"O passivo adota atitudes de fuga por algumas razões:
- Acredita realmente que o outro tem mais poder do que ele próprio.
- Desvaloriza a própria capacidade para resolver um problema
-Tem necessidade de ser apreciado, evitando, a todo custo, os conflitos. Seu foco é a harmonia como meio de ser aceito pelo outro.
- Foi muito reprimido ao longo da vida ou teve experiências ruins e decide assumir a passividade como meio de sobrevivência.
Seja assertivo! Vera Martins
Assim como o agressivo, o passivo também tem questões não resolvidas do passado que o tornam dessa forma. Muitas vezes a pessoa é passiva inconscientemente, assim como muitas vezes o agressivo o é inconscientemente. É do ser humano ter dificuldade para examinar a si mesmo. É por isso que Deus tanto enfatizou a necessidade de auto exame. Jesus pediu para quem não tivesse pecado que atirasse a pedra primeiro para que cada um tivesse mais consciência de si mesmo. No Sermão do Monte, Cristo pediu para não julgar, para não sermos julgados; olhamos o cisco do olho do outro tendo uma trave no nosso próprio olho.
O fato é que todos nós podemos ter sido agressivos, mas só enxergaremos as agressões alheias. Podemos ter sido passivos, mas só enxergaremos a passividade alheia. Por isso, a importância de pensar sobre o que torna o outro o que é. E ter mais compaixão. Novamente não é concordância com a ação. É entender.
Muitos passivos acreditam que o outro tem mais poder do que ele. E a diferença do assertivo é que às vezes tem mesmo, e com direito. É o caso das hierarquias. É fato que muitas vezes somos sujeitos e é correto submeter-se ao superior hierárquico. Os assertivos se submetem aos seus superiores. Não há problema algum desde que esses superiores ajam dentro de limites corretos, éticos e legais. Só e apenas só se saírem desses limites haverá um direito. E aí está a diferença do assertivo. Ele só reclamará caso saia do limite. Caso contrário, o assertivo sempre cede, pois a relação é ganha-ganha e um combinado não é caro. O passivo não reclamará, mesmo se limites forem ultrapassados.
O passivo não acredita que resolverá um problema. Se foi ultrapassado um limite, ele só vê barreira, ele não vê solução.
Outros passivos agem dessa maneira porque querem agradar sempre. Eles sofrem para agradar o outro.
Outros passivos foram reprimidos ao longo da vida e por isso não tem voz. É como no exemplo do elefante que é preso por uma cordinha. O elefante tem força para livrar-se da corda, mas não o faz porque foi condicionado desde pequeno com aquela corda. Quando bebê elefante não tinha força. Tentou algumas vezes e depois acomodou-se com a situação acreditando que nunca mais poderia se mover e aumentar seus limites. Muitas pessoas desistem de ter voz devido a algumas frustrações e repressões na vida. Prendem-se a essas cordas do passado.
Não podemos simplesmente exigir que um passivo deixe de ser passivo de uma hora para outra. Existe todo um processo. Conscientemente quem não gostaria de ser mais livre? Mas os medos são maiores e o medo é uma força superior à consciência que quer liberdade.
Há uma solução. A consciência de que se é passivo. E a vontade de ser mais assertivo. Toda a vez que pensar em agir passivamente a pessoa tem que se conscientizar do que está fazendo, não será mais um piloto automático. Numa segunda fase a pessoa começará a agir mais assertivamente. Algumas vezes falhará, algumas vezes será bem sucedida. Persistindo, chegará uma hora que ser assertivo será automático. É só ver como um processo natural com vitórias e falhas e persistir.
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