Essas reflexões baseiam-se no texto de Margarita Tartakovsky, editora do blog Psych Central. Por vários motivos as pessoas têm dificuldade em ser assertivas. No entanto, isso é essencial para sua auto expressão, para que sejam livres, para que possam ser elas mesmas. A cultura brasileira tem certa aversão à Assertividade, pois crescemos em um ambiente em que alguns têm que dominar e outros têm que ser submissos. E a maioria das pessoas se vêem na condição de submisso. E a maioria das pessoas não é assertiva.
A primeira maneira citada por Margarita é ter claro seus valores. Não é possível ser assertivo se a pessoa não parou para refletir sobre o que elas pensam, sentem, necessitam e querem. Algumas perguntas podem ajudar no processo de Assertividade: O que estou sentindo agora? Que sinais meu corpo estão transmitindo que eu preciso prestar atenção? O que importa mais em minha vida? Quais foram os melhores dias de minha vida até agora? O que estas experiências tem em comum?
Ela cita um estudioso no assunto que recomenda fazer uma lista de sentimentos. Para ter claro os valores, leia uma lista de valores e escolha três que mais importam para você e coloque anotações na geladeira, no espelho, no computador e pondere se eles estão de acordo com você.
Em vários momentos na minha vida fui assertiva. Nem sempre é fácil, é um exercício que praticamos diariamente. Houve uma situação no trabalho em que uma pessoa estava fazendo um trabalho em conjunto comigo e simplesmente disse que não deveríamos continuar aquele trabalho. Só que ela não tinha responsabilidade pelo relatório, eu que teria que assinar atestando que não deveríamos continuar. Isso significava que eu e ela ficaríamos sem trabalho por um tempo, pois aquilo era trabalhoso. Ela disse isso a uma das chefes e eu teria que confirmar, simples assim.
Como eu me senti? O trabalho deveria continuar porque era irresponsável assinar dizendo que não deveríamos continuar. Talvez fosse fácil para ela que não teria que assinar.
Meu corpo não deu bons sinais. Certamente não fiquei confortável com a idéia de colocar um a informação falsa no relatório.
Para mim importa mais um trabalho feito com responsabilidade a ficar numa boa sem ter o que fazer. Aliás, nunca me importei com trabalho, gosto de trabalhar.
Eu consigo associar prazer ao trabalho.
Enfim, essa experiência mostrou-me que deveria ser assertiva. Ela com certeza não entendeu e ficou chateada comigo. Houve um mal estar porque ela tinha dito a chefe algo que meus valores não permitiram confirmar. Se eu confirmasse aquilo estaria aniquilando meus próprios valores.
Somos funcionários públicos e pode até ser uma cultura do funcionalismo público o que ela fez, quem sou eu para julgar, mas não bate com meus valores. Fui assertiva e não me arrependo. O trabalho continuou e foi um sucesso tremendo. A sensação de dever cumprido é muito melhor do que de não ter o que fazer. Sei que ganhamos o mesmo fazendo ou não fazendo. Então cada um se porta de acordo com o que acredita.
Fui assertiva porque sabia quais eram meus valores. E vou continuar defendendo-os. Ponto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário