive de mentiras, não precisamos mentir para sermos aceitos ali, haverá sempre grupos que preferem a verdade.
Jesus foi o maior exemplo de não fazer o errado para conquistar as pessoas. Ele esteve no meio de cobradores de impostos e prostitutas mas não mudou o comportamento para ser aceito por eles. Eles é que mudaram. Não aceitou fazer como os fariseus, disse claramente que eram hipócritas e raça de viboras. Muita coragem, pois os fariseus eram a cúpula e por fim o mataram. Ele usava discursos diferentes para grupos diferentes, mas suas atitudes eram sempre constantes. Nunca disse à multidão que o seguia que eles eram hipócritas, pelo contrário, dizia que os pecados estavam perdoados, que grande era a fé dela. Nunca disse aos discípulos que eles eram hipócritas, mas tinha a coragem de assertivamente afirmar que eles eram homens de pequena fé.
E ele não dizia que os discípulos eram de pequena fé para magoá-los, embora alguns possam ter ficado magoados porque ouviam-no dizer à população que ela tinha fé grande. O objetivo do mestre era fazê-los homens de grandes obras. Jesus disse que poderiam fazer obras maiores que as dele. E de fato a igreja primitiva foi de grandes obras. Aqueles discípulos cresceram em fé. Tudo porque Jesus não mudou seus comportamentos para agradar os discípulos. Ele os fez se superar.
Os discípulos admitiram seus erros. Os quatro evangelhos são belíssimos. Quem contou que Pedro negou Jesus? Ele mesmo, porque nenhum outro estava na casa de Anas e Caifas. Quem disse que os discípulos se dispersaram na crucificação, abandonando Jesus? Eles mesmos.
Admitir o erro sob meu ponto de vista é grandeza. Mas é claro, tudo depende dos olhos de quem vê.
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