sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O exibicionismo traz alegria?

"Mil vezes que um homem leia essas palavras,  sempre encontrará nelas nova beleza e sabedoria.  Nos velhos tempos em que Cristo as pronunciou,  Mateus disse: "As turbas ficaram admiradas ". Qualquer um ficará admirado também ao descobrir o quanto é pertinente o Sermão da Montanha aplicado a sua vida diária"

A essência da felicidade     Martin Claret

Jesus exibia-se quando arrastava multidões que ficavam admiradas?  Ele incentivou o exibicionismo? Como distinguir o exibicionismo da luz do mundo?

O Mestre ensinou a não fazer atos de justiça para ser visto pelos homens.  Portanto, ao dar esmola, orar, jejuar,  temos que fazer discretamente,  então o pai recompensará.  O pai vê em secreto, não é preciso exibir (Mt 6:1-8; 7:16-18).

Ao mesmo tempo ele orienta a não se acender a lâmpada e colocar debaixo da vasilha, mas no candelabro, para iluminar a casa toda. E que a luz resplandeça diante dos homens,  para que as obras glorifiquem a Deus (Mt 5:13-16).

Então a diferença principal é a finalidade do ato. Um é para ser glorificado entre o homens,  para que os pares o admirem. O outro é para Deus,  mas não para ser honrado, mas para honrar a Deus,  então se for discreto ou até anônimo a glória será de Deus.

Alguns homens brilham e resplandecem sem exibicionismo.  Que brilho é esse? Por enquanto só vemos sombra desse brilho. No grande dia, na ressurreição,  todos os salvos terão o corpo resplandecente.  Ali encontraremos a verdadeira felicidade,  pois tudo o que passamos na terra ainda é sombra do que virá.  Não haverá choro nem dor.

Na transfiguração, Jesus levou Pedro, Tiago e João para um monte muito alto e lá eles viram Elias e Moisés com corpos resplandecentes. Jesus também estava resplandecente.  Em vida, Moisés e  Elias foram exibicionistas ou iluminados?  Já vimos no blog um estudo de Moisés.  Ele era introvertido e não gostava nada de se exibir.  Elias também tinha características de introvertido.  Nenhum dos dois se exibiam e foram escolhidos para a transfiguração.  Moisés representa a lei e Elias, os profetas. E Deus disse que Jesus é o Filho amado,  que deveriam ouvir a ele. Dessa forma, Jesus foi posto o primeiro sobre a lei e os profetas.  Jesus era extrovertido, embora buscasse seus momentos de introversão. E não era exibicionista.

Assim, a verdadeira alegria,  essa resplandecente,  não precisa se exibir.  E o problema de querer sempre se mostrar ao homem é que sempre vamos ter frustrações.  Esperar que a felicidade venha como um feedback do outro é extremamente frustrante,  pois o outro nem sempre vai atender nossa expectativa.  Não podemos apoiar nossa alegria no que exibimos ao outro. Nossa alegria precisa ser interna, algo que independente do feedback e aprovação do outro. Jesus mesmo foi muito rejeitado, até pelos próprios irmãos,  mas sempre relevava, isto é, não deixava que isso o afetasse,  pois sua alegria estava dentro dele. Seu apoio era o Pai. Era para o Pai que fazia a sua obra, não era para se mostrar.