sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Como preservar as faces?

"Lei da presença das faces - Nesse modelo, considera-se que toda pessoa tem duas faces: uma face negativa que corresponde ao "território" de cada um (seu corpo, sua intimidade, etc.); uma face positiva, que corresponde à "fachada" social, a nossa própria imagem valorizante que tentamos apresentar aos outros.  Na comunicação verbal,  temos as faces do interlocutor  e do locutor a serem preservadas, por si e pelo outro, pois todo ato de enunciação pode constituir uma ameaça para uma ou várias dessas faces." Seja assertivo!  Vera Martins

O assédio moral se dá também quando as faces não são preservadas. Nenhum direito pode se sobrepor ao direito do outro quando se trata de questões amenas, pessoais,  de simples discordância entre partes.  Ninguém pode se achar com mais direitos do que o outro nesses casos de opiniões. Sempre deve haver respeito. 

Os assediadores no fundo são pessoas inseguras.  Eles até tentam preservar sua face. O problema do assédio é que a insegurança do assediador agride a face do assediado. Não podemos usar a desculpa que assediamos para preservar nossa face. Isso é extremamente covarde.

Todos têm dignidade e podem lutar pela sua dignidade desde que não tirem a dignidade do outro. O assediador provoca reações no assediado.  Ele provoca o outro psicologicamente.  Esses jogos psicológicos devem ser mostrados claramente como o modus operandi do assediador.

É sempre assim: precisaria o assediado agir de tal forma se não fosse provocado?  Claro que não.  Só agiu dessa forma após a provocação,  portanto verifica-se as más intenções do assediador por provocar o assediado.

É claro que não deveria o assediado entrar nesse jogo,   mas a cabeça humana nem sempre é tão controlável assim diante de um problema ou de uma provocação.  Por isso que todo assediado também deve estudar o modo de pensar assertivo, pois ensina a não agir nem como vítima, nem com agressividade e nem como passivo-agressivo.  É um treino, e todos temos muito pela frente nessa busca assertiva. Há maneiras assertivas de se defender de um assediador e aprender a agir assim é um grande progresso. 

Nem sempre será fácil,  mas ter a consciência de que existe um modo melhor de agir nos ajuda a preservar nossa face, preservando também a face do outro, mesmo que esse outro aja de forma não assertiva. E nós próprios que buscamos a assertividade podemos usar como medida se conseguimos ou não agir assertivamente. 

Preservar a face nossa e alheia também não significa concordar. De maneira alguma temos que concordar com a agressividade de alguém que invade nosso espaço.  Mudar essa pessoa também não está sob nosso controle,  mas educar,  ensinar,  mostrar um melhor caminho sempre está sob controle. Não podemos também ter expectativas e esperar que aprendam,  pois isso é uma escolha individual.  Se a pessoa julgar que mentiras, subterfúgios e esconder-se atrás de atos que não admite que fez, porque têm vergonha do que fez, não há o que fazer. É  apenas largar, deixar  a pessoa com sua própria escolha torta.  A lei de causa e consequência não falha,  tudo o que o homem plantar, ele colherá , diz a Bíblia.  

Portanto,  deixe o assediador escolher o que planta.  A colheita depende do que se planta. Quem planta com assédio e violação,  colhe de acordo. 

Jesus perdoou muitos pecadores,  mas nunca concordou com o pecado. Nem disse que não haveria consequências. Não precisamos concordar.  Podemos protestar e mostrar que não concordamos. De maneira alguma  vemos Jesus perdoar pecados e dizer que os pecados passaram a ser certos.  Ele continuou a tirar o pecado do mundo. E a Bíblia continua a apontar quais  são o caminhar correto e o incorreto. Mentira é mentira. O Diabo continua a ser o pai da mentira na Bíblia.  E quem mente apresenta-se como filho do diabo. O que é errado não muda porque houve perdão.  Há apenas a escolha de arrependimento ou não.  Quem se arrepende é perdoado por Deus. Nós podemos perdoar nossos inimigos para que Deus também nos perdoe.  Mas nosso perdão não significa que um ato mau ficou bom. E o perdão de Deus é para os que se arrependem. Mesmo que nós perdoemos quem nos fez mal, isso não significa que essa pessoa conseguiu o perdão divino. Enquanto não se arrepender das mentiras e malfeitos, não haverá perdão divino.  E o ato mau continuará a ser mau. Não importa a desculpa que se apresente. 


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