"Você tem o direito de cometer enganos e ser responsável por eles - Aceitar a falibilidade humana é aceitar a imperfeição e o perdão. Nós somos seres imperfeitos. Portanto, aceitar o erro e ser responsável por ele é o mesmo que aceitar a condição humana. Na maioria das vezes, criticamos os erros dos outros e nos envergonhamos dos próprios erros. Isso porque fomos levados a crer que o erro é feio, é um mal causado ao outro e, sendo assim, temos de reparar o mal, colocando-nos na mão do outro para os corrigir."
Seja assertivo! Vera Martins
Muitas pessoas continuam na rigidez intelectual porque não se dão ao direito de se enganar. Saber sobre a falibilidade humana é libertador. Admitir-se como um ser humano falho traz muita paz. Ninguém precisa mentir e sustentar mentiras para esconder a falha. Fórmula muito simples: Falhei e me responsabilizo por isso. Olha que ser humano com paz! Pensa no contrário, a pessoa que falhou mas não se dá ao direito, aí começa a mentir. Usar mais mentiras para cobrir a primeira mentira, depois outra. Aquela tensão para que ninguém descubra. Isso é a fórmula do ser humano sem paz. Só que a pessoa acha que esse peso todo que carrega é bom.
É por isso que Jesus ensina a não ver o cisco do olho do outro. Quanto mais criticamos o outro, mais achamos que temos que ser perfeitos e como isso é impossível, achamos que devemos esconder nossas falhas. E nisso se forma uma trave no nosso olho. Às vezes é consciente, mas na maioria das vezes é inconsciente. Nós com uma grande trave criticando o cisco do outro. O pior é quando queremos apontar, apontar, apontar. Quando alguém nos aponta, aí nos tornamos defensivos.
Sei que não estou imune a isso. Sou um tanto crítica e sei que tenho que prestar atenção nisso para não criticar no modo piloto automático. Aliás, é uma das minhas metas atuais.
Meio difícil, se não fizermos um esforço consciente podemos cair e cair nisso. Muitas vezes achamos que é necessário. E realmente é difícil saber quando há necessidade de falar algo. Mas creio que é o risco. Se eu não falar, mesmo que soe como crítica, há algum risco para algo ou alguém? Qual é o valor maior?
Saindo do assunto apontar o erro alheio, vamos aos nossos próprios. Achamos que não temos o direito de errar porque é feio e um mal causado ao outro. Então quando se arriscar a errar?
Podemos nos perguntar: Se minha hipótese estiver errada, será feio o que fiz? Posso dar minha cara a tapa, admitir o erro e ser responsável por ele? Se sim, poderei admitir e explicar o que me levou a pensar assim. Um erro não é deliberado nem intencional. Eu tenho que admiti-lo então assumir a responsabilidade pelo erro. Ninguém erra porque quis errar. Foi um erro de cálculo.
Se minha hipótese estiver errada, causei um mal a alguém? Se estivesse certa, teria salvo algo? Na balança, qual pesa mais? Qual o maior valor a se proteger? Se de fato não causar mal a ninguém, for apenas uma precaução foi um erro de cálculo visando prevenção de um valor maior, sem que ninguém ficasse de fato prejudicado, então talvez valha a pena correr o risco. Às vezes o "mal" é apenas vaidade de alguém, e o valor em risco para ser salvo é de fato importante.
Às vezes não queremos errar porque achamos que vamos nos colocar na mão de alguém. Isso é muito usado por manipuladores, eles nos causam um sentimento de culpa. O mantra do manipulador é: Você errou comigo, é culpado, agora tem que fazer a minha vontade. Você tem o direito de errar! Não é por causa disso que ficará na mão de um manipulador. Se alguém se utiliza de culpa para manipular o outro, essa pessoa não é saudável. É um passivo-agressivo. Não caia nessa falácia!
Jesus Cristo nos ensinou muito sobre a falha e o erro. Ele não aponta, mas sofreu para que nossos erros fossem perdoados. Quando morreu por nós, tirou toda a culpa, todo nosso peso. Ele carrega sobre si nossos erros e nos purifica. Então não há porque achar que esse peso ficou grudado em você. Se está em Cristo, nenhum manipulador tem direito de apontar. Pelo contrário, você tem direito de errar e ser perdoado: confessando (responsabilizando-se) e deixando (não cometendo mais esses erros).
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