quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Precisamos resolver os problemas alheios?

"Você tem o direito de escolher não ser responsável pela solução dos problemas das pessoas.  - Por mais que goste de alguém,  você não tem a capacidade de pensar por essa pessoa,  de criar-lhe estabilidade mental e estado de felicidade.  Nada impede que você sinta compaixão pelos problemas dos outros e até decida fazer o que uma pessoa deseja,  mas ela terá de se esforçar,  sofrer,  enfrentar os obstáculos para conseguir ser uma pessoa saudável e feliz.  Na prática,  quando você ouve o problema de alguém,  pode sentir compaixão ou sugerir alternativas,  mas não assumir a responsabilidade pela solução.  Você tem o direito de não querer ouvir o problema do outro.

Seja assertivo!  Vera Martins

Na maioria das vezes ajudamos mais as pessoas quando a deixamos resolver seus próprios problemas.  De alguma forma,  a própria pessoa criou esse problema.  Ter a oportunidade de resolvê-lo fará a pessoa ser maior do que o problema é até preveni-lo não criando situações semelhantes.  Resolver pela pessoa não contribuirá para que ela cresça e aprenda as lições necessárias para ser maior do que o problema.

Resolver um problema desenvolve a capacidade de pensar e buscar soluções criativas.  Todos têm uma capacidade inata de pensar Boas soluções.  Ocorre que quando alguém pensa por nós,  ficamos acomodados e escolhemos o mais fácil.  Quando somos obrigados a pensar essas soluções,  descobrimos essa capacidade adormecida.

Quando passamos por um problema,  saímos mais fortes. Como crescemos e ficamos maior do que o problema, aquele problema de nível 5 não significará muito para nós da próxima vez que passarmos por ele. Isso porque passamos a ser nível 6, 7, 8 ou até 10. Isso significa que nossa estabilidade mental também não será abalada da próxima vez que depararmos com um problema de nível 5. Quando atingimos o nível 10, mesmo o problema de nível 10 já não nos abala da mesma forma que nos abalou um  problema de nível 5.

Quando sabemos o que é um problema de verdade, damos mais valor e somos gratos pelos momentos em que não estamos em um problema.  Isto é,  nosso estado de felicidade aumenta pelo simples fato de conhecermos melhor a vida, de valorizarmos mais nosso cotidiano.  É o que acontece quem já esteve quase morto e se recuperou.  Essa pessoa valoriza muito mais a vida do que a pessoa que nunca soube o que é a quase-morte.

Assim,  podemos mudar nossa percepção sobre o problema na nossa vida e também na vida dos outros.  Ouvir o problema de alguém e sentir compaixão é bom. Podemos, com base em nossa experiência de solucionadores de problemas,  sugerir alternativas.  Mas não podemos assumir a responsabilidade pela solução.  Cada um deve aprender as próprias lições.  E sabemos também que a pessoa se tornará maior ao resolver o problema.  Podemos escolher deixar a pessoa fragilizada e vítima ou grande e empoderada após superar o problema.  E também pronta para resolver seus próximos desafios.

Podemos escolher também não ouvir o problema.  A escolha sempre é nossa. Creio que a autora esteja se referindo aos casos que nos fazem mal, que são tóxicos.  Nem todos que trazem problemas até nós tem boas intenções.  É uma questão de perceber a intenção do problema trazido. A pessoa está se fazendo de vítima para você 'comprar' o problema dela contra alguém que ela intencionalmente quer prejudicar?  É carência,  a pessoa 'cria' problemas só para chamar a atenção?  A pessoa se alimenta do vitimismo? 

Cada caso é um caso e é direito do assertivo perceber que um caso é tóxico e querer se afastar dessa influência negativa. Muitas vezes no vitimismo a pessoa é passiva demais. Nos casos de manipulação a pessoa é passiva-agressiva.  Abster-se de ouvir problemas de passivos ou passivo-agressivos também ajuda essas pessoas a serem mais assertivas, ou pelo menos,  não trazer essa influência sobre você que busca a assertividade.


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