sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Estamos nos adaptando psiquicamente diante das misérias?

"O conhecimento superficial da mente,  bem como o empobrecimento do humanismo e da cidadania,  não superam as barreiras da interpretação geradas pela comunicação mediada pelo fenômeno da psico adaptação e pela cointerferência de um conjunto de outras variáveis. Não é incomum que os governantes das nações mais ricas se adaptem psiquicamente diante da miséria das nações mais pobres e se tornem omissos sociopoliticamente,  desculpando e camuflando suas omissões através da preocupação com os problemas domésticos."

Cury considera os problemas políticos e sociais. E atribui isso ao conhecimento superficial da mente e o empobrecimento do humanismo e da cidadania. De fato, estamos cada vez mais pobres em humanismo e cidadania. Nos acostumamos com o ruim, com o médio,  com as diferenças sociais. Essa psico adaptação se manifesta em muitas áreas da vida. No social, quando vemos pessoas miseráveis achamos comum e isso não parece ser da nossa conta. Isto é,  estamos acostumados.  No campo da política,  achamos comum a corrupção,  isso não nos causa indignação.  Amantes mandando em departamentos no serviço,  muitos acham normal,  comum, simplesmente nos acostumamos.  Ou políticos ou funcionário públicos sustentando amantes com o dinheiro público,  achamos tudo normal. Estamos acostumados.  Ou trabalhadores sendo tratados de forma vexatória, também comum. Essa psico adaptação faz pessoas conformadas demais. Que nunca tomarão as rédeas da vida para mudar situações. Claro que o preço para sair da psico adaptação é caro. E cada um tem que avaliar se quer pagar o preço para ver um mundo melhor.

O incorfomismo contra a falta de humanismo e cidadania  é a exceção.  O mesmo ocorre nas relações de consumo. Quando fui ao PROCON fiquei feliz de ver cidadãos ali. Não estavam psico adaptados a serem explorado pelas empresas. Eram pouquíssimos,  com certeza. Sabia que estava ao lado de uma minoria, pois a maioria se psico adaptou. Conformam-se com a exploração do forte sobre o fraco.  Quantos exercem a cidadania? Infelizmente bem poucos. As outras variáveis os consomem, novelas, redes sociais, futebol, vida alheia, problemas,  crise, dificuldades financeiras...

Quantas misérias temos? E o quanto estamos conformados,  psico adaptadas a elas? Tenho certeza que podemos sair de nossas misérias se mergulhassemos mais fundo em nossas mentes e anseios. Se perguntássemos se estamos acostumados ou felizes, com qualidade de vida. Quando faremos essa pergunta: Estou vivendo plenamente ou acostumado? Vou viver acostumado até morrer?  É assim que terminarei meus dias? Se hoje fosse o meu última dia, morreria fazendo o que gostaria de fazer ou o que fui obrigado a fazer?


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