terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Trabalho fixo X empreendedorismo

Mary Kay é uma atividade empreendedora. As mulheres que decidem por Mary Kay estão sendo pagas pelo seu trabalho, não pelas horas trabalhadas. Em vários livros que eu li sobre empreendedorismo há a menção de preferir ser pago pelo resultado do seu trabalho e não pelas horas trabalhadas. Assim, as pessoas que optam pelo empreendedorismo são exatamente aquelas que acreditam que seu esforço vale mais do que as horas que um emprego fixo ofereceria. A primeira atitude deles é confiarem neles mesmos.

Mas aí tudo é relativo. Eu concordo plenamente. Nem sempre a realidade é como pensamos.  Há possibilidade de o empreendimento não dar certo. Sempre há.  Então entra a segunda atitude do empreendedor,  insistir, procurar maneiras de contornar os problemas que surgem.

Quem prefere trabalho fixo prefere a estabilidade que um emprego de carteira assinada oferece. Não tem variações de mercado. Não tem crises. Não precisa muita preocupação.  Tudo isso é verdade, mas tirando os vendedores, seu salário é fixo e limitado.  Não que isso seja um problema. Ter limites não é realmente um problema. No entanto pode ser injusto com os que produzem mais.

Vamos pegar novamente o exemplo da J. Tinha várias consultoras no grupo quando ela entrou.  Suponhamos que fosse um trabalho fixo e cada uma ganhasse uma quantia X por mês,  não importasse a produção.  Ou, como algumas empresas fazem, aumentassem salário em função do tempo. A J produziria o que ninguém produziu e ganharia como todas as demais. Seria justo? Claro que não.  Entretanto é isso o que ocorre na maioria dos locais e ninguém percebe. E o que acontece com esse "a mais" produzido pela J? Ficaria no vácuo?  Claro que não.  Em um local onde não há repartição de lucros, esse mais fica para o dono do negócio, para o empreendedor. Então você me perguntaria.  Para a J vale a pena ser empreendedora? Para ela sim, o que nao significa que valeria para todas as outras. Para quem tem o fixo acima de sua real produção valeria muito a pena.

Então sim, tudo é relativo. Mas aí poderíamos entrar em outra questão: e quem tem um fixo extremamente bem remunerado? Isso também é relativo pois a hora de trabalho dele vale bastante e se o empreendedorismo não estiver maduro talvez ainda não valha a pena. A não ser que haja um grande descontentamento e a pessoa prefira o bem estar do seu próprio empreendimento a ter que passar por certas situações que não compensam, mesmo sendo melhor remunerado.

Então qualidade de vida e bem estar entrarão na lista dos prós e contras dessa pessoa quando decidir se deverá ou não empreender.

Muitas pessoas podem pensar que trabalho muito por optar por ter meu fixo e meu variável.  Isso também é relativo.  Quanto tempo essas pessoas que julgam que eu faço grande sacrifício perdem no trânsito?  Quantas horas elas efetivamente trabalham? Conheço pessoas que me julgam assim e trabalham o dobro que eu só no fixo delas. Não discutirei aqui salário,  mas será...? Será que vale a pena para elas???

E tudo vai de otimização de tempo. A J consegue otimizar o tempo dela. Se ela vende X em tanto tempo, a hora dela pode valer muito mais que de muita gente, inclusive mais que a minha.  Então horas trabalhadas também é relativo, as pessoas pensam que os outros estão fazendo grandes sacrifícios mas na verdade pode ter gente conseguindo otimizar o seu tempo e fazer muito mais do que eu e você. Grandes empreendedores...

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