Cury ainda ensina que o autor da própria história lidera a si mesmo antes de liderar o mundo de fora.
Definitivamente esse é um grande desafio. Refletindo sobre o meu texto ontem descobri o quanto aquele fato me marcou. Já passou um tempo e hoje não trabalho mais com um chefe desses. Mesmo assim dependendo do assunto que estou tratando o gatilho da minha memória é ativado e lembro daquilo de forma intensa, poderia dizer que visceral. Daí surgem as grandes causas. Quando falo em assédio moral não é porque o tema é bonitinho. De fato estou nessa luta com todo o meu ser. De fato posso sofrer com qualquer um que esteja passando por esse problema. De fato não quero fingir que isso não ocorre. Quero discutir o tema. Quero que as pessoas se conscientizem. Na maioria dos casos, as forças contra o oprimido são tão fortes, que acabam fazendo o próprio oprimido pensar que ele está errado. E fazem da vida da pessoa um inferno. É preciso saber lutar com sabedoria. Mas é preciso lutar. Esse tipo de poder tem que encontrar resistência e esse é um tema que deve ser discutido pela sociedade.
Imagino que o próprio opressor seja um sofredor. E acho que esse é um desafio para o opressor. Liderar a si mesmo antes de querer liderar os outros. Ele oprime porque esse é um jeito de impor o poder. Também o opressor não tem qualidade de vida. Ele retira a qualidade de vida dos oprimidos e retira dele mesmo. Também sofre.
A representação da criatura mostrava sofrimento por não saber liderar a si mesma. Ela queria poder, a todo custo, e de fato foi dado informalmente, não regular. Mas ela sofria por esse poder não ter legitimidade. E de certa forma ela transferia para mim a culpa desse poder não ser legítimo. Porque de alguma forma meu cargo era legítimo, eu tinha passado em concurso para conseguir o que tinha. Não tinha precisado fazer amizade íntima com ninguém para ter reconhecimento. O meu trabalho era bem feito, reconhecido e legítimo. E ela se incomodava mesmo porque me consideravam exemplar e boa funcionaria.
Se ela liderasse a si mesma e fosse autora da vida dela, teria estudado. Feito cursos de gestão ou algo que a aproximasse do que ela queria, que era um cargo de confiança. Esse cargo demorou a chegar e ela culpava quem estudava e trabalhava... e a solução que lhe pareceu viável foi acabar comigo... Havia solução melhor, com certeza.
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